Depois de ingressar no mercado de ações, é necessário escolher a corretora que vai fazer o meio de campo entre você a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Essa decisão é muito importante para o sucesso dos negócios e requer muita paciência. É o corretor que vai executar a ordem de compra e venda. Mesmo aqueles que preferem fazer todo o trâmite pela Internet, precisam dos serviços de uma empresa que ofereça home broker, que é o instrumento de negociação pela web. Hoje, há 133 corretoras cadastradas na Bovespa, porém não são todas que atendem o pequeno investidor e operam com valores mais baixos. Cada instituição atua em um determinado nicho de mercado, com serviços adequados a cada perfil.
Para não ter insatisfações, é necessário pesquisar todas as informações referentes à empresa, como facilidades oferecidas, taxas cobradas e área de atuação. De acordo com o consultor de investimentos Raphael Cordeiro, antes de pensar em escolher uma corretora, o cliente tem que ter uma ideia de como pretende atuar no mercado. "O ideal é que ele defina como serão as estratégias de negócios. A pessoa tem que conhecer qual é o seu perfil como investidora e como ela pretende obter as informações sobre as aplicações", alerta. Segundo ele, se a pessoa dá muita importância por um atendimento pela Internet, por exemplo, deve procurar instituições que trabalham com esse tipo de serviço.
Facilidades adequadas
Depois de verificar se a casa atende pessoas físicas, é preciso comparar quais são as vantagens oferecidas. Segundo Sergio Manoel Correia, economista da LLA Investimentos, para escolher a corretora adequada, o cliente tem que verificar todos os serviços disponibilizados para ver qual é mais indicada ao seu perfil. "Há desde empresas que dão recomendações até corretoras que só fornecem o acesso à Internet para que o investidor faça tudo sozinho", explica. No entanto, para os iniciantes, uma instituição que disponha de consultoria de negócios pode ser muito útil. "Normalmente, o pequeno investidor tem menos conhecimento de mercado. Então, é aconselhável que ele opte por uma que ofereça serviços de análise, ao invés de priorizar preço", diz.
Há investidores que preferem as corretoras que cobram menos pelo serviço, mas normalmente essas empresas não possuem serviços de recomendações. Para Correia, é importante optar pelas companhias que apresentam analistas, pois estes podem ajudar muito em épocas de turbulência financeira. "Quando o mercado está tranquilo, é relativamente fácil estar no comércio acionário. Mas são nos momentos de crise ou de muito euforia que uma boa recomendação pode ajudar bastante. Por isso, é importante que o investidor esteja em uma corretora que dê esse tipo de ajuda", aconselha. "A recomendação é olhar a quantidade de serviços disponíveis e não se guiar pelo preço. Como tudo na vida, ouvir orientações é importante", acrescenta.
Custos e taxas
Foto: Getty Images
Outro ponto importante é a frequência com que a pessoa pretende fazer negócios. Há corretoras que cobram taxas baixas para cada negociação, o que pode valer a pena para quem vai realizar muitas operações. "Uma corretora que oferece descontos pode ser interessante para alguém que vai operar incessantemente. Agora uma pessoa que vai comprar ações e deixá-las paradas por dois anos, por exemplo, não importa o quanto terá de abatimentos. Mas pode fazer uma grande diferença se ele conseguir falar com alguém que vai dar informações por telefone, por exemplo", afirma Cordeiro. O especialista diz que também é importante verificar se a corretora não cobra taxa por contas inativas, nos casos de pessoas que desejam ficar por muito tempo com a ação adquirida.
Em relação aos custos, cada corretora tem uma política diferente. Existe uma tabela padrão da Bovespa para corretagem e também há corretoras que cobram valor fixo por operação. Entretanto, Raphael Cordeiro explica que é importante ter cautela com as instituições que oferecem ofertas muito vantajosas. "Existem corretoras que fazem assessoramento de gestão, mas não cobram pelo serviço. Eu recomendo ter muita cautela com esse tipo de empresa, pois não é possível fazer esse trabalho de graça. Então, eles cobram de outras formas. Ao invés de pagar uma corretagem barata, por exemplo, você vai pagar caro. E ainda serão exigidas muitas operações por mês. É necessário ter um pouco de cautela com ofertas 'extraordinárias", alerta.
O consultor Raphael Cordeiro indica que a pessoa não tenha conta em uma só instituição, para evitar desgastes e perceber qual é a diferença entre elas na prática. Mas para não perder muito tempo com gerenciamento, não é aconselhável ter mais de três contas. "O ideal é ter conta em duas corretoras e em um banco, por exemplo". Também é importante lembrar que, caso não esteja satisfeito com os serviços, é possível trocar de corretora e transferir suas ações em qualquer momento, sem precisar vendê-las. Além disso, algumas empresas concedem uma espécie de degustação, para que o cliente possa experimentar antes de tomar uma decisão. "É a oportunidade do investidor ver quais são os relatórios que estão disponíveis, antes de fazer qualquer negociação", diz Correia.
Atualizado em 26 Set 2011.