Guia da Semana

Por Humberto Baraldi


Fotos de divulação

Donazica. O som dessa palavra com certeza confunde muita gente. Ao ouvi-la, antes de ver a escrita, alguns chegam a lembrar da já falecida sambista carioca da Mangueira, mas após uma olhada no papel, percebem que a grafia é diferente. "Na realidade este era o nome de uma canção de Andréia Dias. Achamos bacana e resolvemos batizar a nossa banda com ele", explica Iara Rennó, líder e vocalista do tal Donazica, grupo que ousa em fazer um som diferente, próprio, sem rótulos e que é hoje, apesar de muita dificuldade financeira, considerado um dos destaques da nova geração da música popular brasileira.

Tudo começou com o encontro entre Iara e Andréia. Sim, é a mesma Andréia que é dona da canção que nomeia o conjunto. "Nos tornamos amigas e percebemos a necessidade de criar um movimento musical autoral e coletivo, juntando diferentes personalidades criativas. Ao invés de pensarmos apenas em uma carreira solo, decidimos montar uma banda", lembra a líder.



E foi assim, procurando por músicos de qualidade em todos os cantos, que as amigas geraram o Donazica. Atualmente, além das vozes das artistas, o grupo é formado por Anelis Assumpção na voz e percussão, André Bedurê no baixo, Guilherme Mendonça no trompete e fluguel, Gustavo Ruiz no violão de sete cordas e guitarra, Gustavo Souza na bateria e percussão, Mariá Portugal na percussão e bateria e Simone Julien no sax alto, flautas e voz.

Carolina Ghidetti

Sem enquadrar-se num estilo definido e muito menos definitivo, a banda desenvolve trabalhos autorais em gravadoras pequenas, quase independentes. "É muito díficil manter um conjunto fora das grandes gravadoras. Infelizmente, ainda não conseguimos viver apenas de música", comenta Iara.

Na bagagem, os caras já carregam dois álbuns. Um lançado em 2001, intitulado Composição, rendeu matérias nos principais jornais do país e foi considerado pela crítica especializada um novo clássico da música brasileira, pela originalidade dos arranjos e conteúdo e poética das letras. E outro, apresentado no fim de 2005, chamado de Filme Brasileiro, traz sete músicas inéditas. "Sabe por que sete? Não é pelo fato que faltavam composições, mas sim por ser mais barato para produzir", explica, entre muitos risos, a vocalista.

E afinal, qual o estilo deles? "Não temos um rótulo, ainda bem. Nem as pessoas que ouvem conseguem definir. Acho que é um pouco de tudo. Eu considero pura MPB", reflete Iara. Quer uma dica? Só mesmo escutando para saber um pouco mais sobre este ritmo "donazical".

Além de cantar em bares na noite paulistana, o grupo pretende fazer turnês pelo país e almeja apresentar o trabalho no exterior. Essa arte vai acabar "donazicando" muita gente...

Saiba onde será o show da banda...

Atualizado em 6 Set 2011.