Guia da Semana

Mais um longa-metragem do estúdio Laika está chegando aos cinemas e, com ele, uma infinidade de bonecos, cenários construídos à mão e fotografias em série transformadas em cinema. Especializada em animações em stop-motion aliadas a tecnologias modernas de computação gráfica, a empresa criada em 2005 apresenta agora seu quarto e mais ambicioso projeto até hoje: o épico inspirado no folclore japonês “Kubo e as Cordas Mágicas”.

O filme marca a estreia na direção de Travis Knight, CEO do estúdio, animador e filho de um dos maiores investidores da empresa, o co-fundador da Nike Phil Knight. Juntos, os dois ajudaram a transformar um negócio aparentemente impossível – uma empresa focada no tipo mais caro, trabalhoso e demorado de animação (em uma semana são filmados cerca de três segundos) – num case de sucesso. Os três filmes anteriores da Laika, “Coraline e O Mundo Secreto”, “Paranorman” e “Os Boxtrolls” foram todos indicados ao Oscar de Melhor Animação, ao Bafta e ao Annie Awards e dois receberam também indicações ao Globo de Ouro.

No dia 13 de outubro, o público poderá finalmente conhecer o mais recente dos trabalhos desse perfeccionista e obstinado grupo de artistas. Em “Kubo e As Cordas Mágicas”, somos apresentados a Kubo, um menino com poderes mágicos que passa seus dias cuidando da mãe e contando histórias para um pequeno povoado japonês. Ele carrega um instrumento musical, herdado dela, capaz de dar vida a heróis e monstros feitos de origami. Um dia, os personagens das histórias que ele cresceu ouvindo e narrando invadem a realidade e o levam a uma grande aventura em busca da verdade sobre sua família.

O filme traz referências fortes de contos japoneses, como o da princesa da lua (que também inspirou o filme “O Conto da Princesa Kaguya”) e do esqueleto gigante Gashagokuro (cujo boneco de dimensões gigantescas, que vocês podem ver na imagem acima, rende uma divertida cena entre-créditos). A abordagem, porém, é essencialmente hollywoodiana: ao invés de guiarem a história, as lendas e costumes orientais servem mais como pano de fundo para uma trama relativamente universal sobre reconciliação familiar, luto e amadurecimento.

A grande diferença entre “Kubo e As Cordas Mágicas” e os filmes anteriores da Laika é o aumento na quantidade de CGI – o que é visível na produção, mas não chega a ofuscar o trabalho manual. Cada vez mais, as técnicas artesanais e digitais se combinam e interagem no próprio estúdio para criar mundos mais completos e efeitos mais realistas (ou até mais fantásticos) – como um mar revolto, uma tempestade ou uma multidão. O resultado disso você pode conferir no impressionante vídeo mostrando o making of do filme. A animação estreia na próxima quinta-feira e é indicada para maiores de 10 anos.

Atualizado em 11 Out 2016.