Guia da Semana

Imagine um jogo que consiga unir pinturas incríveis com uma pitada de humor à la Monty Python e quebra-cabeças arrojados? Pois é, dessa mistura inusitada surge The Procession to Calvary (que é também o nome de uma pintura de Bruegel), um divertido game desenvolvido por apenas uma pessoa, Joe Richardson. O game foi lançado em abril de 2020 para PC, via Steam, e em dezembro do mesmo ano para iOS e Android. No entanto, agora em 2021, o título será lançado para Nintendo Switch, em 1º de julho, e para Xbox One, um dia depois. Há também a possibilidade de que o game chegue para PlayStation 4 em data posterior.

Mas enfim, o que esperar dessa inusitada mistura de arte renascentista, humor inteligente, diálogos hilários e quebra-cabeças complicados? Todos esses detalhes serão observados aqui, em mais uma análise do Pizza Fria!

Bem-vindo ao louco mundo de The Procession to Calvary

The Procession to Calvary começa já demonstrando toda a sua graça em várias perspectivas. A personagem que controlamos é nada mais, nada menos, que Belona, personagem pintada por Rembrandt conhecida na mitologia romana como a deusa da guerra para os etruscos. A personagem, sedenta por matança, descobre que a Guerra Santa chegava ao fim e que desta forma, ela não teria mais utilidade. Porém, o novo rei, John, o Imortal, deu a ela o objetivo que ela queria: matar o tirano celestial Peter, que conseguiu fugir com vida.

Porém, para encontra-lo, você terá uma longa jornada, encontrando inúmeras obras de arte que dão cor e vida ao divertido mundo do game, que é repleto de desafios, piadas engraçadas e quebra-cabeças bem complexos para serem resolvidos. Ah, e antes que eu me esqueça, Belona, nossa deusa da guerra, tem sede de sangue e deixa isso claro a todo momento; no entanto, caso você decida fazer isso e “cortar caminho” terá consequências que podem mudar o final da história. Portanto, a dica que dou é: JOGUE LIMPO! (Ou se lambuze e chegue bem mais rápido a um dos finais…)

The Procession to Calvary
O estilo do jogo é único! (Imagem: Reprodução)

Um estilo diferenciado que deu muito certo

The Procession to Calvary é um jogo de aventura hilário e inteligente. Isso por si só já é interessante e prende bastante a nossa atenção por cerca de duas horas ou até mais, dependendo da sua capacidade de resolver os problemas apresentados pelo jogo. Mas o que é mais incrível mesmo são as adaptações de diversas obras de arte em gráficos de alta qualidade, algo que torna o jogo em uma experiência divertida e, ao mesmo tempo, enriquecedora, dando o nome de cada uma delas. É um verdadeiro passeio no museu com um guia engraçadinho! Em alguns momentos até temos a oportunidade de ver Deus arquitetando (e programando) os detalhes do jogo.

Os quebra-cabeças, que são a parte que mais demandam raciocínio e dão o tom da jogatina, podem ser complexos, variando de jogador para jogador. Eu mesmo sofri para concluir o jogo, pois eram muitos detalhes para se perceber e eu confesso que não sou o maior fã do gênero. Mas nem por isso deixei de dar boas risadas com a jornada de Belona. Vale ressaltar que os diálogos são parte essencial de The Procession to Calvary, e ele infelizmente não conta com legendas em nossa língua, estando disponível apenas em inglês.

the procession to calvary
Eu adoro as referências… (Imagem: Reprodução)

Vale a pena comprar The Procession to Calvary?

The Procession to Calvary me prendeu bastante. Sou um pouco suspeito pra falar, pois sou apaixonado em arte (sou historiador da arte) e no estilo de humor de Monty Python. Aliás, se você não conhece o divertido grupo de comédia britânico, assista Life of Brian, talvez um dos filmes mais divertidos deles. Mas voltando ao jogo, ele traz um senso de humor inteligente que se mistura com os quebra-cabeças em uma narrativa consistente e executada de forma muito simples. Aliás, o jogo me surpreendeu justamente pela sua simplicidade e brilhantismo.

Custando apenas R$ 16,55 na versão para PC, via Steam, The Procession to Calvary é um título que vale muito a pena, sobretudo se você for fã de quebra-cabeças e desafios. Se você não for muito chegado (assim como eu), também vale dar uma chance só pela narrativa, as várias pinturas de Rembrandt, Botticelli e Michelangelo, e a linda trilha sonora, que conta com nomes como Vivaldi, Bach e George Frideric Handel.

*Review elaborada em um PC equipado com uma GeForce RTX, com código fornecido por Joe Richardson.

Pizza Fria

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Por Álvaro Saluan, Pizza Fria

Atualizado em 30 Jun 2021.