Guia da Semana

A 41ª edição da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo está para começar. Entre 19 de outubro e 1º de novembro, o evento mais esperado do ano pelos cinéfilos paulistanos invade mais de 30 salas simultaneamente, com uma programação de 394 títulos – 72 a mais que em 2016, incluindo curtas e longas-metragens.

O filme de abertura será o documentário “Human Flow”, de Ai Weiwei, artista chinês que assina o cartaz da Mostra e que estará no Brasil para participar de sessões seguidas de debate. O longa aborda a crise dos refugiados, que é um dos temas centrais da seleção deste ano – também presente em obras como “Happy End”, de Michael Haneke (candidato da Áustria para o Oscar 2018) e “Visages Villages”, de Agnès Varda.

Varda, diretora belga de 89 anos que receberá o Oscar honorário pelo conjunto da obra em 2018, ganha também uma retrospectiva na Mostra com 11 longas-metragens. Além dela, será homenageado o diretor francês Paul Vechialli, que estará em São Paulo para receber o prêmio Leon Cakoff, tradicional do evento.

"The Square", de Ruben Östlund, representa a Suécia no Oscar 2018

Outros títulos que chamam a atenção na extensa lista são o vencedor da Palma de Ouro “The Square”, de Ruben Östlund, que representa a Suécia no Oscar 2018; o americano “Três Anúncios Para Um Crime”, de Martin McDonagh, recentemente premiado no festival de Toronto; “24 Frames”, último filme do iraniano Abbas Kiarostami; “O Jovem Karl Marx”, novo do diretor de “Eu Não Sou Seu Negro”, Raoul Peck; “Não Me Ame”, do grego Alexandros Avranas (diretor de “Miss Violence”); “O Terceiro Assassinato”, do japonês Hirokazu Kore-eda; “Esplendor”, da também japonesa Naomi Kawase; o russo “Loveless”, de Andrey Zvyagintsev, que também busca uma vaga no Oscar; e “Zama”, concorrente argentino dirigido por Lucrecia Martel (que, inclusive, estará no Brasil para o evento).

Uma novidade nesta edição é uma programação de curtas-metragens em realidade virtual, que serão exibidos em algumas das salas participantes como forma de mostrar ao público novas possibilidades no mercado audiovisual – seja como expansão dos longas exibidos ou como obras independentes. A intersecção entre as artes é apontada pela organização como outro tema que amarra os títulos escolhidos para a seleção deste ano.

"O Homem Mosca", de 1923, será projetado ao ar livre no Ibirapuera

Como já é tradicional, uma sessão especial será realizada ao ar livre, na área externa do auditório Ibirapuera, e o filme deste ano será o clássico mudo “O Homem Mosca”, acompanhado ao vivo pela Orquestra Jazz Sinfônica. O filme tem uma das imagens mais famosas do cinema – a de um homem (Harold Lloyd) pendurado no ponteiro de um grande relógio, sobre uma avenida movimentada.

Outro espaço que sempre recebe sessões gratuitas é o vão livre do MASP, que, este ano, terá uma programação formada por “Eles Não Usam Black Tie”, de Leon Hirszman, “Quando o Carnaval Chegar”, de Cacá Diegues, e três filmes com o ator Paulo José: “O Homem Nu”, “Macunaíma” e “O Padre e a Moça”.

Todos os anos, o festival elege um país para ter sua filmografia atual destacada, mostrando um panorama mais completo para o público brasileiro. Em 2017, o foco recai sobre a Suíça, com destaque para a obra do diretor Alain Tanner.

Para fechar a programação no dia 1º, o filme de encerramento será o francês “A Trama” (L’Atelier), de Laurent Cantet – diretor de “Entre Os Muros da Escola” que virá ao Brasil para participar da sessão.

A programação completa será divulgada em breve no site www.mostra.org.

Confira a vinheta da 41ª Mostra Internacional de Cinema de SP:

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Por Juliana Varella

Atualizado em 12 Out 2017.