Guia da Semana

Por Humberto Baraldi


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O som punk do Sex Pistols, na Inglaterra, e dos Ramones, nos Estados Unidos, teve seus ecos em solo brasileiro. Em 1978, adolescentes de classe média baixa, familiarizados com a cultura do rock, montaram as primeiras bandas punk: AI-5 e Restos de Nada. Posteriormente, apareceram outras, como Olho Seco, Cólera, Ratos de Porão (foto acima) e os Inocentes. Alguns especialistas afirmam que, na realidade, o punk rock no Brasil nasceu como uma crítica ao regime militar, implantado pelo golpe de 1964. Muitas canções da primeira geração do movimento são consideradas hinos de crítica ao governo. A mais conhecida é, sem dúvida, Que País É Este, da banda brasiliense Aborto Elétrico.

Sempre de maneira independente, os grupos gravaram os primeiros discos. Grito Suburbano (1981), Botas, Fuzis, Capacetes (1983, do Olho Seco), Miséria e Fome (1983, Inocentes), Crucificados Pelo Sistema (1984, Ratos de Porão) e Tente Mudar o Amanhã (1985, Cólera) foram os principais destaques.



A partir da década de 80, o punk brasileiro passou a viver seu momento de dispersão e retrocesso. Mas as idéias do movimento já haviam germinado em outras cidades brasileiras, dando origem a outras bandas, como Coquetel Molotov (Rio de Janeiro), Aborto Elétrico (Brasília), Camisa de Vênus (Salvador) e Replicantes (Porto Alegre). Já nomes como a Legião Urbana, Capital Inicial (foto acima), Plebe Rude, Ira! e Titãs, apareceriam mais tarde, no cenário do Rock Brasil, com trabalhos inspirados no punk.

No final dos anos 80 e início dos 90, o punk rock nacional teve algumas baixas com bandas se separando, mudando de estilo, casas de shows sendo fechadas e estagnação criativa.

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Atualizado em 6 Set 2011.