Guia da Semana

Fotos: Getty Images


Enfrentar o trânsito caótico das ruas ou se espremer dentro dos transportes públicos que lotam cada dia mais? Escolher umas dessas alternativas tem sido o grande desafio da maioria das pessoas que moram afastadas dos empregos e precisam fazer uma verdadeira "via sacra" até o local de trabalho diariamente. É fila de carro, ônibus e metrô abarrotados e muita dor de cabeça, além de horas perdidas de sono.

Para se ter uma ideia, no período entre abril de 2008 até o mesmo mês de 2009, 624 automóveis e em média 200 motos surgiram todos os dias nas ruas da cidade de São Paulo de acordo com informações do Detran. "Para uma pessoa que esteja próxima de um ponto de trem ou metrô, o transporte público é o ideal. No Brasil, temos bons metrôs, mas, por exemplo, ainda nenhum ônibus com ar condicionado e esse tipo de comodidade, fora o tempo economizado que uma pessoa busca indo de carro", afirma o economista Augusto Sabóia.

No entanto, segundo o economista, em alguns casos optar por usar seu automóvel não é uma escolha muito econômica. "Para manter um carro simples a média de custo é R$ 500,00 ao mês. Isso envolve mais ou menos um tanque de gasolina por semana e manutenção". Além disso, Augusto alerta que no momento da troca do possante, o ato pode render prejuízo. "Em três ou quatro anos, quando costuma trocar o modelo, normalmente o antigo vai como entrada, somado ao valor de diferença. Um carro de R$ 40 mil passa a valer R$ 30 mil, ou seja, no período de quatro anos, para no mínimo manter o mesmo padrão do antigo, é preciso juntar R$ 10 mil de diferença, além do que já utiliza manutenção e gasto no ano", ressalta.



Em outros casos, como o da estudante de engenharia Milena Kosokabe, 23, o automóvel passa a ser o fiel escudeiro para o longo percurso diário. A jovem mora em São Paulo, na região de Interlagos, Zona Sul, trabalha na Vila Prudente, Zona Leste, e estuda em São Bernardo do Campo, Grande São Paulo. Se ela realizasse o trajeto de transporte público, utilizaria uma lotação, trolebus e um fretado até o trabalho. Para faculdade, mais três conduções seriam necessárias. Isso geraria cinco horas de tempo gasto no trânsito e R$ 450,00 ao mês. Utilizando o seu automóvel, Milena faz 23 quilômetros diários, em um percurso de 2h30 ao dia, com o gasto de R$ 360,00 ao mês.

Atenção!

Diferente de algum tempo atrás, hoje o automóvel não é mais sinônimo de investimento, mas sim uma ferramenta. "Calculado que o usuário vá pagar os R$ 500,00, contando que hoje ele tenha 23 anos e a cada três troque de carro, soma-se 20 trocas. Nessa linha, ele desembolsa média de R$ 15 mil a cada mudança, ou seja, R$ 300 mil apenas com troca de modelo, um dinheiro não capitalizado. Para ser um investimento é preciso utliza-lo como ferramenta de trabalho", ressalta o economista.



Para poupar, a dica é optar pelo kit gás. Na média, a substância possui a diferença de R$ 1,00 até R$1,50 por litro, comparado ao álcool. O custo inicial da aparelhagem pode ser alto, mas quem compra consegue diluir o custo a médio prazo, cerca de três anos "Ao invés de pagar R$ 2,50 por um litro de gasolina, o melhor a fazer é optar pelo gás. Mesmo sendo carros menos potentes, a diferença no fim do mês é brutal. Um tanque por semana gira em média a uns R$ 400,00 por mês, contando isso em 52 semanas, fica o valor de R$ 5 mil ao ano. Comparado ao gás, o valor diminui para cerca de R$ 1.500,00, sobrando R$ 3.500 para o proprietário economizar para o IPVA", aponta Augusto.

Para tirar seu auto da garagem e ir até o trabalho, Sabóia indica que seja feito um projeto. "Para quem trabalha longe é ideal se atentar a horários, já que ficar no trânsito consome muito combustível e desgasta o carro. Opte por fazer um horário alternativo. Se isso não for possível, tente dividir o carro com alguém, mude o combustível para gás e em último caso, deixe o carro em casa e procure um fretado".

Trânsito
Uma prova de que a coisa não está para brincadeira aparece no 4º Desafio Intermodal realizado na cidade de São Paulo, que acontece desde 2006, anterior ao Dia Mundial Sem Carro, 22 de setembro. O resultado apontou que as bicicletas foram o meio de transporte mais rápido. A saída foi realizada entre a Praça General Gentil Falcão, no bairro do Brooklin, Zona Sul, e o objetivo era chegar o mais rápido possível, sem desrespeitar nenhuma regra de trânsito, até a sede da Prefeitura de São Paulo, localizada no Viaduto do Chá, Centro, no horário de pico.

Com a marca de vinte e dois minutos e 33 segundos, um ciclista foi o primeiro a chegar ao ponto e deixou para trás um motociclista, um helicóptero, um motoboy, um pedestre corredor e outro caminhando, ônibus, trem, carros e deixou por último quem escolheu fazer o percursso via integração ônibus metrô, que levou 1h49m.

Atualizado em 10 Abr 2012.