Guia da Semana

Foto: Divulgação
A banda Matanza agita festival em Goiás


Engana-se quem pensa que os festivais de música no Brasil se resumem ao eixo Rio - SP, regados a grandes patrocinadores, atrações top de linha do cenário nacional e internacional e realizados em grandes espaços públicos com o ingresso custando uma fortuna.

Cada vez mais a cena alternativa vem tomando conta do cenário musical. São centenas de bandas, milhares de pessoas e dezenas de festivais independentes que acontecem em várias regiões do país todo ano. O movimento está em franca expansão, tanto que, em 2005, foi criada uma associação para unir e defender os interesses de artistas e organizadores, a Abrafin (Associação brasileira de festivais independentes).

Os festivais hoje

Atualmente, são pelo menos 30 eventos acontecendo no Brasil regularmente. Em diversas cidades, em todas as épocas e para todos os gostos. Tem festival de rock, eletrônica, axé, frevo, música regional etc.

O público presente nos festivais organizados pela Abrafin (cerca de 25) é de 300 mil pessoas por ano. Número bom, se tratando da falta de divulgação e das dificuldades enfrentadas pelos independentes.

Além disso, os eventos movimentam a economia em respeitáveis cinco milhões de reais por ano. Boa parte desse dinheiro vem dos patrocínios e também da receita dos shows.

Maior ajuda é do governo

O principal apoio aos independentes vem do Governo Federal, através do Minc (Ministério da Cultura), da Senaes (Secretaria Nacional de Economia Solidária do Ministério do Trabalho e Emprego) e das empresas estatais. Sempre através de leis de incentivo à cultura. Segundo a Abrafin, os propósitos dos festivais coincidem com a política cultural do governo, o que facilita o relacionamento.

Existe também o apoio privado de grandes empresas buscando estreitar seus laços com a cultura ou dos pequenos empresários locais que ajudam quando o evento é próximo de sua região.

The Dt´s no Goiana Noise Festival edição 2008. Foto: Divulgação


Goiânia, capital dos independentes

Dos 25 festivais associados à entidade e outros pesquisados pela reportagem, pode-se notar que a imensa maioria foge ao eixo Rio-São Paulo, acontecem geralmente em cidades do interior e também nas capitais do Centro-Oeste e Nordeste.

O destaque fica para Goiânia (GO), considerada a "capital dos festivais independentes" por abrigar dois dos maiores do país. O Bananada e o Goiânia Noise Festival que acontecem em maio e novembro respectivamente.

Porta de entrada

Para muitas bandas, esses eventos são o caminho para buscar o estrelato ou divulgar seus trabalhos para o maior número de pessoas. É o caso da banda Móveis Coloniais de Acaju, uma das mais freqüentes participantes dos eventos, cujo CD recém-lançado vendeu seis mil cópias.

Outro exemplo já clássico é o de Chico Science e Nação Zumbi, que surgiram no início da década de 1990 na cena alternativa de Pernambuco e, depois da apresentação no Abril Pro Rock (um dos mais antigos festivais existentes), se tornaram celebridades no establishment musical brasileiro.

Gerando emprego, dinheiro, boa música e oportunidades, os festivais independentes provam que se consegue viver de música no país com formas alternativas aos grandes espetáculos. Vida longa a eles!

Para saber mais sobre os festivais, acesse o site da Abrafin .

Atualizado em 6 Set 2011.