Guia da Semana



Maior metrópole do país, São Paulo abriga um número modesto de clubes de jazz, principalmente se comparada a outras grandes cidades do planeta. A notícia boa é que nos últimos tempos, novas casas têm sido abertas e espaços mais alternativos estão incluindo noites jazzísticas e instrumentais em sua programação. Baladas voltadas à MPB ou ao indie rock, como o Berlin e o Studio SP, costumam ter temporadas interessantes por preços camaradas.

Quem está disposto a gastar um pouco mais para curtir nomes de relevo pode se deleitar com as atrações de casas como o Bourbon Street, um dos clubes mais tradicionais da capital paulista, que já teve em seu palco lendas como Ron Carter, B.B King e Bud Shank. Conferir uma performance arrebatadora da Banda Mantiqueira ou do Zimbo Trio, no Tom Jazz, por exemplo, pode custar entre 20 e 40 reais, preço razoável se for levado em conta o currículo de ambos os conjuntos.

Outra opção para aqueles que não têm receio em colocar a mão no bolso é acompanhar os grandes festivais que desembarcam no eixo Rio - São Paulo no segundo semestre. Escalando verdadeiros mitos do jazz, como Herbie Hancock e Cecil Taylor, o TIM Festival, que faz as vezes do extinto Free Jazz Festival, não sai por menos de 120 reais a noite.

Sem cobrar nada, o Rio das Ostras Jazz & Blues traz para as belas praias do município carioca um time de primeira da música instrumental brasileira e internacional, mesma iniciativa tomada pelo Bourbon Street Fest, evento organizado anualmente pelo sofisticado clube paulista no Parque do Ibirapuera.

Democratizar o acesso a gêneros tidos como sofisticados é uma idéia interessante, mais ainda quando é possível reunir músicos e público em ambientes tão bacanas, como praias e parques. Entretanto, concertos gratuitos são exceções em um cenário historicamente elitista, com vendagens ínfimas, que mal chegam a 1% dos álbuns comercializados no Brasil.



Com a recente extinção dos programas Linha Imaginária e Jazz Concert de sua grade, a Rádio Cultura, de São Paulo, dificultou a vida de quem não podia bancar uma modesta coleção de discos. Com a exceção de alguns poucos clássicos do gênero, a prateleira de jazz é bem mais salgada do que aquelas que abrigam estilos mais populares. Outra dificuldade de quem está buscando uma sintonia maior com a música que consagrou Miles Davis e Charlie Parker é encontrar lojas que disponibilizem um acervo significativo de bons discos. O caminho, muitas vezes, é importar obras nem tão raras a peso de ouro. Enfim, apreciar as variadas vertentes do jazz não requer apenas muita pesquisa e concentração, mas uma conta bancária vultuosa.

Atualizado em 6 Set 2011.