Guia da Semana

Foto: Divulgação


19h30 de 27 de novembro, cá estava este que vos escreve nos arredores do Estádio do Morumbi. Para aquecer, algumas cervejas do lado de fora, risadas com os amigos e muita expectativa. Não era mais um jogo de futebol que o local iria receber: 13 anos depois, o AC/DC estava em São Paulo para a turnê mundial do disco Black Ice, lançado em 2008. Este é o trabalho mais recente da banda após oito anos sem mostrar novidades ao público.

Para sentir a energia deste grupo, consegui um ingresso de pista e confesso que foi uma das escolhas mais acertadas que tive. Apesar da dificuldade em ver os ídolos, a pujança da banda realmente tornou este evento um dos melhores de toda a minha vida no campo musical, a não ser pelo show do imortal Roger Waters no mesmo estádio, que tive a grande sorte de acompanhar também.

Nem mesmo São Pedro conteve a alta voltagem do AC / DC. Por frequentar o estádio do Morumbi há anos, confesso que esperava um verdadeiro dilúvio durante o show. Ele até veio, porém após a apresentação de abertura comandada por Nasi, ex-Ira, e Andréas Kisser. A chuva se foi como em um verdadeiro passe de mágica. Eles estavam chegando!

Como em uma grande final, o Morumbi estava lotado. Arquibancadas, numeradas, camarotes, pista e anéis inferiores repletos de fãs de várias gerações. Quando as luzes se apagaram pela segunda vez, a expectativa cresceu como uma verdadeira onda gigante, assim como o empurra-empurra na pista, porém tudo faz parte para sentir os monstros do rock and roll tocando ao vivo.

Assobios e gritos se misturavam com as imagens do telão, que mostrava o desenho animado de uma locomotiva em alta velocidade e os integrantes mais famosos da banda, como o vocalista Brian Johnson e o guitarrista Angus Young, no meio de mulheres curtindo a vida no melhor estilo rock and roll. Passados cerca de dois minutos da exibição, o trem perde o controle, não consegue frear, uma verdadeira explosão acontece e o telão se abre para que uma locomotiva real adentrasse ao palco junto com os primeiros acordes de Rock N' Roll Train, um dos sucessos do Black Ice! Como um golaço em final de campeonato, o estádio veio abaixo tamanho o delírio dos mais de 70 mil espectadores!

A partir daí, o sonho virava realidade. Estava ali, apesar do enorme sufoco na pista, assistindo o AC/DC ao vivo! Não há aperto, preço ou sufoco que pague essa maravilhosa sensação. Em mais de duas horas, uma palavra resume todo o show: perfeição! Falando a língua do rock, com sons diretos e empolgantes, a banda australiana trouxe muita energia como prega o seu raio de alta voltagem.

Dezenove músicas, entre grandes sucessos de toda a história e músicas do novo CD, deixaram o público com a sensação de êxtase após o show. Brian Johson continua com seu vocal de anos atrás, apesar do esforço e cansaço aparentes em algumas músicas. O 'batera' Phill Rudd segue executando suas batidas em perfeição junto com som da primeira guitarra do caricato e símbolo da banda, Angus Young. Compositor da maioria das músicas do grupo, Malcom Young, irmão de Angus, segue fazendo a base muito bem para seu irmão brilhar com performances engraçadas e dignas de arrepios, comandando sua Gibson SG. Por fim, Cliff Williams segue com sua grande performance à frente do baixo.

Clássicos como Back in Black, Thunderstruck e Hells Bells, onde Brian Johnson literalmente toca um sino gigante em tamanho real, abrindo as portas para o inferno, You Shook me All Night Long, T.N.T, Highway To Hell estremeceram o Estádio do Morumbi e comprovaram uma coisa a este sortudo que vos escreve: AC/DC é sinônimo de Rock and Roll!

Quem é o colunista: Ari Magatti.

O que faz: Sou jornalista e nas raras horas vagas procuro pescar ilusões... sempre!

Pecado Gastronômico: TODOS os chocolates...hehehe

Melhor lugar do mundo: Com a pessoa especial do meu lado, até a estação Sé do metrô às 18h30...rs

Fale com ele: arimagatti @uol.com.br

Atualizado em 6 Set 2011.