Guia da Semana



Quando despontou no cenário musical no início dos anos 90, o quinteto New Kids On The Block expôs algumas das características que ajudariam a consolidar o formato das futuras boy bands. Passos marcados, melodias pegajosas e rostinhos convidativos alçaram os norte-americanos ao topo das paradas, valendo-lhes nada menos do que 70 milhões de cópias vendidas ao redor do globo, fenômeno raramente igualado na história da música.

Graças ao retumbante sucesso do álbum Step By Step, e mais precisamente ao impacto da canção homônima, Danny Wood, Joey McIntrye, Donnie Wahlberg e os irmãos Jonathan e Jordan Knight se tornaram os queridinhos da indústria fonográfica até flertarem com a decadência, em 1993. Após anos arrancando suspiros de fãs enlouquecidas em arenas abarrotadas, os garotos de Boston foram traídos pela efemeridade pop, caindo no ostracismo em meados da década passada.

O intervalo entre a decadência do New Kids On The Block e a ascensão de outras boy bands, como Take That (foto), Backstreet Boys e N´Sync, foi relativamente curto, mas permitiu que tarimbados produtores forjassem artistas nos mesmos moldes do afamado quinteto. Ou seja, o resíduo de Step By Step deu origem a uma leva de conjuntos que reinaria absoluta entre o final dos anos 90 e o começo desta década.

Longe das paradas de sucesso, os cinco membros do New Kids prosseguiram em carreiras musicais distintas, à frente do palco ou nos bastidores, como Danny Wood, que atua como produtor musical. Entretanto, quinze anos após o grupo ser desfeito, boatos sobre uma nova reunião tomaram corpo até que, finalmente, o quinteto confirmasse o retorno.

Pop empoeirado

Ao que tudo indica, o regresso de antigos ídolos da música pop não tem comovido os antigos fãs. Noves fora a histeria inicial causada pela volta das Spice Girls - que atraem mais atenção por ser uma generosa fonte de fofoca do que pelos dotes musicais -, o apelo das antigas boy bands e congêneres é obliterado pelo dinamismo da cena pop, que precisa atender às demandas cada vez mais frenéticas dos fãs.

Atualmente, quem dá as cartas nesse universo sabe que nutrir um vínculo com o passado pode ser uma fria. A adaptação aos novos tempos foi essencial para alavancar a carreira de nomes como Robbie William e Justin Timberlake. Tanto o britânico como o ex-N´sync dançaram conforme a música, absorveram as tendências em voga, principalmente o hip hop, e eliminaram trejeitos datados de suas performances. Quando o Take That insinuou uma volta aos palcos, Williams não titubeou em declinar da proposta. A tímida repercussão do último álbum do grupo, Beautiful World, de 2006, mostra que a escolha do cantor foi mais do que acertada.

Não deixaram saudades
Os herdeiros do New Kids On The Block no Brasil

Rouge: Cria do programa Popstars, deixou como legado a deplorável Ragatanga. Exaustivamente tocada nas rádios do país em 2002, a versão tupiniquim de Asereje, sucesso original do quarteto espanhol Las Ketchup, era acompanhada por uma coreografia tão tosca quanta a letra.

Twister: Com a cafona 40 Graus, o grupo paulista, hibrido de Dominó com N´Sync, chegou ao topo das paradas nacionais. Pouco tempo depois, sumiu do mapa sem deixar vestígios. Sander, ex-vocalista do quinteto, foi indiciado por tráfico de drogas em 2003.

SNZ: Bem que as filhas de Baby Consuelo tentaram um lugar ao sol com o indefectível trio. Mais piegas do que seus nomes - Sarah Sheeva, Nãna Shara e Zabelê - apenas suas canções, que permanecem clandestinas até hoje.


Atualizado em 6 Set 2011.