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Instalação construtivista Tropicália, de Hélio Oiticica |
A instalação Tropicália, de Hélio Oiticica, regressa ao berço onde nasceu, o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Passaram-se 40 anos desde sua inauguração na marcante mostra Nova Objetividade Brasileira, em 1967. Hoje, a obra que deu início a todo o movimento pode ser vista na exposição Tropicália - Uma revolução na cultura brasileira.
O projeto foi proposto pelo curador e crítico Carlos Basaldo, em 2003. A inauguração foi em 2005, no Museum of Contemporary Art, em Chicago. Em seguida, visitou mais três cidades estrangeiras antes de chegar ao Brasil. Esteve na Barbican Art Gallery de Londres, Haus der Kulturen der Welt em Berlim e no Bronx Museum of Arts, em Nova Iorque. De acordo com Emílio Kalil, organizador e responsável pela itinerância, a exposição esteve entre as três mais importantes do ano de 2006, em Nova Iorque.
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Longa-metragem do cineasta Glauber Rocha para o Cinema Novo |
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Caetano e Gil: estética kitsch |
A Tropicália é um projeto cultural coletivo que rompeu com os limites da produção. Segundo o autor do livro Jardim da Brutalidade: Tropicália e a Emergência da Contracultura Brasileira, Chistopher Dunn, o movimento é composto por vertentes diferentes. O construtivismo de Hélio Oiticica pouco pode ser relacionado ao pop dos músicos baianos.
A semelhança entre eles é o público. As grandes instalações, como a Roda dos Prazeres de Lygia Pape, foram elaboradas para interagir. O espectador entra e faz a obra existir. Assim como a música de Caetano Veloso e Gilberto Gil feita, na época, para um grande público, em shows performáticos com direito a roupas extravagantes.
A diferença é que os músicos baianos partiram para a mídia, ofereceram o pop experimental para a massa e resgataram até mesmo a pequena notável, Carmen Miranda. Já os artistas plásticos mantinham uma certa tensão nesse ponto, pois não lidavam bem com a exposição na mídia e com o consumo. Dunn comenta que a Tropicália plástica era mais para a elite. Por que, então, tinham o mesmo nome?
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Caetano Veloso e o parangolé |
Tropicália - Uma revolução na cultura brasileira [1967-1972] |
Colaboraram
Emílio Kalil, organizador da exposição.
Christopher Dunn, professor da Tulane University de New Orleans e autor do livro Jardim da Brutalidade: Tropicália e a Emergência da Contracultura Brasileira (Brutality Garden: Tropicália and the Emergence of a Brazilian Counterculture), publicado pela University of North Carolina Press, em 2001.
Leia mais
Tropicália: O livro
Atualizado em 1 Dez 2011.