Guia da Semana

Se você também passou por 2013 com a sensação de estar vivendo uma invasão do cinema nacional, você não está sozinho. O ano teve um crescimento de 53% em relação a 2012 no número de lançamentos brasileiros – 127, o maior da história.

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A Agência Nacional de Cinema divulgou o balanço de 2013 e revelou que, tanto em número quanto em recepção do público, a indústria nacional está mesmo vivendo um grande momento. Ao todo, 18,6% das bilheterias já são ocupadas por filmes brasileiros, contra apenas 10,7% no ano passado. Número semelhante foi alcançado em 2010, quando “Tropa de Elite 2” chegou às telas.

A maior parte desse sucesso se deve às comédias, que arrecadaram 4 das 20 maiores bilheterias do ano. Entre os filmes nacionais com mais de 1 milhão de espectadores, 8 foram de humor e apenas 2 (Somos Tão Jovens e Faroeste Caboclo) arriscaram outros gêneros.

Se as ficções tiveram boa resposta nesse ano (muitas delas inspiradas em histórias reais), os documentários viveram sua pior fase nos últimos 5 anos: apenas 208 mil espectadores em 2013 contra quase 403 mil em 2012. A quantidade de lançamentos não justifica a queda: foram 50 filmes em 2013 contra apenas 34 no ano anterior. Os temas também permaneceram os mesmos: comunidades indígenas/exóticas, biografias musicais (mais numerosas em 2012) e história política do Brasil.

Apesar do crescimento de público, a oferta de salas de exibição ainda não mostrou evolução considerável: de um ano para o outro, apenas 162 salas foram inauguradas – sendo 97 delas no Sudeste. A região concentra quase 56% de todas as salas do país – são 1497, contra 136 no Norte. Entre as redes que mais contribuíram para esse crescimento, se destaca a Cinépolis, com 20 lançamentos no Estado de São Paulo.

A carência é alarmante, já que apenas 7% das cidades brasileiras têm acesso ao cinema – o que corresponde a 53,3% da população. O preço médio dos ingressos também não está a favor dos espectadores: os valores subiram 6,5%, acima dos 5,91% da inflação.

Para 2014, a expectativa é que o mercado continue em ascensão. Recentemente, a ministra da Cultura Marta Suplicy anunciou que o Fundo Setorial de Audiovisual investirá R$ 400 milhões na área, o dobro de 2012. Resta torcer para que o inchaço nos números se reverta em qualidade e acesso para o público brasileiro.

Por Juliana Varella

Atualizado em 27 Jan 2014.