Guia da Semana

Por Humberto Baraldi


Divulgação

Para aqueles que acreditam que a pouca idade é sinônimo de um trabalho inconsistente mudam de idéia ao ouvir um único hit de Yamandu Costa, ou "precursor das águas", como significa seu nome em tupi-guarani. Com apenas 26 anos, o instrumentista vencedor de diversos prêmios já possui alguns discos no mercado e agora lança um DVD Ao Vivo, o primeiro da carreira. "Este novo produto vem recheado de melodias compostas por mim e por outros compositores, como Baden Powell e Radamés Gnatalli", detalha o artista.

O vídeo, gravado em abril de 2005, apresenta Yamandu em sua melhor forma. As imagens captam o músico quase na penumbra, em duas composições de sua autoria, Aurora e Tareco Número 2. Para completar, o artista se cerca de outros talentos: os amigos Eduardo Ribeiro, na bateria, e Tiago Espírito Santo, no contrabaixo. Juntos, o trio interpreta a Valsa Número 1, de Baden Powell, em versão repleta de improvisos e com sotaque jazzístico.



Na seqüência, o "precursor das águas" convoca ainda Guto Virtti, no contrabaixo acústico, e Toninho Ferraguti, no acordeom. "É um imenso prazer trazer estas feras da música para o meu DVD", declara Costa.

Para os que adoram extras, o novo trabalho mostra uma conversa entre Yamandu e Hermeto Paschoal na Holanda, um show com Armandinho em um programa de TV na Bahia, além de fotos e imagens de sua carreira.



Sempre precoce, o jovem gaúcho de Passo Fundo começou a estudar violão muito cedo. Aos 7 anos de idade aprendeu a técnica com o pai, Algacir Costa, líder do grupo Os Fronteiriços. "Logo, tive aulas com Lúcio Yanel (argentino radicado no Brasil)", completa Costa.

Até os 15 anos, a única escola musical do rapaz era a melodia folclórica do Sul do Brasil, Argentina e Uruguai. Aos 17 anos apresentou-se pela primeira vez em São Paulo no Circuito Cultural Banco do Brasil e a partir daí passou a ser reconhecido como músico revelação do violão brasileiro.

Choro, bossa nova, milongas, tangos, zambas e chamamés integram o set list de Yamandu que não gosta de ser rotulado com nenhum destes estilos. "Sou um músico sem gêneros", explica o artista que a cada apresentação parece entrar em transe.

Atualizado em 6 Set 2011.