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De 25 de janeiro a 3 de março, o Pavilhão Japonês, no Parque Ibirapuera, será palco da exposição "Haiga - Diálogos Visuais e Poéticos", em celebração ao septuagésimo aniversário do próprio pavilhão.

A mostra destaca a arte única do Haiga, uma expressão japonesa que funde a poesia haicai com a imagem visual. Nessa colaboração inédita, dois artistas notáveis, Ministro Massami Uyeda e Bruno Silvestre, unem seus talentos. Ambos são figuras respeitadas não apenas por sua excelência artística, mas também por suas contribuições significativas à cultura e à comunidade japonesa.

Massami Uyeda, primeiro nipo-brasileiro a ocupar o cargo de ministro em uma Corte Superior no Brasil, é reconhecido por sua carreira distinta como jurista e magistrado. Mestre e Doutor em Direito pela USP, ele revela agora seu talento poético, até então um segredo bem guardado. Com condecorações como a Ordem do Sol Nascente - Estrela de Ouro e Prata, a medalha Tiradentes e a Medalha Pedro Ernesto, o ministro Uyeda oferece uma nova dimensão de sua habilidade artística.

Atuando também na área jurídica, Bruno Silvestre, membro da Comissão dos Direitos da Pessoa com Deficiência da OAB-RJ, traz uma abordagem única à exposição. Deficiente visual de baixa visão, Bruno utiliza a câmera fotográfica para perceber o mundo através de suas lentes. Homenageado com menção honrosa na Câmara Municipal do Rio de Janeiro por sua atuação voluntária no Movimento Escoteiro, ele incorpora sua versatilidade como músico, ator e fotógrafo à exposição.

Sobre a exposição

"Haiga" refere-se a uma forma de arte japonesa que combina uma imagem visual, frequentemente uma pintura ou ilustração, com um haicai, um poema curto de três linhas com uma estrutura específica de sílabas (5-7-5). O Haiga busca criar uma relação harmônica entre imagem e texto, onde cada elemento complementa e amplia o significado do outro.

A exposição destaca a abordagem tradicional do Haiga, frequentemente utilizando técnicas de caligrafia para inscrever o haicai diretamente na pintura, criando uma obra integrada. Variações modernas podem empregar fotografias ou outras formas de mídia visual em combinação com texto impresso ou digital.

O Haiga busca ir além da mera ilustração do poema ou da ampliação da imagem através das palavras. A relação entre os dois elementos deve ser de ressonância e sugestão mútuas, resultando em uma obra em que a totalidade seja maior do que a soma de suas partes individuais. Altamente valorizado na cultura japonesa, o Haiga é considerado uma forma refinada de arte, exigindo habilidade tanto em artes visuais quanto em poesia.