Guia da Semana

Por Gabriela Agustini


Para muitos artistas pode parecer difícil chegar ao 43º ano de carreira e ainda ter um volume de composições consistentes para lançar mais um disco de inéditas. Ainda mais quando esse é o 44º álbum de uma trajetória marcada por um volume de apresentações sem igual no cenário musical brasileiro. Mas, Jair Rodrigues é assim, aos 66 anos não perde o bom humor característico e a paixão pela música e lança mais um CD, ou seja, mais presente para a música popular brasileira.

Alma Negra é marcado pelo samba, mas traz uma mistura de ritmos na qual até guitarra elétrica entrou. Segundo o próprio Jair, a idéia era mesclar o gênero com o Olodum, axé, pagode, tambores, viola e até bolero. "Uma festa", como ele resume. Ivone Lara, Martinho da Vila, Paulinho da Viola, Ary Barroso, Paulo Dáfilin e Lula Barbosa são os parceiros de sempre que mais uma vez aparecem na obra de Jair, mas a maioria com composições inéditas. "Tenho muitas músicas guardadas no meu baú, antes de gravar fiz questão de ligar para cada um deles e verificar se as canções continuavam exclusivas", conta o músico.

Regravações também aparecem no álbum. Recado, de Paulinho da Viola e Terra Seca, de Ary Barroso ganham nova versão na voz de um dos mais experientes intérpretes da música nacional. Cercado pela nova geração de músicos, Max de Castro, Altemar Dutra Jr. (filho do saudoso Altemar Dutra) e a filha Luciana Mello acompanham Jair em algumas canções do récem-lançado disco. "Quando Luciana ouviu a música Alma Negra achou que tinha tudo a ver comigo. Resolvi gravar e convidei minha filha para participar, que aceitou na hora", explica. Enquanto o show do novo disco ainda não tem previsões de turnê, o público paulista pode conferir Jair Rodrigues todas as terças-feiras no Bar Brahma. "No palco, sou o homem mais feliz", declara.

Confira trechos da entrevista exclusiva!

Atualizado em 6 Set 2011.