Guia da Semana

Foto: Arquivo Pessoal

Quando Madonna esteve no Brasil, em 1993, eu tinha apenas 5 anos. Lembro que minha mãe tapava meus olhos, para que eu não visse as cenas de simulação de orgia pela televisão. Eu não imaginaria que, depois de 15 anos, eu estaria ali, no Estádio do Morumbi, emocionada em sentir o amor do público pela musa pop.

Assisti a sua segunda apresentação da turnê Sticky & Sweet, em São Paulo. Comprei o ingresso na arquibanda superior vermelha (lado esquerdo do estádio) em setembro e, na época, tive que dormir na fila para garantir o meu lugar.

Cheguei ao estádio por volta das 8h e não havia muitas pessoas na minha frente. Porém, quem iria assistir o show na pista já enfrentava uma enorme fila. Eu só comecei a chegar perto da entrada por volta das 16h e, nesse meio tempo, resolvi conversar com um segurança do Morumbi, para saber se os cambistas estavam realmente vendendo os ingressos por um preço inferior. Para minha surpresa, o próprio segurança me fez uma proposta: seu eu pagasse R$100 para ele no domingo, eu poderia assistir ao último show e ainda garantiria meu lugar na arquibancada. Fiquei desconfiada e achei melhor não aceitar.

Os portões abriram às 17h, sem nenhum problema. O tumulto só começou a ocorrer às 19h, quando um homem roubou um fã na arquibancada que eu estava (vermelha) e pulou a grade, alcançando o setor laranja. O público protestou e gritava "ladrão, ladrão!". Logo depois, a polícia conseguiu detê-lo.

Os dançarinos da cantora passavam pelo público desapercebidos e até conversaram com algumas pessoas. Por volta das 20h, o DJ inglês Paul Oakenfold começou a tocar, me deixando cada vez mais ansiosa.

Quando as luzes se apagaram, todos gritavam o nome dela, minha mão tremia, aquilo parecia um sonho e eu não acreditava que estava vendo aquela letra "M" enorme piscando.

Madonna surgiu de dentro de um cubo, sentada em seu devido lugar: o trono de uma rainha. A primeira canção foi Candy Shop e, em seguida, Beat Goen On, que teve a participação dos cantores Pharrel e Kanye West. Ela surgiu dentro de um carro branco, que foi até a ponta do palco.

Na música Human Nature, Madonna tocou guitarra e Britney Spears apareceu em um telão, como se estivesse presa num elevador. Em vários momentos do show, a cantora parecia uma rockstar, balançando a cabeleira e fazendo pose com a guitarra.

Aqueles primeiros acordes eram inconfundíveis: Vogue. Todos gritaram muito quando ela começou a fazer a famosa coreografia. Enquanto ela trocava de roupa, o público assistia ao vídeo, com a música Die another Day. Logo depois, ela aparece com uma roupa de boxe, cantando Into the grove sem demonstrar cansaço, enquanto pulava corda.

Em She´s Not me quatro dançarinas subiram até o palco, com frases estampadas em suas roupas, satirizadas por Madonna, que chegou perto da dançarina vestida de noiva (referência de Like a Virgin), beijando-a na boca! Quando foi a vez de Music, o público foi ao delírio.Rodeada de dançarinos e músicos ciganos, ela ainda tocou Spanish Lesson e La Isla Bonita, emocionando os fãs e (ela mesma) ao cantar You Must Love Me.

O último vídeo foi o mais polêmico, apresentando figuras como Hitler. Mas todos bateram palmas quando o novo presidente do Estados Unidos, Barak Obama apareceu no telão. Logo depois, Justin Timberlake aparece em tamanho real, refletido em um cubo e canta 4 Minutes. Madonna dançava enlouquecida, como se Justin estivesse no palco. Confesso que chorei quando ouvi a música Like a Prayer. É uma canção que gosto muito e tudo estava perfeito naquele momento.

Depois de Hung up, sua apresentação terminou em clima de uma rave com Give To me> Foram duas horas de um show espetacular.

A Rainha do Pop mostra que aos 50 anos de idade e 25 de carreira, nunca perderá a energia e a atualidade. Fiquei emocionada e tive a certeza de que tudo o que eu fiz valeu a pena, para assistir o melhor show da minha vida. Saí do estádio pensando no que se passa na cabeça dessa mulher que, por onde passa, sempre encontra uma casa (ou estádio) cheia de pessoas apaixonadas por ela.

Quem é o colunista: Alguém que adora música, desde samba de raiz até...Madonna! Também curto um cineminha, principalmente os filmes de Almodóvar e gosto de caminhar por São Paulo, observando como as pessoas se comportam nesta metrópole.

O que faz: Sou estudante de jornalismo e sou estagiária do site Guia da Semana.

Pecado gastronômico: Não dispenso qualquer tipo de chocolate.

Melhor lugar do Brasil: Praça Coronel Custódio Fernandes Pinheiro, mais conhecida como Praça do Pôr-do-Sol, que fica na Vila Madalena. Um ótimo lugar para relaxar e curtir uma linda paisagem.

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Atualizado em 6 Set 2011.