Guia da Semana

Uma vara, linha, anzol e isca. É tudo que você precisa para praticar o fly fishing (do inglês pesca com mosca), em que você arremessa a linha em movimentos ritmados imitando o pouso de insetos na água para atrair o peixe. "Mas usa moscas de verdade?" é a primeira pergunta que se faz quando se ouve falar do fly fishing. Não, mesmo porque seria muito difícil pegar uma para colocar no anzol. A mosca mesmo é somente o nome da isca nessa modalidade de pesca; e essa isca é fabricada com materiais naturais ou sintéticos. "Pode ser pequena ou grande, até em forma de camundongo, mas se chama mosca. Pode ter volume, mas precisa ser leve", explica Luiz Fernando Pinheiro, instrutor da modalidade há 13 anos e proprietário da LF Flyfishing School, que ministra cursos e é referência no setor.

Na verdade, o fly fishing não envolve somente o arremesso da linha. "O fly é, disparado, o método de pesca mais interativo que existe, pelo seu envolvimento direto com o meio ambiente e ainda [o fato de] poder fazer suas próprias moscas, no caso iscas que serão usadas nas pescarias", explica Pinheiro. Isso sem contar o exercício físico para a prática: são movimentos ritmados de lançar a linha no ar até a isca tocar a superfície do rio. Não uma, duas, mas várias vezes. "Mesmo pescando sentado haverá boa movimentação dos braços e do tronco". Um prato cheio para quem quer largar o sedentarismo, com uma atividade diferente e em um contato surpreendente com a natureza.

Se você acha que mexer somente a parte superior do corpo está longe de ser assiiiim... uma Brastemp e quer incrementar o exercício, pode praticar o fly combinado ao wading. A diferença é que você entra no rio ou mar e de lá faz os movimentos com a varinha. Além de mexer braços e o tronco, há a dificuldade de andar na água e equilibrar-se em um terreno quase sempre irregular. Para o wading, é importante usar também um macacão especial e botas, para proteger o corpo e os pés.

Embora não seja obrigatório, o curso básico de fly fishing ajuda quem nunca pescou na vida. Além de conhecer o equipamento necessário, você já aprende o fly tying, que é o processo de fazer a própria isca, e também o arremesso da linha, ou o fly casting. Na maior parte das vezes, o fly é praticado de maneira esportiva: quando se pesca o peixe e, em seguida, ele é devolvido à água. Nesse caso, o anzol tem a farpa retirada, para não ferir o animal, e as mãos precisam estar molhadas para protegê-lo quando retirá-lo da água. Mas não há problema se você quiser levá-lo para casa.

Se você se interessou pelo fly fishing, Pinheiro dá algumas dicas. O investimento inicial fica em torno de R$ 2 mil, para comprar um equipamento de boa qualidade. Isso inclui a vara, linha, carretilha e o anzol, que levam uma classificação numérica de 1 a 17, de acordo com a potência e força para pescar peixes mais leves ou pesados. "Recomendo que o iniciante tenha um equipamento com potência 5 ou 6, em razão do peso médio dos peixes capturados no Brasil estarem em torno de 2 kg". Nessa categoria, incluem-se espécies conhecidas como tucunarés, matrinchãs, dourados, pacus, tilápias e lambaris, de água doce; e os robalos, badejos e enchovas, na água salgada.

Além de instrutor, Pinheiro é jornalista e fotógrafo, e se interessou por pesca ainda na infância. Praticou por 30 anos o bait casting, a pesca com isca artificial, descobriu o fly fishing e não largou mais. "Apaixonei-me pelo fly fishing, que traz o mesmo envolvimento desafiador das redações de trabalho". E não há restrição para a pesca - a falta de um dos membros do corpo, como um braço ou perna, pode ser contornada com equipamentos adaptados. "A única restrição mesmo é a preguiça mental, pois o fly exige tomada de decisão rápida, em curto espaço de tempo, para poder capturar o peixe", completa. O fly fishing equilibra o corpo e estimula a mente. Em outras palavras, é uma atividade assiiim... uma Brastemp!

O curso básico acontece nos fins de semana na cidade mineira de Itamonte, por onde passa o rio Aiuruoca, na Serra da Mantiqueira: o rio é de montanha e tem águas calmas, perfeito para quem não tem experiência com a pesca. O pacote, que custa R$ 700 por pessoa, inclui a hospedagem em uma pousada com direito a café da manhã e os equipamentos de pesca (vara, linha, carretilha e anzol). Embora o local seja o destino principal, as aulas de outras modalidades de fly fishing podem acontecer em outros rios e cidades, e até na praia. O importante é ir pescar!

Mapa do local

Quer agito? Vai pescar!

Preço(s) Cursos a partir de R$ 160; R$ 700 por pessoa com estadia em pousada e material para pesca.

Horário(s) A combinar.

Endereço
Alameda Ribeirão Preto, 487, 01331-001

Telefone (11) 3266-8627