Stella e seu gato Daffodil são os protagonistas de Spiritfarer, um jogo cuja desenvolvedora Thunder Lotus descreve como “um jogo de gerenciamento reconfortante sobre a morte”. No papel da barqueira dos espíritos para aqueles que faleceram, você terá que construir e ampliar um barco para explorar o mundo, cuidar de seus amigos espíritos e guiá-los por mares místicos para que sigam adiante com sua vida depois da morte.
Com belas animações e cheio de referências, Spiritfarer foi lançado em 18 de agosto de 2020 para PC, Nintendo Switch, PlayStation 4 e Xbox One. Esta análise de Spiritfarer não contém spoilers e, ao revisá-la, acho que se transformou numa espécie de protoensaio sobre o jogo. Ou seja, pode ler tranquilo se ainda não jogou, pode ler e absorver como interpretei alguns dos diversos detalhes a serem explorados em Spiritfarer.
Índice da análise de Spiritfarer
- Antes de seguirmos com a análise de Spiritfarer
- Um jogo de interpretação para que você se envolva emocionalmente
- Jogabilidade para atender a narrativa
- Spiritfarer em cooperativo – um jogo bem diferente
- Visuais e som
- Considerações quase finais – o que gráficos e mecânicas não mostram
- E afinal, vale a pena jogar Spiritfarer? (E como devo jogá-lo?)
- Mais sobre Spiritfarer
Antes de seguirmos com a análise de Spiritfarer
Antes de prosseguir, é importante ressaltar que adiei e adiei a publicação da análise de Spiritfarer por querer esperar atualizações que reduzissem bugs e glitches no jogo. A primeira vez que o liguei, por exemplo, o primeiro personagem sempre causava uma softlock (uma situação na qual aparentemente o jogo está normal, mas é impossível avançar) no modo de cooperação. E assim foi até que a experiência se estabilizasse, mas com pormenores técnicos que arranham o alcance artístico e emocional desta aventura.
Por falar do modo cooperativo (motivo de tantas dores de cabeça e responsável por tornar Spiritfarer em um jogo diferente daquele jogado sozinho), o jogador controla Stella, enquanto um segundo jogador pode participar do jogo e realizar (quase) todas as ações ao ligar um controle adicional e assumir o gato Daffodil. Agora, de volta aos trilhos da análise.
Bem… Nesse meio tempo, terminei Spiritfarer no modo solo, tanto quanto no modo cooperativo. E, além disso, coincidentemente, peguei outro jogo bem diferente, contudo também influenciado pela mitologia grega, Hades, abrindo a percepção de um choque de qualidade.
Finalmente, Spiritfarer é um jogo que passei a acompanhar desde que um de seis primeiros trailers estreou no canal do oficial do Xbox no YouTube em meados de 2019 e – desde então – gerei expectativas e uma enorme curiosidade. Agora, de volta à análise – precisava deste aviso justo.
Um jogo de interpretação para que você se envolva emocionalmente
Spiritfarer é – acima de tudo – um jogo que explora o material no qual se inspira para que o jogador crie a própria interpretação ao se envolver pessoal e emocionalmente com um rico elenco de personagens.
Esse envolvimento é fruto da combinação entre personalidades bem destacadas (não necessariamente fortes), manias, vícios, hábitos – permitindo assim traçar paralelos no mundo real com familiares, amigos e conhecidos e projetar estas pessoas naqueles personagens.
Às vezes, o diálogo excessivo pode incomodar um pouco, mas é essencial para a construção desta jornada de ser apresentado e de ir conhecendo estas almas perdidas.
A mais óbvia das inspirações do time de Spiritfarer é a mitologia grega – afinal, você assumirá o controle de Stella, que por sua vez assume o posto de Barqueira dos Espíritos já que Caronte, o verdadeiro Barqueiro dos Espíritos nos contos, lhe passa a função logo no começo do jogo.
Na mitologia, Caronte é o responsável por navegar os rios Estige e Aqueronte, transportando as almas dos recém-mortos que pagam o serviço com moedas conhecidas como Óbolo de Caronte. Ele é o barqueiro a serviço de Hades, deus do mundo inferior (ou submundo) e dos mortos para os antigos gregos e que faz aparições pontuais durante a narrativa.
Spiritfarer se apropria deste cenário e você deverá transportar uma dúzia de almas perdidas, realizando seus últimos desejos enquanto navega pelo grande mar, antes de poder levá-las para a Everdoor, um portal para o além-vida em definitivo.
Mas não é só na mitologia grega que Spiritfarer busca e extrai inspiração. Os espíritos, todos conhecidos de Stella, assumem formas de diferentes animais – como descrito em algumas culturas asiáticas e no folclore europeu moderno. Muitas vezes relacionados com Wicca, espíritos familiares auxiliariam em rituais de passagem e em magias. No começo, todos usam mantos, mas, logo quando se revelam para a tripulação do barco, cada espírito assume a forma de um animal – seja uma leoa, uma marmota, um sapo, irmãos que se manifestam como um colibri abusado e um touro introvertido ou seja, até mesmo, um dragão.
Existem inúmeros detalhes e, alguns deles, poderiam ser mais notáveis se a tradução de Spiritfarer em português do Brasil tivesse aproveitado e traduzido diversos nomes, como do gato e parceiro de Stella, Daffodil. Perdido na tradução do inglês, Daffodil é o nome para narcisos, as flores consideradas como flores para túmulos.
Sua simbologia cultural vai além de homenagear aqueles que já nos deixaram e também serve como símbolo para diversas instituições de câncer pelo mundo, entre elas uma australiana, uma irlandesa, e outra em homenagem à cientista Marie Curie. O próprio chapéu de Stella, além de seu gato, representa uma dessas flores com seu formato pontiagudo peculiar. Seria muito mais legal jogar com a tradução e o gato se chamar Narciso! Acredite, todos esses detalhes devem ser observados em Spiritfarer!
Por fim, pelo lado visual e temas presentes em várias ilhas do jogo, é impossível não comparar o traço e as animações de Spiritfarer com os do Studio Ghibli – produtor de A Viagem de Chihiro e de Meu Amigo Totoro. Aliás, se esta combinação fizer – ainda que pequena – parte de sua vida, Spiritfarer tem tudo para ser um jogo marcante e impossível de “desver” a composição do jogo.
Jogabilidade para atender a narrativa
Muitos associaram Spiritfarer com um jogo de jardinagem com um fio condutor além do mero simulador social e com ênfase em um objetivo maior. Inclusive o excelente canal de games Nautilus o considerou como um “jogo de jardinagem diferente” ou “um jogo de jardinagem para quem não curte jogos de jardinagem”. Pra mim, alguém louco com Stardew Valley (só checar a biografia abaixo!) e que gosta de Harvest Moon e similares, essa visão é uma simplificação exagerada de afazeres secundários de Stella.
Claro, Spiritfarer conta com estas mecânicas, como plantar, colher, tecer fios e tecidos, fundir metais, entre outros. Ainda assim, elas ficam distantes do foco, que está na narrativa amparada pela gestão de recursos e de relações sociais.
Aliás, as mecânicas semelhantes inspiradas em jogos de jardinagem rapidamente deixam a desejar e já explicarei o porquê.
Uma ferramenta versátil para todos os trabalhos
Primeiro, vamos falar de sua função como a Barqueira dos Espíritos. Ao começar Spiritfarer, Stella recebe a Luz Eterna de Caronte – uma “bola” de luz pertencente àquele que for o Barqueiro dos Espíritos e que guarda a capacidade de se transformar em qualquer ferramenta.
Na hora certa, a Luz Eterna será os remos do barco, o pente de seu tear, a picareta em uma mina e até mesmo as luvas de forno na cozinha.
Já no início, ao encontrar a primeira alma perdida, Gwen, ela te indicará um barco que pode ser usado como “arca dos espíritos”. Sua primeira tarefa viajar ao estaleiro do tubarão Albert para remover o entulho e poder começar a construir cômodos sobre a arca.
Para construir novas instalações para os espíritos, é obrigatório ter os materiais necessários, que são muitos! Madeira de pinho, ferro, garrafas, vidro, zinco, linho, seda, uma infinidade! Assim, alternar entre a projeção cartográfica e descobrir novos lugares com materiais indígenas de cada ilha será grande parte de Spiritfarer.
Desta forma, novas instalações serão abertas e, aos poucos, novos espíritos perdidos serão encontrados. No meio das navegações, você deverá realizar várias tarefas para os espíritos (faz parte do “completar a existência”) e tantas outras secundárias, que resultam em novas habilidades para Stella e Daffodil, como um salto duplo ou planar.
A jardinagem (também a mineração e a pescaria) com fins culinários
Spiritfarer, como disse, dá a impressão de ser um jogo de jardinagem tal como Stardew Valley. De fato, a cara região descoberta, você terá acesso a novos ingredientes e sementes para usar na cozinha e nos campos respectivamente.
Bom, algumas sementes podem ser diretamente colocadas no fogão, assim como produzem óleos ou farinhas se levadas ao moinho, por exemplo. A diversidade de receitas e combinações possíveis é enorme.
Outra fonte de materiais são os diversos eventos perdidos pelo oceano e que acontecem a depender se você já encontrou o espírito que serve de gatilho para tal evento. Desta forma, se você deixar algum espírito para muito tarde no jogo, em breve perceberá que há uma escassez em certos materiais.
Em Spiritfarer, contudo, seu objetivo parece ser a gestão do relacionamento com sua tripulação, que possuem medidores de felicidade e precisam concluir suas pendências nesta espécie de limbo oceânico. Durante a estadia de cada espírito, é pré-requisito estar atento às dicas e oferecer-lhes os pratos favoritos – nunca repetindo uma mesma refeição duas vezes seguidas.
Minha suspeita para Spiritfarer ganhar notoriedade e parecer permanecer a este gênero é um desequilíbrio interno do projeto do jogo, problemas ofuscados pela belíssima arte que logo envolve o jogador.
Problemas que a beleza esconde (e outros que ela evidencia)
Tanto no barco, quanto a cada desembarque, a Luz Eterna se transformará na ferramenta imprescindível para o contexto. Tudo bem. Alguns pontos exigem aliviar dragões – neste caso, serpentes marinhas gigantes – de suas dores, minerando o calcário ou qualquer elemento sobre suas escamas.
Diferentemente dos típicos jogos de jardinagem, a Luz Eterna não é constantemente atualizada. Você encontrará uma melhoria para ela durante o jogo. Isso é diferente de dizer que novas habilidades aparecerão – elas frequentemente surgem quase como em um metroidvania.
E acredito que o jogo mais lembra um metroidvania do que um jogo de jardinagem ou até mesmo de relacionamentos ou de gestão de recursos – tudo porque sua principal barreira será, frequentemente, uma habilidade nova ou adquirir uma atualização para seu barco que te permita aventura-se mais e mais pelo oceano e por trás de barreiras de gelo e de neblina.
Como sua principal forma de movimentação é marcar o destino na projeção cartográfica e esperar o barco completar seu percurso – que, aliás, só navega durante o dia e para à noite para que os espíritos possam dormir tranquilamente – frequentemente você ocupará seu tempo em tarefas mundanas no barco.
Logo, dependendo de quão longe você está em Spiritfarer e das necessidades para se avançar, toda sua capacidade recreacional está contida no barco enquanto estiver transitando. Por isso, otimizar o tempo durante viagens é fundamental – pesque, cozinhe, seja o que for. Raramente mandei Stella dormir, pois é justamente à noite que você tem tempo apenas para progredir e sem ter que atender demandas dos espíritos.
Spiritfarer sofre, assim, de problemas de ritmo e de progressão. Em alguns momentos, assumo, é melhor desacelerar e conferir sua tripulação; saber aguardar a chegada do destino. Mas a navegação está longe de ser um sistema ideal e, se o jogo não mascarasse tão bem tudo por baixo de sua escrita e beleza, talvez não fosse nem mesmo bom.
Outro incômodo que surge (mais uma vez em decorrência do toque artístico do jogo) é a interface limitada. A fonte é extremamente pequena em vários momentos, principalmente nas notas e descrições dos itens. Existem várias melhorias que poderiam ser feitas, como ao entrar numa loja e ver quanto de cada item você já tem no inventário.
Lembra que comentei sobre uma única melhoria para a Luz Eterna durante todo o jogo? A natureza quase “metroidvanesca” de Spiritfarer faz com que este aperfeiçoamento (que melhora a força das ferramentas, exigindo menos movimentos) seja tardia ou aleatoriamente encontrada durante a campanha (ou ainda encontrada, como no meu caso, somente no pós-jogo).
Existe, finalmente, um outro agravante para o ritmo errático do jogo: a possibilidade de jogar cooperativamente.
Spiritfarer em cooperativo – um jogo bem diferente
Se, por um lado, sempre tento jogar em modo cooperativo – já que a diversão social é quase sempre maior do que jogar sozinho, por outro, é fundamental que qualquer jogo com suporte a modos cooperativos esteja equilibrado.
Spiritfarer já sofre com esse desequilíbrio – e, agora, acho que até de uma crise de identidade – quando jogado por um único jogador. E é assim que outra pessoa assume o controle de Daffodil que defeitos de design do jogo e tantos outros mecânicos surgem.
Vamos começar pelos problemas de desequilíbrio: um segundo jogador gera uma “crise” interna de superprodução, o que pode ser visto como algo bom, pois as tarefas são otimizadas e uma boa coordenação resultará em materiais sempre disponíveis.
Decidir a rota a seguir entre duas pessoas fica a cargo do acordo entre a dupla. Aqui ficou decidido que quem estivesse no controle de Stella seria a capitã ou o capitão da arca. Mas aí surgem alguns problemas derivados para os quais já deixo a proposta de solução: Spiritfarer deveria ter a tela dividida na horizontal durante sessões cooperativas.
Ao compartilhar o espaço singular, quando os dois personagens se afastam, a câmera se distancia e tudo vai ficando mais e mais minúsculo. Algumas das ações no barco, como cortar madeira ou acertar o meio-ponto do tear, se tornam impraticáveis.
Às vezes, o menu evocado por um pode se posicionar ao centro da tela, ocupando a maior área. Em outras ocasiões, a interface pode aparecer sobre o outro personagem, atrapalhando as tarefas. Por fim, sempre que um jogador for ao projetor cartográfico ou à mesa de trabalho para fazer melhorias, o outro fica impossibilitado de agir e será magicamente transportado para o local da ação, cancelando qualquer coisa que estivesse fazendo.
Estes são meros detalhes se comparados com alguns dos povoados. Tudo transcorre bem ao desembarcar, mas alguns edifícios não permitem a entrada de Daffodil no modo cooperativo – algo estranho, já que, ao desligar o segundo controle, o gato controlado pelo jogo pode entrar e sair tranquilamente. Desta forma, é impossível alcançar várias partes das edificações e das ilhas ao mesmo tempo, sendo uma frustração a obrigatoriedade de desligar e ligar o controle.
Quem estiver jogando com Daffodil também pode acabar perdendo parte da experiência, pois somente Stella pode conversar com os espíritos. Logo, enquanto estiver trabalhando em outras coisas, Stella naturalmente avançará com as tarefas e os pedidos de cada espírito. Daffodil pode, contudo, abraçá-los e alimentá-los, além de executar qualquer trabalho nas oficinas do barco e comprar em lojas.
Visuais e som
Não me aprofundei a respeito dos visuais e do som do jogo pois o trailer mostra praticamente tudo. As belas composições visuais e musicais são o principal atrativo do jogo, o reforço de que “a primeira impressão é a que fica”.
Já as comparei com os filmes do estúdio Ghibli e a influência é notável. Percebi alguns engasgos quando o movimento de zoom acontece abruptamente – sobretudo com os sprites de baixa resolução sendo mostrados enquanto versões melhores ainda carregavam. É fácil perceber isso durante a abertura, ficando de olho em Caronte.
Deixando de lado a beleza das animações e as cores vibrantes no constante ciclo de dia e noite, há – claro – as limitações da interface. Além do tamanho da letra, existe o incômodo dos menus no modo cooperativo, levando a crer que tal modo foi forçado (ou teve pouco carinho) durante o desenvolvimento de Spiritfarer.
As composições musicais e efeitos sonoros acompanham a estética e acompanham a ambientação e o tema. Os murmúrios e exclamações dos espíritos só perdem para o miado de felicidade de Daffodil ao encontrar artefatos.
São principalmente melodias gostosas aquelas que crescem nos vários eventos – como a que acelera o crescimento das plantas a que toca durante a coleta de fragmentos em chuvas de meteoritos. Minhas guestões na lista oficial do Spotify é conferir as faixas 19 e 32, respectivamente Song of Growth (parece que o nome saiu de um Zelda!) e Meteoroids.
Considerações quase finais – o que gráficos e mecânicas não mostram
A beleza e o jeito que Spiritfarer expõe sua temática são fáceis de perceber e de se impressionar. E talvez sejam estes os grandes encantos de Spiritfarer: absorver sua jornada emotiva e apreciar sua beleza.
Isso se faz conhecendo cada personagem, mesmo que falem sempre muito, muito, muito, e pescando ao pôr do sol com a luz entre as nuvens. A cada abraço dado em um espírito com o qual você identifica alguém que conhece – ou um apelo ainda maior, alguém que conheceu – e, eventualmente, sabe que vai ver cada um partir.
O que afasta o jogo de um julgamento mais cruel como jogo é que a experiência expositiva se sobrepõe. No resumir, jogar Spiritfarer parece estar em uma peça de teatro do oprimido, mas com longas intermissões (as viagens de barco). Ainda que não alcance todo seu potencial como jogo eletrônico, Spiritfarer só poderia existir mesmo como um videogame para causar este impacto singular.
Ao final de contas, até mesmo o errático ritmo pesa a favor da metáfora que o jogo traz para a vida, uma vez que ocupamos quase a maior parte do nosso tempo trabalhando e procurando a subsistência – somente para termos, muitas vezes, breves momentos de confraternização.
Vale a pena comprar Spiritfarer?
Spiritfarer oculta seus diversos problemas técnicos como um jogo eletrônico. Ainda assim, a experiência que o jogo traz é digna de ser vivida – principalmente para fãs de filmes do estúdio Ghibli. Sozinho ou com companhia? Minha sugestão é fazer ambas – já que é forma de aproximar alguém no tempo que nos é finito.
Apesar de todas as vezes que precisei desligar o controle para deixar Stella subir um edifício, apesar de ter sido arremessado aos ares por um erro de cálculo de energia do jogo e de precisar reiniciá-lo… São problemas pequenos quando comparados com a expressão única que Spiritfarer transmite. Não sei por quanto tempo o jogo vai me marcar, mas o passeio já foi suficientemente interessante para desacelerar e recordar várias despedidas minhas.
Justo antes de fechar o jogo, acho que foi inevitável parar por alguns minutos e tentar relembrar todas as pessoas ao meu entorno e em qualquer época que já partiram. A lentidão muitas vezes ajuda a absorver tantas informações e sentimentos. Aliás, o fardo de substituir Caronte na jornada como Barqueira dos Espíritos não foi curto: depende muito do estilo de jogo, mas, do início ao fim, Spiritfarer garante mais do que 30 horas de jogo.
Independentemente de crenças religiosas e espirituais, Spiritfarer é objetivamente sobre despedidas. É um exercício constante de despedidas, com viagens de barco no meio e tarefas mundanas, que nos privam do tempo em companhia, mas nos levam adiante para realizar objetivos na vida.
Mais sobre Spiritfarer
Jogo de aventura | Desenvolvido por: Thunder Lotus Games |
Um ou dois jogadores cooperativamente | Classificação: 10 anos |
Spiritfarer é descrito pela própria Thunder Lotus, sua desenvolvedora e editora, como um jogo de gerenciamento reconfortante sobre a morte. Como a barqueira do além, seu papel é de construir um barco para explorar o mundo, cuidar de seus amigos espíritos e guiá-los por mares místicos para que sigam adiante após completarem sua existência. O jogo foi desenvolvido com o auxílio financeiro do Fundo para Mídia do Canadá e por Kowloon Nights, um fundo global para desenvolvimento de jogos.
Spiritfarer foi aclamado pela crítica graças às suas artes feitas a mão e bela jornada.
A opção mais barata para curtir o Spirtitfarer é pela Microsoft Store – além de contar com o recurso Xbox Play Anywhere, que permite alternar o progresso entre computador com Windows 10 e Xbox One, o jogo está no catálogo do Xbox Game Pass.
Para os computadores, você pode escolher sua loja digital de preferência: Spiritfarer está com o mesmo preço na Steam, GOG e Epic Games Store. Para comprar o jogo digitalmente no Nintendo Switch, é preciso usar a eShop estadunidense. Por fim, o jogo também faz parte do catálogo do Google Stadia.
É possível adquirir Spiritfarer nas seguintes plataformas:
Especificações para PC
Mínimo | Recomendado |
Sistema Operacional (Windows, macOS, Linux) 64 bit | (Windows, macOS, Linux) 64 bit |
Placa de vídeo 1 GB e compatível com DirectX 10 | 4 GB com DirectX 11 |
Processador Dual Core (3,00 GHz) | não disponível |
Memória RAM 4 GB | 8 GB |
*Review elaborada em Xbox One com código fornecido pela Thunder Lotus Games.
Pizza Fria
Reviews, notícias e tudo sobre o mundo dos gamesPor Carlos Maestre, Pizza Fria
Atualizado em 22 Out 2020.