Guia da Semana

Por Humberto Baraldi


Wilian Aguiar

Assim disse Marcos Mion em uma de suas apresentações no programa Covernation, transmitido pela MTV: "Todos somos covers, cópias de alguma coisa, já que Deus nos fez à sua imagem e semelhança". Até que a frase tem sentido, pelo menos é essa a filosofia que algumas pessoas seguem à risca, principalmente o músico Emmerson Nogueira. Considerado o "rei dos covers" e tido como "um cantor de barzinho que deu certo", o mineiro investe em seu sexto álbum de regravações, não pretende mudar este estilo e diz estar hipnotizado por músicas eletrônicas.

Sem dúvida, muita gente não apostaria as fichas em um intérprete sem melodias próprias, que vive só de releituras de sucessos e que, ainda por cima, mal toca nas rádios do país. Mas, essas mesmas pessoas cairiam do cavalo ao olhar para Emmerson Nogueira. O cantor que possui todas as características citadas já vendeu milhões de discos e conquistou o público, somente, com sua "qualidade vocal", palavras do próprio artista.

Atualmente, Nogueira divulga o sexto CD, Miltons, Minas e Mais, um apanhado de sucessos da música brasileira, que homenageia o ídolo Milton Nascimento. "Os hits dele estão na lista das melodias que mais escuto. Além do cantor, ouço de tudo um pouco, menos funk carioca", confessa Emmerson.



Em seus shows, ele mostra ainda os hits dos discos passados, melodias de Eric Clapton, Paul Simon, Pink Floyd, The Police, Bee Gees, entre outros grandes nomes do rock mundial. "Escolho o repertório de acordo com as melodias que mais me chamam a atenção e conforme o gosto popular também", explica.



A fama de fazer regravações é tão grande que até mesmo o próprio Marcos Mion resolveu prestar uma homenagem ao músico. Em Covernation, o apresentador nomeou de Emmerson Nogueira o troféu entregue à banda campeã do programa. Detalhe: na atração de Mion, ganha o melhor músico cover.

Apesar de tanto buchicho, Nogueira não parece estar muito preocupado. "Sou da seguinte opinião: em time que está ganhando não se mexe. Portanto, continuarei com o meu projeto de resgatar os grandes sucessos da música". O cantor mineiro tem algumas composições na gaveta, mas garante que não pretende usá-las, pelo menos por enquanto. No ano que vem, ele promete lançar um DVD que faz um balanço de seus álbuns.



Nascido em Belo Horizonte (MG), Emmerson Nogueira, 34, entrou em contato com a música aos 13 anos, graças às aulas de capoeira. "Meu professor me incentivou muito e logo comecei a arriscar algumas melodias no violão". Autodidata, tocava como gente grande aos 15 anos de idade. Mais tarde, começou a fazer shows pelos barzinhos da cidade.

Em 2000, no Rio de Janeiro, Nogueira é contratado pela Sony Music. Um ano depois lança o primeiro CD, Versão Acústica 1, com releituras de grandes clássicos do pop rock internacional dos anos 60, 70 e 80. "Continuei neste projeto e trouxe mais dois discos acústicos e um ao vivo", reforça. Emmerson Nogueira - Beatles e Miltons, Minas e Mais foram os derradeiros da discografia, mas ele não pára por aqui. "Ultimamente estou muito ligado à música eletrônica. Quem sabe não lanço algum trabalho neste estilo", pensa. Agora é esperar para ver qual a "grande revolução" de Emmerson.

Atualizado em 6 Set 2011.