A notícia é arte

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Algumas notícias adquirem uma importância ainda maior quando bem estampadas nas primeiras páginas dos jornais. Uma boa foto e um título sintético falam muito mais do que um texto todo. E, em alguns casos, essas páginas podem até mesmo se transformar em obras de arte. Essa é a ideia da exposição Capas Históricas do Jornal da Tarde, que fica até 29 de agosto no bar Armazém Piola, na Vila Madalena. As 28 capas escolhidas para a mostra, que vieram de jornais editados entre os anos 60 e 80 - só há uma dos anos 90 - exibem um belo panorama dos acontecimentos do Brasil daquela época, governado pelo regime militar. Os assuntos são muito variados e vão de futebol a política, passando por assuntos do cotidiano e morte de celebridades. Mas não pense que foi fácil fazer essa seleção: os critérios iam da cor da capa à sua relevância histórica, além, claro, da criatividade. As páginas exibidas não são coloridas e isso tem um porquê. "Escolhemos as capas em preto e branco porque a ausência da cor obriga você a ser mais criativo", explica Edmundo Leite, organizador da exposição e coordenador de arquivos do Estado de S. Paulo (que também edita o Jornal da Tarde, o JT). Essa criatividade na elaboração das capas era uma das características do JT, que surgiu em 1966. As primeiras páginas mais memoráveis vinham somente com uma foto e, às vezes, alguma frase. Isso era diferente do que se fazia, quando outros jornais se baseavam em títulos, fotos e um pequeno texto. "O jornal não precisava ser bonito, mas ele tinha que ter conteúdo", conta. Entre as 28 capas expostas estão raridades como a primeira edição do JT, que trazia o casamento de Pelé. "Foi um furo na época, porque ninguém sabia que ele estava namorando", diz. Outros exemplos são a chegada do homem à Lua, a conquista do tricampeonato de futebol, o fim da produção do modelo Fusca, da Volkswagen, e a morte de Tom Jobim. Uma exposição assiiim... uma Brastemp para voltar no tempo e rever acontecimentos históricos. Foto: Divulgação