Guia da Semana

A música é um reflexo direto das mudanças na sociedade de uma determinada época. Para entender a sua influência na História, montamos uma cronologia desde os tempos de Elvis até o fenômeno teen Justin Bieber. A grande verdade é que o pop sempre foi e é até hoje um reflexo dos períodos em que mais fizeram sucesso. Além, claro, de terem produzido algumas das músicas mais cantadas de todos os tempos. Veja os hits de cada época.

Década de 50
O período depois da Segunda Guerra Mundial trazia um bocado de esperança aos países que se envolveram diretamente no conflito. Compositores e cantores se destacaram no cenário com músicas mais leves, alegres e que faziam a galera dançar sem medo de ser feliz. Elvis Presley, o eterno rei do rock, é o grande ícone da época. Ele, que arrebatou e arrebata fãs desde aquela época, é chamado de pai do rock, mas seu ritmo mais dançante e menos agressivo o fez ser, mesmo, um dos grandes cantores do pop. Logo no primeiro álbum, Elvis Presley, de 1956, ele já diz a que veio. Hits como Tutti Frutti e Blue Suede Shoes arrastaram multidões. Love me tender surgiu um ano depois, embalando muitos casais nos bailinhos por todo o mundo. Foi ele que praticamente trouxe alguns dos conceitos básicos do pop: batida mais leve, para todo mundo dançar, e acompanhada por letras simples de cantar.

Década de 60
A juventude norte-americana vinha com tudo, surfando na prosperidade do pós-guerra e na ideia da liberdade. Os compositores entenderam o recado e passaram a produzir músicas com uma pegada mais sensual. O Soul e o Rhythm & Blues foram dois dos ritmos que ficaram muito fortes nesse período. A gravadora Motown foi a grande responsável pelo lançamento de lendas, como Marvin Gaye, que despontou no cenário musical nessa época, e trouxe a I Heard it Through the Grapewine. O grupo The Temptations arrasou corações com a inesquecível e romântica My Girl, de 1964, mas que ficou muito mais conhecida com o filme do mesmo nome, de 1991, com o casalzinho fofo Anna Chlumsky e Macaulay Culkin nos papéis principais. Já com uma pegada mais poética, Bob Dylan já era um assombro nos anos 60. A sua famosíssima Like a Rolling Stone, de 1965, foi considerada pela revista Rolling Stone em 2004 como a melhor música de todos os tempos, e a que melhor traduziu o espírito pop.

Década de 70
Foram anos efervescentes. Os jovens que nasceram nos anos 50 eram aqueles que protestavam a favor da liberdade em todo o mundo. A liberdade sexual foi particularmente marcante: a pílula anticoncepcional e o "amor livre" pregado pelos hippies foram marcas registradas da época. Isso se refletiu nos ritmos que surgiram e estouraram. O pop pegou emprestado da discoteca as batidas mais eletrônicas e as incorporou à sua melodia. O filme Grease, estrelado por John Travolta e Olivia Newton-John, trouxe os passinhos de dança para a pista, bailinhos e festinhas afins. A memorável You're the One that I want, que faz parte da trama e é um dos seus pontos altos, é um exemplo. Mas os anos 70 ficaram na história também pela revelação de outras sumidades da música pop. O grupo sueco Abba vem com Dancin' Queen, que até hoje é cantada em uníssono nas festas e baladas. Os ingleses do Bee Gees também levantaram a galera com a lembrada Stayin' Alive. Foi quando as mulheres passaram a fazer parte do panteão das celebridades da música. Cher, nos Estados Unidos, foi a precursora das cantoras pop dos anos seguintes. Ela misturava figurinos exuberantes com suas músicas de ritmos variadíssimos. Um clipe memorável é o da música Half Breed, de 1973. Com um corpo impecável, ela está vestida como uma índia cherokee. Qualquer semelhança com a produção dos clipes da Lady Gaga não é mera coincidência.

Década de 80
Muitas das ditaduras dos países em desenvolvimento, como o Brasil, caíram nesse período. Os ares de "sem censura" eram respirados depois de décadas de repressão. E foi também nesse período que a tecnologia começou a ficar mais presente na vida das pessoas - e na música também. As batidas iam dos sons eletrônicos a uma pegada com mais rebolado e um pouco de rock mais romântico marcaram a década. Símbolos como Cyndi Lauper, Prince, Duran Duran, Simply Red, Pet Shop Boys, Paula Abdul, Whitney Houston e George Michael, para citar alguns, estavam sempre entre os mais tocados nas rádios. Mas foi nos anos 80 que surgiram os dois deuses do pop. Um deles foi Michael Jackson, que já mostrava seu talento no final da década de 70, estourou com o seu álbum Thriller, considerado o mais vendido de todos os tempos. Também, com Beat it, Billie Jean e Thriller, não teve para ninguém. A outra, eterna e musa, é Madonna. Um verdadeiro ícone da liberdade feminina, ela abalou as estruturas com Like a Virgin, Material Girl, Holiday e La Isla Bonita - sempre com um olhar mais sedutor e roupas idem. E isso era só o começo.

Década de 90
Foi a década da globalização, quando a comunicação entre as pessoas de todo o mundo ficou muito mais fácil. A internet chegou de vez e o telefone celular permitiu telefonar e receber ligações fora de casa. Essas tecnologias todas foram - e ainda são - dominadas pela galera mais jovem, que entende como funciona os computadores e seus programas. Os cantores pop mais famosos da época, também jovens, mostravam o que a moçada mais gostava: namorar, se apaixonar, dançar e ser feliz. As boy bands voltaram com tudo. New Kids on the Block, Backstreet Boys e os loirinhos dos Hanson fizeram muitas adolescentes suspirarem. Mas o lado romântico estava mais em alta do que nunca. Mariah Careh e Celine Dion transpiravam amor e paixão - Celine pegou carona no megassucesso do filme Titanic e alavancou sua My heart will go on para o topo das paradas. Ah, sim, Madonna e Michael Jackson ditavam tendências. Ela, com o seu Erotica, trazia clipes para lá de sensuais - cenas de sadomasoquismo e relacionamentos homossexuais eram parte do roteiro. Já ele arrasou nos efeitos especiais em Black and White, Remember the time e Scream.

Anos 2000
Tudo ao mesmo tempo agora: a guerra contra o terrorismo, a internet de banda larga, o comércio eletrônico, GPS e os iPhones, iPods e iPads mostram que a tendência é nunca ficar desconectado. As redes sociais trazem para mais perto os amigos que estão distantes - e outros nem tão distantes assim - e a era da exposição da privacidade começa. É quando fica muito mais fácil acompanhar tudo o que os papas do pop andam fazendo. Britney Spears estourou nas paradas com o Baby one more time e I'm a slave 4 U. Mas outras celebs entraram forte: Pink, Rihanna, Beyoncé e, mais recentemente, Lady Gaga e Ke$ha. Dois Justins arrastam multidões: o Timberlake, com Sexy Back, e o Bieber, com a marcante Baby, baby são os representantes masculinos. Ao mesmo tempo, foi em 2009 que faleceu o rei do pop Michael Jackson. Mesmo longe das gravações e grandes badalações, estava ensaiando sua turnê This Is It e já havia marcado uma série de shows na Inglaterra. Por outro lado, Madonna se reinventa, com o álbum Celebration que, na verdade, é um greatest hits produzido com todo o cuidado: ele vem com seus sucessos essenciais da sua carreira, como Vogue, Like a virgin, Frozen, Hung Up e a inédita Celebration.

Atualizado em 1 Dez 2011.