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No Brasil, o 13º salário passou rapidamente de um instrumento de melhoria das condições financeiras do trabalhador - e até de seu enriquecimento - , para se tornar um verdadeiro ou quase vilão, em um processo de empobrecimento. Esse fato se alastra no seio das famílias brasileiras que, hoje, se endividam para comprar alimento, combustível ou vestuário, passando muitas vezes do endividamento simples para um processo de falência.
Vamos analisar as duas correntes do 13º: a que enriquece, criando bem-estar, felicidade e altos níveis de produtividade no trabalho e a que empobrece, levando muitas vezes à dissolução familiar e aos graves problemas de produtividade para o país.
O que enriquece deveria ser encarado como uma ótima fonte de enriquecimento para boa parte das famílias brasileiras. Vejamos: com o 13º, uma pessoa que ganha mais de dez salários mínimos mensais, caso aplique todos os recursos do mesmo em um fundo de renda fixa, por um período de trinta anos, teria acumulado mais de um milhão de reais. Mesmo que ela gastasse todo seu salário mensal. Para aquela que ganha menos que dez salários, precisaria ainda economizar um valor equivalente a 20% do salário para conseguir uma paz financeira duradoura.
Caso resolva guardar mensalmente cerca de 8% de sua renda terá um segundo 13º para investir ao final de 12 meses. Ou seja, se você não precisar comprar nada para o final deste ano (pois já fez suas compras antecipadamente), terá não um, mas dois décimos terceiros para aumentar a velocidade de seu enriquecimento. Agora, em apenas "23 anos", você terá alcançado o seu primeiro milhão. Se continuar na busca para aumentar a velocidade do enriquecimento, um terceiro décimo terceiro poderá ser incorporado mediante algum trabalho extra durante o ano, passando assim para cerca de 20 anos, o prazo para alcançar o seu primeiro milhão. Fantástico!
Já o que empobrece tem sido usado como uma paranóia de consumo sem nenhum comprometimento com uma poupança, reserva ou mesmo aposentadoria, e ainda faz com que seu endividamento se torne constante e crescente ano após ano. Cada vez mais as pessoas buscam, não os melhores e mais adequados presentes, mas sim os mais caros e, por muitas vezes, inservíveis presentes. Algumas pessoas acreditam em certo "valor mágico" do 13º.
Vejamos: essas pessoas passam o ano inteiro pelas lojas e dizendo: "quando eu receber o décimo eu compro", todos os meses uma nova promessa de comprometimento de um único décimo, por que ele é único e não décimo. E ainda tem aquele que usa, como se fosse dez, ou seja, um ele gasta em dinheiro vivo, outro em cheque pré, outro em cheque especial, outro no primeiro cartão, no segundo, no terceiro, no CDC, no consignado, emprestado... Meu Deus do céu!
Nas empresas, essa distorção tem se revelado da forma mais terrível possível, pois ataca diretamente a sua força motriz: a produtividade. Funcionário endividado não trabalha!
As empresas procuram de todas as maneiras soluções para o crescente endividamento de seus funcionários. Várias são as formas de solucionar o problema, mas percebem, após alguns meses, que estão postas novamente as condições para um novo endividamento do profissional. Com isso, sua produtividade caiu nos últimos anos ou mesmo deixou de crescer, nos níveis desejados e coerentes, com todos os investimentos feitos em treinamento, equipamentos e motivação.
Nada se consegue de um profissional com uma necessidade básica não atendida (ENDIVIDAMENTO). Portanto, o Planejamento Financeiro Pessoal e Familiar é a mais moderna e eficiente ferramenta para transformar uma equipe de endividados em investidores, com altos níveis de produtividade e orgulho de sua empresa, que em última estância conseguiu devolver a dignidade e a honra de seus profissionais.
O que faz: É Personal Finance com especialização em Logística e Distribuição, Marketing de Serviços, Previdência Privada, Seguros para a Proteção da Vida e do Patrimônio. Pesquisador e palestrante dos temas relacionados ao Planejamento Financeiro Pessoal.
Melhor lugar no mundo: beira da praia.
Pecado gastronomico: Peru.
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Atualizado em 26 Set 2011.