Filmes em 3D chegaram com tudo aos cinemas há mais ou menos cinco anos, quando “Avatar” mostrou todo o potencial da tecnologia aplicada às telas gigantes do IMAX. De lá para cá, porém, o recurso se tornou cada vez mais banalizado, sendo comum que filmes gravados em 2D fossem convertidos posteriormente, num processo que causou muitas dores de cabeça e muita irritação para quem gosta de conferir as novidades nos cinemas (já que as sessões sem óculos se tornaram mais escassas e os ingressos, mais caros).
O mau uso da técnica popularizou a noção de que o 3D é algo supérfluo, usado apenas para arrancar mais dinheiro do público e para suprir a falta de qualidade dos roteiros com imagens arrebatadoras. Em parte, é isso mesmo. Mas, quando bem explorado, o 3D pode ser tão essencial para um filme quanto a trilha sonora ou os diálogos.
Conheça cinco filmes que souberam usar o 3D como nenhum outro:
Avatar (2009)
Quando a tecnologia 3D chegou aos cinemas (ou melhor, chegou ao mainstream após anos em parques de diversões), foi “Avatar” seu maior embaixador. Com cores fluorescentes, texturas exóticas e uma explosão sensorial nunca experimentada antes, o filme transportou os espectadores para o mundo de Pandora e tornou a aventura (cujo roteiro nem era tão inovador assim) numa das experiências mais marcantes dos últimos anos. A mais rentável também, diga-se de passagem.
Caverna dos Sonhos Esquecidos (2010)
Diferente de “Avatar” e dos blockbusters que se convencionaram exibir em 3D pelo espetáculo, “Caverna dos Sonhos Esquecidos” explora o recurso como forma de imersão. Tendo conquistado o direito de entrar num local proibido para a maioria dos mortais – as cavernas de Chauvet, na França –, Werner Herzog decidiu filmar a experiência em 3D para que o público também pudesse se sentir presente ali. As cavernas abrigam alguns dos desenhos rupestres mais antigos já encontrados no mundo.
As Aventuras de Pi (2012)
Envolto em polêmica, o filme de Ang Lee levou quatro Oscars, incluindo o de Efeitos Visuais, dias depois de o estúdio de efeitos Rhythm and Hues ter declarado falência. A notícia chocou o público e chamou a atenção para questões trabalhistas envolvendo essa classe de profissionais, especialmente porque o filme foi considerado uma das melhores experiências visuais (e sensoriais) já realizadas no cinema.
Gravidade (2013)
“Gravidade” não teria sido metade do sucesso que foi se não fosse pelo uso brilhante do 3D. Enquanto acompanhava a história de superação e sobrevivência da personagem vivida por Sandra Bullock, o público pôde se sentir solto no espaço, vagando e girando sem apoio no vácuo . O filme, aliás, poderia ter tido outro nome: “sem gravidade”.
A Travessia (2015)
Robert Zemeckis não quis apenas contar a história do equilibrista Philippe Petit (já contada num documentário muito bem sucedido): ele quis mostrar ao público o que Petit sentiu ao subir na corda e atravessar as Torres Gêmeas, do alto de 110 andares. Ao contrário do que pode parecer, porém, o 3D do filme é extremamente sutil e, justamente por isso – por ser pouco perceptível – a sensação de vertigem se torna ainda mais real.
Por Juliana Varella
Atualizado em 13 Out 2015.