É o que revela uma recente pesquisa do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia (SP). Segundo o estudo, 40% das pessoas que fazem dieta a iniciam sem nenhum tipo de acompanhamento. Deste total, 63% são mulheres e a grande maioria está na faixa etária entre 18 e 30 anos. Foram entrevistadas 1.500 pessoas em oito capitais do país das classes A e B.
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| Dietas online: Google é fonte de pesquisa para emagrecimento |
Uma das explicações possíveis para este número pode estar na pressa em se obter resultados rápidos. Segundo Daniel Magnoni, nutricionista e coordenador da pesquisa, "as pessoas querem uma fórmula simples e fácil. Procurar um médico significa consultas e exames, e isso elas não querem".
Quem faz dieta sem acompanhamento clínico costuma seguir a receita tradicional: fechar a boca! Cortam a quantidade de calorias pela metade. Muitos, aliás, chegam ao jejum. Para o chefe de nutrição, este, definitivamente, não é o melhor caminho. Segundo ele, "devemos restringir calorias e nutrientes de forma proporcional".
Outro importante ponto é o risco que representa fazer uma dieta sem orientação especializada. O médico alerta que "a prática pode causar desnutrição, distúrbio de eletrólitos, gastrite, entre outros males".
Tempos atrás, a dieta do carboidrato era moda entre os que queriam perder peso. Consistia, basicamente, em ingerir proteínas (encontrada na carne, no leite) e cortar pães, massas, batatas, entre outros alimentos.
O apresentador Jô Soares foi um dos que fizeram e obtiveram bons resultado. Já que havia dado certo com o simpático gordinho, muita gente acreditou que a técnica era Universal, ou seja, aplicada a todos.
Maria Fonseca, jornalista, percebeu que não era bem assim. Na adolescência, decidiu se aventurar. "Eu conhecia diversas pessoas que tinham feito esse regime com acompanhamento e tinham emagrecido muito. Com pouco mais de um mês que eu estava seguindo, comecei a passar mal. Minha pressão, que já é muito baixa, despencava. Desmaiei duas vezes no meio da rua".
Após uma consulta, a jovem descobriu porque para ela o resultado havia sido negativo. Um problema genético em seu fígado impede a quebra da molécula da gordura. Hoje, não pode nem pensar em consumir leite, queijo e uma extensa lista de alimentos.
Rosilene Lima, pscicóloga e diretora do Programa de Emagrecimento Saudável, também faz um importante alerta sobre os riscos de emagrecer por conta própria. Para ela, "qualquer restrição severa na alimentação coloca o individuo em um patamar de riscos orgânicos que podem levá-lo à doenças diversas e até mesmo à morte."
Comece direito
Pouca gente sabe, mas uma dieta (seja para emagrecer ou ganhar peso) deve ser individual. Não há uma correta, mas a indicada para cada um. Por outro lado, também não quer dizer que essa ou aquela não irá dar certo. Assim, o correto é orientação especializada e exames clínicos.
| Exames que seu médico poderá solicitar Glicemia: Colesterol: HDL-colesterol: LDL-colesterol: Triglicerídeos: TSH: Tireóide |
De início, é importante saber se você necessita, mesmo, perder ou ganhar peso. Parece incoerente, mas basta lembrarmos que quem sofre de anorexia sempre acha que precisa emagrecer. Um método simples e que encerrará a dúvida é o IMC (Índice de Massa Corporal), criado pela Organização Mundial de Saúde. É importante ressaltar que, seja qual for o resultado, a palavra final de um profissional ainda é essencial, pois o teste não diferencia massa magra de gordura.
É simples: basta dividir seu peso por sua altura em m2. Qualquer resultado acima de 25,0 já indica sobrepeso. Abaixo de 18,5, a pessoa está muito magra e carece também de acompanhamento clínico. Entre estes dois números, a relação peso x altura é considerada boa.
Já sob orientação médica, é hora de um programa individualizado de emagrecimento. O especialista deverá solicitar alguns exames. Um dos principais é o da Tireóide. Ele é a chave para entender porque, em alguns casos, a pessoa não consegue perder peso, mesmo fazendo uma alimentação balanceada.
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| Foto: www.sxc.hu |
Ainda de acordo com a psicóloga, alguns pequenos hábitos podem ser aplicados a todos. O principal é a "restrição às gorduras animais saturadas e aos açúcares refinados". Novamente vale lembrar que até mesmo nestes casos o radicalismo não é indicado, a não ser por ordens médicas.
Essa dá certo...
Quando se deseja perder peso, médicos, revistas ditas especializadas e qualquer entendido no assunto são unânimes em um ponto: exercícios físicos. Não há como perder gordura sem queima de calorias. Entretanto, os cuidados ao se iniciar uma prática esportiva também devem ser os mesmos quando se começa uma dieta, a busca por orientação profissional.
Para perder aquela barriguinha, muita gente inicia, geralmente aos finais de semana, algum tipo de esporte. Futebol e corrida de rua são os mais praticados. Porém, essas pessoas estão correndo um risco ainda maior em relação aos que levam uma vida sedentária.
O personal training Edson Adriano de Paula explica que antes de qualquer esporte, uma avaliação física é fundamental. O principal teste feito nesta etapa é o cardiovascular. Ele irá revelar, entre outras coisas, se a pessoa é hipertensa, o que poderia levá-la à morte em cima de uma esteira ou de uma bicicleta ergométrica, dependendo da intensidade do exercício.
E engana-se, porém, quem acredita que estes riscos estejam ligados somente ao coração. Exames em outras partes do corpo, como joelho e tornozelos, também são importantes. O instrutor lembra do caso de um aluno que contraiu uma tendinite ao exagerar nas corridas aos sábados e domingos. "O rapaz chegou à academia já com o problema. Ele começou a correr, mas estava muito acima do peso. Isso prejudicou seu tornozelo. Aqui, recomendei, primeiramente, caminhada moderada na esteira, para depois uma corrida leve", comenta.
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Atualizado em 7 Ago 2012.

