Guia da Semana

O rei do pop derrubou os portões de Neverland e até quis retomar o trono, mas ninguém contava com um fato que chocou o mundo na quinta-feira, 25 de junho. O astro surpreendeu a todos pela última vez. Após anunciar que realizaria 50 shows na capital britânica até 2010, Michael que ensaiava sua volta aos palcos e até dava indícios de que seria possível ressurgir das cinzas, morreu vítima de parada cardíaca, deixando saudade em uma legião de fãs e um vasto reinado musical.

Segundo o próprio cantor, estas seriam suas últimas apresentações ao vivo, por isso, reviveria clássicos e prometia surpresas nas performances. Enquanto isso, longe do Reino Unido, alheios às acusações e críticas da mídia, os fãs brasileiros começavam a sonhar com o momento perto do Rei, o que nunca mais será possível. Falamos com dois dos mais fiéis deles, para ter uma ideia de como andava a expectativa por aqui.

Fãs incansáveis

Vamos esquecer um pouco as polêmicas e focar em alguns fatos. Michael tinha um talento indiscutível na dança e nos vocais, razões pela qual foi alçado ao título de Rei do Pop em seus tempos áureos, inspirando artistas como Justin Timberlake, Chris Brown e Usher, que adoram reproduzir alguns de seus passos. Mas não há como negar que as transformações corporais radicais e as denúncias de pedofilia chamaram tanta atenção quanto Bad e Thriller.

Foto: Reprodução

Thriller é o álbum internacional mais vendido de todos os tempos

Mas as controvérsias parecem não atingir Adriana Almeida, que aos 35 anos continua sua fã incondicional. "Cresci ouvindo a nata da música negra americana, incluindo os Jackson 5. Eu me tornei ainda mais fã quando vi pela primeira vez o clip Thriller. Já deixei de ir aencontros com meu namorado (atualmente marido) para ver shows, ou de comprar e fazer muitas coisas na minha vida por conta desse amor imenso. Não me arrependo".

Histórias com a de Adriana são bastante comuns entre os seguidores do cantor, que hoje choram. Um pouco mais inusitada é a do auto-intitulado Rei do Pop brasileiro, Dirceu Jackson. Apresentador de um programa de televisão homônimo, Dirceu se apaixonou pela música do ídolo no álbum Off The Wall, em 1977. "Não existe um artista no mundo que possa chegar ao que é o Michael Jackson. Sem dúvida, seria a maior turnê que um artista já fez, inesquecível para todos. Ele próprio iria se superar".

Pode parecer loucura de fã, mas Dirceu afirma que costumava bater um papo com Michael direto de Neverland, via telefone e messenger. Entre as milhares de declarações de amor feitas em nome do Rei do Pop original, sobrou até para o seu primogênito. "Não sei se é uma loucura, mas meu filho, de um ano, se chama Michael Victor Jackson", diz o apresentador.

Foto: Reprodução

Michael no Brasil durante a gravação de seu clipe They Don´t Care About Us

O que vinha por aí

Os ensaios para os aguardados shows na O2 Arena começaram em maio, mas a cabeça dos fãs ia longe. Ignorando a visível ausência da velha forma do cantor, as expectativas eram das mais otimistas. "Acredito que todos iriam se surpreender e se maravilhar. Muitas novidades, coreografias eletrizantes, pirotecnia inovadora, músicas novas. Com certeza, seria um grande espetáculo. Ele gostava de surpreender e faria isso. Michael iria mostrar, mais uma vez, o porquê de ser considerado o eterno rei do Pop", lamenta Adriana.

Entre as excentricidades, Michael havia anunciado que abriria os shows montado em um elefante africano, guiado por panteras presas a correntes de ouro. Rapidamente foi barrado por órgãos de defesa dos animais. O popstar também havia convidado o ilusionista David Copperfield para incrementar suas apresentações. Segundo o jornal britânico The Sun, ele utilizaria mais de cem espelhos em números de levitação e teria o corpo partido ao meio.

Outra novidade seriam as possíveis participações especiais. Segundo o jornal inglês Metro, a turnê contaria com a participação de Prince Michael I, seu filho mais velho, na primeira apresentação da temporada, com possibilidade de aparições de Justin Timberlake e Britney Spears.

Um detalhe que vale ser lembrado é que os 20 mil ingressos para cada apresentação (1 milhão ao total) desapareceram em pouco mais de 5 horas, ao preço médio de 75 libras. A AEG Live, empresa responsável pela turnê que Michael realizaria, ainda não divulgou como será feita a devolução do dinheiro pago nos ingressos e teria aproximadamente um prejuízo de 340 milhões de Euros, segundo informações da Folha online.

Foto: Reprodução



Decadência?

Mas qual é a moral da história dessa volta? A verdade é que não dá para negar que mesmo após um turbilhão de escândalos, plásticas, dívidas e processos, o fato de ter gravado apenas uma música inédita (One More Chance, em um coletânea) até 2001, quando veio o álbum Invincible, Michael Jackson continuará sendo idolatrado pelos fãs. "Acredito que ele estava em uma fase tranquila e não precisa provar nada para ninguém. Ele jamais perdeu a alegria e o prazer em cantar, dançar, compor músicas e produzir. Michael se preocupava muito com seus fãs e é por nós que ele estava voltando aos palcos", diz Adriana.

Já Dirceu acredita que as mudanças de fisionomia do rei do POP foram causadas pelo Vitiligo e afirma que Michael nunca perderá a majestade. "Ele sempre será lembrado. Está fazendo sucesso há 45 anos. Michael é insuperável e invencível".

Atualizado em 1 Dez 2011.