Guia da Semana

Foto: Arquivo Pessoal
Não se deixe enganar pela simplicidade da cidade: os restaurantes de San Pedro de Atacama escondem deliciosos segredos

Na última coluna falei da viagem a Santiago e de suas atrações gastronômicas.

Saindo da capital chilena e indo mais ao norte, temos a cidade de San Pedro de Atacama. É lá que você encontra um dos desertos mais áridos do mundo, uma das paisagens mais fantásticas do planeta e um lugar imperdível para se conhecer.

San Pedro de Atacama é famosa pelo deserto e pelo salar que têm seu nome. E também pelas inacreditáveis paisagens que levam até a região. Ao chegar, você talvez se surpreenda com a simplicidade do local. A rua principal, Calle Caracoles, é de terra e deve ter no máximo três metros de largura. Por ali não passam carros e mesmo as bicicletas devem ser empurradas ao invés de pedaladas.

Mas é lá e nas suas imediações que você encontra os melhores e mais simpáticos restaurantes da região. A maioria tem pratos por volta dos cinco mil pesos chilenos, o que dá menos de R$ 20. Além disso, a oferta de vinhos e pisco sour, duas das bebidas mais festejadas do país, aflora em cada porta.

Quase todos os restaurantes da cidade oferecem o Menu do Dia, composto geralmente por duas ou três opções de entradas, outras tantas de prato principal, uma sobremesa e uma taça de vinho ou pisco sour. E tudo isso, sabe por quanto? Mais uma vez cerca de R$ 20.

Todos os restaurantes de San Pedro mantêm um bom padrão de cozinha, com boas opções de pratos, embora nenhum tenha grande destaque. Até mesmo o bar e restaurante Adobe, o mais conhecido e badalado da cidade, segue essa linha. Em geral, ele é o mais frequentado, até por ser o mais conhecido e ter se tornado uma referência do local.

A maioria oferece uma opção de carne vermelha, uma de frango e outra de peixe. Num determinado dia, o La Esquina, por exemplo, tinha creme de verduras, carpaccio de alcachofra ou salada sortida como entrada, frango grelhado, salmão com nozes ou filé grelhado de prato principal e acompanhamentos a escolher, entre batatas rústicas, arroz ou torta de couve-flor. Na sobremesa, mousse de chocolate e uma taça de vinho. Tudo isso por 5.500 pesos ou menos de R$ 20.

Se eu fosse você, já estaria arrumando as malas e procurando o melhor pacote de viagem para lá. Não consigo encontrar nada que deponha contra essa vontade irresistível. Para ajudar, os 10% de gorjeta não são obrigatórios. E, se você não se lembrar de incluir, muitas vezes eles nem chegam a pedir.

O bom humor do local é contagiante, assim como a animação dos funcionários que ficam circulando pelas ruas, convidando todos os pedestres a entrar e conhecer a casa. Eles funcionam como uma espécie de hostess despojados, oferecendo uma taça extra de vinho, um pisco sour e até mesmo uma cerveja.

Às vezes, eles vencem pela insistência, mas sempre com bom humor. Isso, porém, é compreensível. Se eu vivesse num lugar daqueles, também não saberia o significado da expressão mau humor.

Leias as colunas anteriores de Marco Esteves:

Repleta de atrações

E a moda pega...

Fora de São Paulo

Quem é o colunista: Marco Esteves, sempre o personagem de alguma crônica gourmet.

O que faz: É jornalista e redator publicitário.

Pecado gastronômico: quem nunca cometeu nenhum, que atire a primeira jaca.

Melhor lugar do Brasil: Depois que visitar todos, eu decido.

Fale com ele: [email protected]


Foto colunista: Alexandre Cappi / BrStock

Atualizado em 7 Ago 2012.