Guia da Semana

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O personagem do ator Jim Carrey sofre alguns apuros ao lidar com os pinguins, recebidos como herança.

Literatura e cinema sempre andaram de mãos dadas. Afinal, quando a história é boa, quase sempre vai parar na tela grande e se torna um sucesso de crítica e de público. A literatura infantil, em especial, também costuma ser fonte de inspiração para a sétima arte. Um dos últimos exemplos dessa safra é o longa-metragem Os Pinguins do Papai, que estreou no país em 1º de julho. A trama desta comédia, estrelada por Jim Carrey, foi adaptada da obra infantil Os Pinguins do Sr. Popper (Editora Intrínseca), escrita pelo casal Richard e Florence Atwater em 1938.

No livro, acompanhamos a vida do Sr. Popper, um pintor e decorador de paredes bastante sonhador, que vive numa cidade pequena e 'devora' livros e filmes a respeito dos grandes exploradores dos polos Norte e Sul. Ao escrever uma carta para o almirante Drake, renomado explorador da Antártica, recebe como presente um pinguim de verdade. Sentindo que o bicho está triste, ele logo arranja uma companheira para o animal e, dessa união, nascem dez pinguins, que mudam drasticamente a vida de toda a família.

Em sua adaptação hollywoodiana, o diretor Mark Waters aproveita pouco do homólogo literário e modifica bastante o personagem principal. Isso porque no filme, em vez de pintor de casas, o Sr. Popper se torna um magnata imobiliário ambicioso e frio, que vê sua vida do avesso e reencontra valores familiares graças aos seis pinguins que recebe de herança do pai. Com os animais, ele vê a chance de se reaproximar da ex-mulher e dos dois filhos do casal.

De olho nessas adaptações, o Guia da Semana separou uma lista com outros livros infantis que se tornaram sucesso nas telonas. Delicados, sensíveis e com uma ótima história para contar, esses longa-metragens tornaram-se uma ótima opção para ver e rever ao lado dos pequenos e também de toda a família. Confira!

O Mágico de Oz (1939)

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A menina Dorothy conhece muitos amigos especiais durante sua jornada de volta para casa.

O escritor norte-americano Lyman Baum lançou sua obra-prima, O Maravilhoso Mágico de Oz, em maio de 1900. Considerado o primeiro grande romance da literatura de fantasia norte-americana, a obra vendeu mais de 100 mil exemplares em apenas dez meses e empolgou crianças de todas as idades com as fabulosas aventuras de Dorothy, a menina levada por um ciclone para uma terra mágica, onde encontra personagens incríveis como o Espantalho, o Homem de Lata, o Leão Covarde e o Mágico de Oz.

Depois de virar um musical para a Broadway, a história foi transformada em filme mudo no ano de 1925. Porém, a versão mais famosa foi realizada em 1939: o grande musical estrelado por Judy Garland como Dorothy. Apesar de antiga, essa fantasia não tem nada de infantiloide e continua sendo um ótimo filme para a nova geração de crianças.

A Fantástica Fábrica de Chocolates (1971 e 2005)

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Willie Wonka (Gene Wilder) e seus famosos funcionários, os Umpa-loompas.

Quando criança, quem nunca sonhou em encontrar um vale-brindes nos doces e chocolates, ainda mais se tal achado fosse um ingresso para o mundo encantado de uma Fábrica de Chocolates? Baseado no livro Charlie e a Fábrica de Chocolate, com adaptação para o cinema do próprio autor Roald Dahl, o filme é um conto de fadas para crianças e adultos, recheado de piadas, referências e citações. A história tem início quando Willy Wonka (Gene Wilder), recluso por anos em sua fábrica de chocolate, anuncia que cinco sortudos terão a chance de fazer um tour pelo local e ver de perto os segredos de seus doces maravilhosos.

Melhor do que isso: um dos visitantes ganhará suprimentos do chocolate Wonka para toda a vida. Para selecionar os candidatos, cinco bilhetes foram aleatoriamente colocados dentro das embalagens dos chocolates, transformando Wonka numa verdadeira febre mundial. O pequeno e pobre Charlie, além de mais quatro outras crianças, consegue encontrar os "bilhetes dourados". Na verdade, o passeio é uma espécie de provação, onde a criança só sai vitoriosa se não violar nenhuma das regras impostas por Wonka. Ensina grandes lições. O filme ganhou uma nova roupagem para as telonas em 2005, com direção de Tim Burton e Johnny Depp no papel principal.

O Menino Maluquinho (1995)

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O famoso personagem de Ziraldo também foi sucesso nas telonas.

Em 2010, o livro, do cartunista Ziraldo, completou 30 anos em plena forma e se tornou um clássico da literatura infantojuvenil. Protagonizado por um garoto arteiro, mas que traz em si uma felicidade contagiante e está sempre inventando histórias, compondo pequenos versos, algumas melodias e criando novas brincadeiras e traquinagens.

O filme foi dirigido por Helvécio Raton e teve mais duas continuações. Vale a pena assistir com os pimpolhos porque Ziraldo nos fala sobre o "ser criança" de uma forma alegre, descompromissada, como a própria infância, partindo do ponto de vista das próprias crianças.

As Crônicas de Nárnia: O Leão, A Feiticeira e o Guarda-Roupa (2005)

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Filme foi a primeira versão cinematográfica da série.

O escrito C. S. Lewis escreveu a série de livros As Crônicas de Nárnia entre 1949 e 1954. O primeiro livro a ser publicado foi O Leão, A Feiticeira e o Guarda-Roupa, sendo que o autor não tinha a intenção de produzir uma série literária. Por isso, ao escrever os outros livros, Lewis aproveitou para retomar partes anteriores da história e preencher as lacunas deixadas na primeira obra. No total, a série vendeu mais de 120 milhões de cópias em 41 idiomas.

Em O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa, conhecemos a história de quatro crianças: Pedro, Susana, Edmundo e Lúcia Pevensie, que, através de um antigo e misterioso guarda-roupa, chegam ao mundo de Nárnia, um exuberante país que enfrenta um terrível e prolongado inverno, imposto pela falsa rainha do país (a Feiticeira Branca), e que já completava cem anos. Com a ajuda do grande e poderoso leão Aslam, os irmãos Pevensie devem derrotar a terrível bruxa e trazer a paz de volta à Nárnia e a todos os que nela habitam.

O Fantástico Senhor Raposo (2009)

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O galã George Clooney dubla o senhor Raposo.

Além de A Fantástica Fábrica de Chocolate, o autor Roald Dahl teve outros livros adaptados para o cinema. Um deles foi a fábula Raposas e Fazendeiros, que deu origem ao filme O Fantástico Sr. Raposo, de Wes Anderson. Na história, o Sr. Raposo se vê diante de uma guerra contra três fazendeiros poderosos e malignos. Tudo isso porque o animal rouba galinhas e gansos das três fazendas.

Para vencer a luta, contudo, o Sr. Raposo precisa se apegar à sua essência: suas qualidades de raposa e sua natureza caçadora - ainda que matar galinhas pareça "errado", o autor afirma a necessidade e instinto do bicho, que regem suas caçadas. Embora muita coisa do filme não esteja presente no livro de Dahl - como a questão pai e filho e mais da metade da história - Anderson é bastante fiel ao espírito de audácia e anticonformismo que o escritor prega através de seus personagens, tanto aqui, e em outros livros, como A Fantástica Fábrica de Chocolate. São histórias centradas em pessoas em busca de sua identidade, mesmo que outros fatores tentem impedir.

Atualizado em 18 Dez 2012.