Guia da Semana



A dupla de afrobeat e música popular brasileira Criolina tem sido uma agradável surpresa no atual cenário nacional. Formada pelos maranhenses Alê Muniz e Luciana Simões, sua fórmula de sucesso deve-se em parte à mistura de elementos antigos, como o saxofone em meio as batidas de música eletrônica, passando por estilos como o reagge e o pop.

Antes dos dois se juntarem, ambos já possuíam trabalhos paralelos. Alê tem uma formação bastante sólida, resultado de mais de 15 anos de convívio com o som de raiz do Maranhão. Ele participou do Festival Canta Nordeste, da TV Globo, em 1996, com a canção Iê Mama - na qual venceu a etapa de sua terra natal. A partir daí, ganhou notoriedade e se tornou artista de abertura de shows de grandes músicos, entre eles Pato Banton, The Wailers, Luis Melodia e Alceu Valença. Seu disco de estreia, Iê Mama, foi produzido pelo renomado DJ Suba, e lançado no mesmo ano. Alê também foi eleito por quatro anos seguidos como o melhor compositor do Estado pela imprensa local.

Sua parceira, Luciana Simões, ficou nacionalmente conhecida como uma das fundadoras do grupo de reggae Mystical Roots, nos anos 90, além de ter sido vocalista de apoio do Natiruts. Compositora e pesquisadora, Luciana desenvolve um trabalho que envolve diversos ritmos musicais de São Luis, entre eles o tambor de crioula, carimbó e salsa. A intérprete é formada pela Universidade Livre de Música Tom Jobim, onde realizou como tema de trabalho de conclusão de curso, a Era de Ouro do Rádio - com foco nas cantoras Elizeth Cardoso, Dolores Duran, Dalva de Oliveira e Maísa. Segundo a própria Luciana, o projeto Criolina tem tudo a ver com esse passado musical, misturado ao pop contemporâneo de hoje.

O primeiro disco do Criolina, homônimo, foi lançado em 2007, e mixado e masterizado em São Paulo por Evaldo Luna (técnico de som do conterrâneo Zeca Baleiro). Zeca gostou muito do som da dupla, e abriu seu estúdio para Alê e Luciana, e juntos gravaram a última faixa do CD, Lonely Girl. Esse álbum foi considerado um dos 20 melhores CDs de 2007, pelo jornalista do Estado de S. Paulo Lauro Lisboa Garcia. Com uma grande ascensão na capital paulista, eles realizaram várias apresentações por centros culturais e casas noturnas, como nos SESCs Pompeia e Vila Mariana, Teatro do Sesi, além de participações no espetáculo Baile do Baleiro, de Zeca Baleiro.

O segundo álbum, Cine Tropical, lançado em 2009, é considerado pela dupla um trabalho baseado em fatos reais, como romance, bang bang, aventura, ficação científica e até pornochanchada. O resultado é um disco que trouxe referências desde os filmes Barbarella e Bye Bye Brasil, passando pelas trilhas sonoras de faroeste de Enio Morricone a música francesa de Serge Gainsboug. O Criolina veio para dar uma sacudida na atual música brasileira e por quê não na World Music?


Foto: Divulgação / My Space Oficial
Site oficial: http://www.criolina.com.br/

Atualizado em 6 Set 2011.