Guia da Semana

Se o sábado foi dedicado aos fãs da Marvel na Comic Con Experience, o domingo trouxe uma seleção de painéis imperdíveis para o time DC. Do figurinista de “Batman vs Superman” ao autor de “O Cavaleiro das Trevas”, não se falou de outra coisa que não fosse o universo dos quadrinhos e filmes criados pela marca.

Batman vs Superman

Michael Wilkinson, responsável pelo figurino de mais de 8.000 personagens (incluindo figurantes) no filme que estreia em 2016, comentou as escolhas que levaram à criação das roupas de Batman, Superman e Mulher Maravilha, e ainda deu pistas sobre os uniformes de Aquaman e do filme “Liga da Justiça”.

Para o homem-morcego, Wilkinson afirmou ter buscado um visual mais imperfeito, que acentuasse sua humanidade em oposição à divindade de Superman. O artista também contou que se inspirou nos quadrinhos originais e tentou mostrar um Batman mais velho, marcado pelo tempo e tão forte que não precisaria de aparatos tecnológicos para intimidar. O herói ainda usará no filme uma armadura, criada especialmente para combater o rival, e uma terceira roupa que aparecerá em cenas dos pesadelos de Bruce Wayne.

Já para o filho de Krypton, a ideia foi encontrar tecidos que transmitissem uma qualidade não-humana, mesclando tecidos brilhantes, metálicos e com padronagens complexas. Escondida na estampa, está uma frase em kriptoniano dita por Joseph Campbell: “Where we thought we’d be alone, we shall stand with all the world”.

Quanto à Mulher Maravilha (personagem recebida com mais entusiasmo pelo público), Wilkinson revelou que sua intenção e a do diretor Zack Szider foi mostrar uma heroína tão poderosa e tão confiante quanto os outros dois. Para isso, o figurinista pensou numa armadura que “parecesse ter sido usada por milhares de anos, desde que Diana veio para a Terra”. Também foi uma preocupação que essa roupa fosse coerente com uma guerreira, e não apenas ornamental. “É como uma armadura real, com todos os reforços necessários”.

Wilkinson não pareceu se importar em manter segredos sobre o longa e, mesmo sem ser questionado, entregou detalhes sobre o figurino de Aquaman – personagem vivido por Jason Momoa que também estará no filme. Segundo ele, Momoa participou ativamente da concepção do vestuário e acabou influenciando o figurinista, que se inspirou em suas tatuagens para criar uma armadura mais “cool”.

O Cavaleiro das Trevas III

Além de Wilkinson, quem também conversou com os fãs, pela segunda vez no evento, foi o autor e desenhista Frank Miller, que discutiu a terceira parte da série “O Cavaleiro das Trevas” nos quadrinhos. Miller brincou com a rivalidade entre a DC e a Marvel (dizendo que é melhor que Stan Lee e que a DC tem os melhores editores, estúdios e artistas) e afirmou que gostaria de ver Clint Eastwood no papel de Batman.

O artista também falou, em coletiva, que acredita nos filmes de super-heróis e acha que eles passarão por uma fase de flerte com outros gêneros, como a aventura romântica, até que se descubra que clássicos da aventura romântica, como Robin Hood, eram na verdade filmes “de super herói”.

Quando questionado sobre os temas tratados na nova HQ que se espelham no mundo real, como a truculência da polícia (problema que se acentuou em 2015 nos EUA) e a corrupção, Miller respondeu que foi uma feliz coincidência, que veio no momento certo. Explicou que certos heróis só podem existir em sociedades problemáticas e que, portanto, Batman não poderia ter surgido num lugar que não fosse Gotham, com todos os seus vícios.

Por outro lado, o autor também refletiu que as histórias de super heróis não são como ficção científica, que preveem o futuro, mas se inspiram e falam sobre o presente. Prova disso, como ele mesmo aponta, é que o primeiro Cavaleiro das Trevas foi escrito durante uma onda de violência em Nova York.

The Ridiculous 6

Além de Miller e Wilkinson, o último dia da CCXP 2015 também trouxe um time de convidados em outro painel, desta vez organizado pela Netflix. Adam Sandler, Frank Coraci, Taylor Lautner, Jorge Garcia e Terry Crews subiram ao palco para falar sobre o novo longa-metragem original do canal, “The Ridiculous 6”. A comédia contará a história de um homem branco (Sandler) criado por índios, que sai em busca de seu pai e descobre ter vários meios-irmãos espalhados pelo país (interpretados pelos atores presentes no painel).

“A ligação que se cria entre os personagens por serem irmãos é a mesma que se criou nos bastidores, e essa química se traduz na tela”, contou o diretor (Coraci). A grande surpresa, para o elenco, foi descobrir o talento de Lautner na comédia, gênero em que o ator não tinha experiência. “Lil’ Pete é fantástico. Ele não era a escolha óbvia e acabou se revelando o mais engraçado”, comentou Sandler.

Após o painel, o público pôde assistir ao filme em primeira mão no auditório da CCXP, coisa que não havia sido anunciada na programação.

Por Juliana Varella

Atualizado em 7 Dez 2015.