Guia da Semana

Por Vivian Ortiz


"Certa vez tive uma aluna, recém-casada, que queria muito fazer um bolo de chocolate para o marido. Durante a aula, ela tentou fazer três vezes a receita, sem sucesso. Na quarta tentativa, quando finalmente conseguiu acertar, no momento em que levantou a fôrma, o bolo virou e caiu no chão. Na hora, a moça chorava e ria ao mesmo tempo, até porque é completamente normal isso acontecer numa cozinha". Se, ao ler essa história contada pela culinarista Jaqueline Morais, você se identificou com a falta de talento culinário da aluna, talvez este seja o momento de procurar pelos serviços de um personal cooking.


Para quem ainda não conhece, esse tipo de profissional oferece aulas práticas de culinária, com temas pré-definidos e escolhidos pelo aluno, com o objetivo de ensinar algumas técnicas de cozinha que possam ser aplicadas por ele em seu dia a dia ou em uma data especial. "Entre os que procuram as aulas, vejo muitas recém-casadas e ainda aquelas pessoas que criaram o hábito de receber os amigos, para se reunir e compartilhar uma comidinha gostosa", conta Jaqueline, há nove anos no ramo.

Segundo ela, muitas alunas chegam completamente cruas e, por isso, iniciam aprendendo lições bastante básicas de cozinha, que vão desde cortar uma simples batata, até produzir um arroz e feijão básico. "Mas também recebo aquelas que querem aprender a fazer um prato um pouco mais elaborado para o marido, como um salmão grelhado com uma saladinha. No geral, temos um leque bem grande de receitas para ensinar".

Objetivos variados

A culinarista Fabiana Nachbal, que oferece os serviços de personal cook há mais de dez anos, diz que muitas pessoas procuram seus serviços quando estão passando por um momento de transição, em que precisam ou mesmo decidem, melhorar a alimentação e querem ter ideias novas para preparar os alimentos. "Também existe um público que já é vegetariano e quer aumentar as opções de receita e ainda aqueles que pretendem incluir mais vegetais na alimentação, mas que não sabem como preparar, por exemplo".

De acordo com Fabiana, o personal cook pretende despertar o interesse e a criatividade do aluno para a culinária, mostrando que é possível, sim, produzir pratos diferentes daqueles que o aluno está acostumado no dia a dia. "Tenho percebido que, logo na primeira aula, a pessoa consegue se soltar a ponto de não precisar mais de minha ajuda. Isso é bom e ruim, pois fico feliz pelo sucesso, mas perco a cliente, digamos assim", conta bem-humorada. "Na verdade, eu não perco porque a pessoa sempre acaba me indicando para algum amigo".

Preparando os utensílios

De maneira geral, o andamento de uma aulas com um personal cook é bastante parecido, mas pode variar um ou outro detalhe, dependendo do profissional que ensina. Tudo começa na contratação do serviço, quando a pessoa escolhe que tipo de gastronomia gostaria de aprender, podendo ir desde o mais trivial até a pratos mais sofisticados. Feito isso, se organiza uma lista de compras, que pode ser adquirida pelo professor ou pelo próprio aluno. "O número de pratos depende do grau de complexidade do preparo dos mesmos, mas em média são ensinados cinco receitas por aula, que tem duração de quatro horas", conta Fabiana.

A culinarista Katia Amaral, outra que oferece os serviços de personal cook, conta que as aulas são iniciadas com uma rápida explicação do tema escolhido. "Depois, as receitas são realizadas passo a passo, mostrando as técnicas e dando dicas que vão desde a elaboração até a apresentação final do prato. Por fim, entrego para o aluno uma apostila sobre as receitas elaborada detalhadamente".

Jaqueline Morais conta que, além da hora aula, costuma passar a opção do pacote de 10 aulas. "Além de ficar mais razoável em termos financeiros, a pessoa tem a opção de fazer a aula com sua secretária do lar, por exemplo, para ela aprender também". Em termos financeiros, o preço médio de cada aulas varia entre R$ 50 e R$ 250.

Novos horizontes

Fabiana, que é vegetariana há 18 anos, lista os prazeres dos alunos aprenderem uma culinária mais saudável, livre de qualquer alimento de origem animal. Segundo ela, as pessoas não imaginam que podem comer um kibe sem carne e até uma feijoada vegetariana onde, no lugar da carne, são utilizados diversos tipos de legumes e ainda salsicha vegetal ou carne de soja. "O que reparo é que as pessoas têm resistência com pratos que não são de carne, pelo simples motivo de não conhecer e, quando experimentam, acabam gostando", conta ela.

Como vimos, um dos principais objetivos do personal cook é fazer com que a pessoa se abra para a arte de cozinhar, sempre ressaltando a importância da variedade e do bom preparo dos alimentos. E se você, assim como a aluna do início da reportagem, também não sabe nem fazer o básico, esta é uma chance para aprimorar a técnica e começar a arrasar na cozinha.

Receitinha básica
Para te ajudar a tomar gosto pela arte da culinária, a personal cook Fabiana Nachbal ensina como fazer esta receita indiana, uma bebida doce à base de iogurte, que rende seis porções.

Lassi de Maracujá

Ingredientes:
½ litro de iogurte
½ litro de suco de maracujá (concentrado)
½ litro de água gelada
6 colheres (sopa) de açúcar
½ colher (chá) de cardamomo moído (especiaria indiana)

Modo de fazer: No liquidificador, bata todos os ingredientes até ficar homogêneo, se quiser acrescente gelo e sirva em seguida.

Dica: Substitua o maracujá por outra fruta: manga, abacaxi, uva, etc. Fica ótimo também!


Colaboraram:
*Jaqueline Morais - www.personalcooking.com.br
*Fabiana Nachbal - www.culinariadobeijaflor.com.br
*Kátia Amaral - [email protected]

Por Vivian Ortiz

Atualizado em 7 Ago 2012.