Guia da Semana

Por Humberto Baraldi


Fotos de divulgação

Os ingredientes são simples. Basta juntar um pandeiro, dois tambores, um violão e um cavaquinho. Depois unir estes instrumentos a uma galera animada e puxar um bom samba de raiz. As palmas dão um toque especial à receita. E o melhor de tudo, todos podem cantar e dançar com os sambistas. Pronto. Esta é a fórmula básica para uma boa roda de samba e o resto é com você, que precisa economizar fôlego para aguentar a noite toda.

"A verdadeira roda é aquela que reúne os amigos para cantar e dançar composições de Paulinho da Viola, Jorge Aragão, João Nogueira, Beth Carvalho, Elza Soares, Dona Ivone Lara, Clementina de Jesus, Chico Buarque...", esclarece o jornalista e fotógrafo Samuel Iavelberg.

Fotos de divulgação - Samba da Vela

Iavelberg, que organiza no início de novembro uma exposição com fotos das rodas organizadas na periferia de São Paulo (confira aqui mais detalhes sobre este evento), expõe que os verdadeiros encontros de samba são formados por amadores, gente comum, pessoas humildes que se reúnem nas casas dos vizinhos e relembram as canções antigas. O repertório é variado e inclui Conversa de Botequim de Noel Rosa, As Rosas Não Falam de Cartola, O Que É Que a Baiana Tem? de Dorival Caymmi, Trem das Onze de Adoniran Barbosa, entre outras composições. "Hoje a coisa já se popularizou. Tem um monte de barzinho da Vila Madalena que faz este tipo de coisa. Mas, não há nada igual do que aquela (roda de samba) que acontece nos bairros mais distantes da capital", continua o fotógrafo.

Há quase dois anos, o profissional recebeu o convite para visitar uma roda de samba. De lá pra cá, virou um frequentador assíduo. "Me apaixonei pelos gestos e a maneira calorosa do público. Entrei de cabeça no mundo das rodas de samba", explica Iavelberg.

Fotos de divulgação - Samba da Vela

Das regiões pobres da cidade para os badalados centros frequentados pelos mauricinhos e patricinhas, as rodas de samba fazem a cabeça de muita gente. "Eu vou muito a esses lugares. Lá tem gente que vai para paquerar, outros para passear, mas vou para curtir o verdadeiro samda de raiz, aponta o músico Luís Fonseca, que bate carteirinha nas casas Ó do Borogodó, Bar da Mangueira e Traço de União.

O percussionista André Belizario (foto) cita que além das casas noturnas e bares mais movimentados, outros estabelecimentos como a Casa de Cultura de Santo Amaro também é muito procurado. "Lá acontece o Samba da Vela, projeto que resgata o verdadeiro samba de raiz. É muito contagiante".

Seja em Santana, Vila Madalena ou em Santo Amaro, para dar uma forcinha, o Guia da Semana separou os lugares mais balados para o público cair neste ritmo de origens africanas.

Saiba onde encontrar uma boa roda de samba...

Atualizado em 6 Set 2011.