Guia da Semana

Foto: Getty Images

Outro dia tocando em uma casa noturna em São Paulo me fiz uma pergunta intrigante. Qual música vende champanhe? (sim, a bebida champanhe). Não sei se seria um som super sofisticado, inovador e interessante ou talvez algo brega, clichê e popular, mas a questão é: ser DJ se resume a vender algo?

O rapaz que se dizia sócio do tal clube queria insistentemente que eu tocasse algo para vender as tais champanhes de R$ 500,00 cada. Mas será que a noite está direcionada a isso? Pessoas que ao invés de sair para se divertir, celebrar vida e ouvir boa música estão travando batalhas para ver quem compra, bebe ou desperdiça mais desta bebida que na minha opinião é o drinque da celebração? Sim, algumas estão e fui testemunha de garrafas indo e vindo, fazendo da festa uma guerra desenfreada, da qual o camarote sempre compra mais.

É triste pensar que a noite dos clubes, que tanto amamos, está galgada a qualquer coisa que não seja música. Mas ao contrário do que imaginei, isto são casos isolados, de casas sem o menor preparo e conceito; aliás vender champanhe é o seu conceito, o que faz com que acabem sobrevivendo poucos meses neste mercado duro e, às vezes, ingrato.
Na mesma noite, do outro lado da cidade dentro do cenário que nem acho tão underground assim, não pelo som, mas pela atitude, vi a celebração em seu ápice maior na pista de dança, com pessoas cultuando música, vida e diversão pela disputa mais legal de todas. Serem felizes! E o mais legal, também havia a polêmica do champanhe, em proporções menores é claro, mas consumida com elegância e sabedoria.

A noite quem faz é você e o DJ, é claro!

Quem é o colunista: Julio Torres.

O que faz: DJ, Produtor, Label Manager e Designer Grafico nas horas vagas.

Pecado Gastronômico: Qualquer prato que acompanhe um bom Vinho.

Melhor lugar do mundo: Brasil.

Fale com ele: [email protected] ou o siga no twitter.

Atualizado em 26 Set 2011.