Foto: Divulgação |
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Ser bisneta, neta e filha. Isto tem um peso.
Carrego dentro de mim genes, jeitos e trejeitos herdados há gerações.
Todos nós carregamos, uns passam a vida sem perceber, outros passam a vida percebendo e outros, ainda, passam tentando fugir disso.
O fato é que temos uma herança. E ela é incrível. Sem que percebamos, ela vai se apoderando de nós e, quando nos damos conta, já somos quem somos!
Bem, eu sou filha de pai brasileiro, descendente de poloneses e ucranianos e mãe marroquina, descendente de marroquinos.
Daí que hoje, sou uma cozinheira como eram meus avós e minha mãe. Eles nasceram no Marrocos, em Tanger e Rabat, e foram para Paris, em 1956, quando o país tornou-se independente. Quando minha mãe tinha 15 anos, vieram ao Brasil e assim, meus pais se conheceram. E eu nasci.
O fato é que a culinária marroquina, uma das mais conceituadas e sofisticadas do mundo, é passada somente de mãe para filha. Não existe uma escola. E eu tive esta sorte!
Nascida em berço esplendidamente africano, herdei a sabedoria do uso das especiarias, das combinações entre o salgado e o doce na dose certa, no gosto pelas caças e pela feitura do famoso chá digestivo, uma mistura de ervas secas verdes e o frescor do hortelã com a essência da água da flor da laranjeira! Os doces feitos um a um com uma mistura de amêndoas trituradas, nozes e tâmaras com mel.
Que DNA saboroso!

O que faz: É chef do restaurante Tanger.
Pecado gastronômico: Profiteroles.
Melhor lugar do Mundo: Minha casa!
Fale com ela: ariela @restaurantetanger.com.br
Atualizado em 7 Ago 2012.