Guia da Semana

Estreia no dia 15 de setembro um filme muito familiar para quem viveu os anos 90: um terror filmado no estilo “found footage”, sobre uma história supostamente real, cuja produção foi envolta em segredos e até ostentou um título falso até cerca de dois meses antes da estreia, para despistar os fãs. “Bruxa de Blair”, sequência do longa de 1999 que revolucionou o gênero, tenta recriar o clima de mistério e a aura atordoante de seu antecessor e, na maior parte do tempo, consegue fazer um grande trabalho.

Para quem ainda se lembra do original, porém, esta continuação corre o risco de se parecer demais com um remake e de não trazer novidades tão relevantes para o cinema de terror. Confira 6 motivos para assistir ao novo “Bruxa de Blair” e tire suas conclusões:

1. Evolução técnica

Quase duas décadas depois, é seguro dizer que o novo filme não causará náuseas ao público como o primeiro fez com alguns de seus espectadores. A qualidade das imagens é bastante superior, mesmo que algumas sejam mais nítidas que outras. Para tornar a experiência mais verossímil, o diretor teve o cuidado de atualizar os equipamentos, explorando uma variedade de câmeras para justificar a cobertura completa dos eventos: há pequenas câmeras de ouvido que possibilitam uma visão em primeira pessoa; câmeras de mão modernas e compactas, outras mais antigas (que utilizam fitas), pequenas lentes noturnas com alças para prender em galhos e até um drone, que ajuda o grupo a se orientar na floresta.

2. Novos desafios

Desta vez, o grupo de jovens que adentra a floresta de Burkittsville (o irmão de Heather Donahue, do primeiro filme, seus amigos e dois moradores locais) não enfrenta apenas desaparecimentos misteriosos e risadas medonhas de crianças, mas novos perigos entram em jogo. Uma das protagonistas é infectada por uma criatura desconhecida e padece lentamente; os símbolos feitos com gravetos que já existiam no filme anterior ganham, aqui, uma função muito mais macabra; e a passagem do tempo se revela uma questão tão confusa quanto a localização espacial.

3. Uma espiada na Bruxa

No novo filme, o que supomos ser a Bruxa de Blair se mostra de corpo inteiro em mais de uma cena. Ao contrário da velha descrita pelas lendas, porém, ela tem um visual muito mais alienígena e monstruoso, ligado à forma como ela (como é revelado por um novo personagem) teria sido morta por seus conterrâneos.

4. O fator “nostalgia”

Como toda sequência-remake que se preze, “Bruxa de Blair” faz sua homenagem ao longa original. A cena clássica da protagonista que se aproxima da câmera e chora, desesperadamente, enquanto sua respiração embaça de leve a lente, é recriada em novas circunstâncias. Também reencontramos a placa com os dizeres “não entre após o anoitecer” e há uma situação envolvendo tufos de cabelos humanos, como no primeiro filme. Além disso, uma cena muito semelhante à do final do longa de 99, no interior da casa na floresta, é o que dá início à nova aventura.

5. Medo e tensão

Mesmo se você não assistiu ao longa original, mas gosta de sentir medo, “Bruxa de Blair” pode ser uma ótima pedida. O filme demora um pouco para aquecer e não tem pressa para construir a atmosfera, mas, quando os fenômenos realmente misteriosos começam a acontecer, a tensão se eleva rapidamente e continua crescendo até o final (não tão diferente do original, aliás).

6. Found footage "arrumadinho"

O estilo “câmera caseira” não é mais nenhuma novidade em Hollywood e filmes como “Cloverfield – Monstro” e “Atividade Paranormal” já exploraram tudo o que ele tinha a oferecer além de “A Bruxa de Blair”. Apesar disso, o novo filme capricha na execução e faz com que o público acredite que todas as imagens foram, de fato, captadas de forma amadora pelos personagens (ou pelos atores). A ilusão só é quebrada em alguns momentos, quando a combinação entre o ângulo de visão de um personagem e outro não se encaixa perfeitamente, causando estranhamento. E, é claro, há o fato de que a iluminação é um pouco boa demais para o ambiente natural.

Por Juliana Varella

Atualizado em 14 Set 2016.