Guia da Semana

Foto: MySpace / Pete Murray


Ele conquistou a Oceania em 2005 com o single So Beautiful, que ganhou o APRA Awards (premiação da indústria artística da Austrália e Nova Zelândia) na categoria Trabalho Australiano Mais Tocado. Não demorou muito e o moreno de olhos claros alcançou os quatro cantos do globo com os sucessos Better Days, que venceu o mesmo prêmio na categoria Canção do Ano, em 2006; e Opportunity, que em 2007 levou o título igual ao do primeiro sucesso.

Australiano nascido em Miles, Queensland, Pete Murray conheceu a fama depois dos 30 anos. Iniciando a carreira com o álbum The Game, financiado por ele mesmo, o ex-jogador de rugby não se deixou abater pelas lesões que teve no joelho e seguiu um caminho alternativo para o sucesso: a surf music.

O disco independente esgotou já no lançamento das primeiras mil cópias, despertando interesse de inúmeras gravadoras, incluindo a Sony/BMG, sua atual financiadora. The Game é hoje uma raridade, sendo encontrado às vezes no eBay, mas a preços exorbitantes. Depois dele vieram ainda Feeler, See The Sun e Summer at Eureka, que lhe renderam mais reconhecimento com discos de ouro e platina e com o prêmio de Artista Revelação.

Com seu estilo folk pop, com batidas que remetem ao som do britânico Nick Drake (1948-1974), Murray encanta não apenas os surfistas, mas todos os amantes de uma trilha sonora mais relax. Prestes a lançar o quinto álbum de sua carreira, Blue Sky Blue, o cantor, instrumentista e compositor passou pelo Brasil em duas apresentações: no FestivAlma Surf, em São Paulo, e no Salvador Live Music, na Bahia.

Logo após seu show no Pavilhão da Bienal, no Ibirapuera, Murray contou ao Guia da Semana suas impressões do Brasil e seus planos para o futuro. Confira:

Guia da Semana: Esta é sua primeira vez no Brasil, certo? O que achou do país?
Pete Murray: Apesar do pouco que conheci e do tempo contado, tive uma boa impressão. O país é ótimo, as pessoas são amáveis e muito amigáveis.

Que lugares você conheceu? Algum te chamou mais atenção?
Fui surfar em uma praia que fica a uma hora daqui (de São Paulo, capital); encantei-me com o lugar, mas não me lembro do nome (risos). Também fiquei no Rio durante três dias, fizemos uns programas não tão turísticos e eu adorei. Passamos momentos muito agradáveis por lá, principalmente na Lapa. Procurei me manter mais próximo da cultura local e saí um pouco dos roteiros turísticos.

Você tinha ideia do quão popular é por aqui?
Um pouco. Eu comecei a perceber mesmo que estava fazendo sucesso do outro lado do mundo quando estava gravando meu penúltimo álbum. Eu estava na minha casa, em Byron Bay, quando percebi que havia três meninas me observando pela janela. Elas ficaram lá um tempão e eu notei que elas eram brasileiras pelo tipo físico, pois há muitos de vocês lá na Austrália. No fim das contas as convidei para entrar, dei autógrafos e tiramos fotos. Elas então contaram que um amigo australiano comentou onde eu morava. No começo fiquei meio assustado com aquelas meninas me encarando lá fora, mas depois achei a situação engraçada.

Você tem planos de fazer uma turnê pela América do Sul?
Sim, com certeza. Depois disso (referindo-se ao show no Pavilhão da Bienal), eu e os caras da banda queremos muito voltar.



Você veio para o Brasil tocar em festivais com outros ícones da surf music, como o Donavon (Frankenreiter). Algum deles te influenciou? Quais as suas maiores influências?
Bem, eu comecei a fazer música despretensiosamente, não queria ser como tal ou tal pessoa. Apenas aprendi a tocar violão, comecei a compor e, de repente, já estava apresentando meus acústicos. Desde que comecei, até hoje, minhas maiores influências são Neil Young e Bob Dylan; ouço muito os dois.

Este ano é marcado pelos 30 anos da morte de Bob Marley. Você acha que ele contribuiu de alguma maneira para a surf music?
Não sei, talvez. Na minha música especificamente não influenciou, mas alguns cantores de surf music até incluem alguns elementos do reggae em seus trabalhos.

Você conhece algum cantor ou banda brasileira? Gosta de algum?
Confesso que não conheço, mas estou interessando nisso. Preciso me atualizar (risos).


Atualizado em 1 Dez 2011.