Guia da Semana

Começa nesta sexta-feira, 11 de outubro, a Exposição Stanley Kubrick no Museu da Imagem e do Som (MIS). Até 12 de janeiro, o público poderá conferir mais de 500 objetos que registram a trajetória do diretor de 2001: Uma Odisseia no Espaço e O Iluminado – de roupas e maquetes a cartas e roteiros completos.

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As visitas acontecem de terça a sexta, das 12h às 22h e, aos sábados, domingos e feriados, das 11h às 21h. Os ingressos custam R$ 10 na bilheteria (com direito a meia-entrada) ou R$ 20 pelo site www.ingressorapido.com.br. Além da exposição, o museu também recebe uma retrospectiva com todos os filmes do diretor, de 11 a 17 de outubro.

Espaços:

A exposição é dividida por filmes, com exceção do início, que mostra os trabalhos de Kubrick como fotógrafo e seus primeiros curta-metragens, como Day Of The Fight (1951), e do final, que reúne projetos inacabados como Napoleão, para o qual Kubrick fizera uma pesquisa extensa antes de abandonar a ideia.

As salas, cada uma com um formato e tamanho (ora dividida em corredores estreiros e labirínticos, ora ampla e circular), oferecem uma imersão total no ambiente de cada filme. Recheadas de documentos, fotos (muitas fotos!), vídeos e objetos de cena, elas interagem com o visitante e brincam com portas, paredes, móveis, iluminação e efeitos sonoros para apresentar ao leigo (ou ao fã) mais do que uma informação sobre a cena, mas a sensação de “estar ali”, no set ou na imaginação do diretor.

Cena de O Iluminado, de Stanley Kubrick

Objetos mais curiosos:

Entre as preciosidades em exposição, estão os storyboards originais de filmes como Spartacus e Glória Feita de Sangue. É sua chance de conferir os garranchos quase infantis do diretor e de compará-los às versões finais, desenhadas por outros artistas, ou mesmo às fotografias das cenas que resultaram delas.

Também vale a pena perder alguns minutos folheando as páginas (escaneadas para manuseio) do livro O Iluminado, de Stephen King, rabiscadas e comentadas por Kubrick para a concepção do filme.

Ainda mais interessante são as inúmeras cartas de reprovação e censura enviadas ao cineasta durante ou após a gravação de Lolita e de Laranja Mecânica. No caso de Lolita, há inclusive uma resposta escrita pelo diretor. Imperdível.

Cena de Laranja Mecânica, de Stanley Kubrick

Outra carta que chama a atenção é a da atriz Audrey Hepburn, enviada a Kubrick em 1968: convidada a participar do projeto de Napoleão, a inglesa elegantemente recusou, afirmando que preferia se distanciar do cinema por algum tempo. Ela voltaria ao cinema apenas em 1976, com Robin e Marian (Richard Lester).

Perto da carta da atriz está outro objeto curioso, revelador da personalidade perfeccionista do cineasta: um pequeno arquivo, organizado em gavetinhas, com nomes de todas as pessoas que tiveram alguma relação com Napoleão Bonaparte. A cinebiografia era a “menina dos olhos” do diretor, mas foi barrada pelos custos altos e porque, em 1970, outro filme sobre o personagem histórico foi lançado (Waterloo, de Sergei Bondarchuk).

Depois da exposição:

Agora que você já mergulhou no hotel de O Iluminado, no ambiente “clean” de 2001: Uma Odisseia no Espaço ou nas trincheiras de Glória Feita de Sangue, aproveite para conferir a coleção de livros sobre o diretor na Loja MIS – incluindo o novo “Conversas com Stanley Kubrick”, de Michel Ciment (Cosac-Naify), a ser lançado em outubro em parceria com o MIS.

Se sobrar tempo, não deixe de conhecer o pequeno e aconchegante restaurante Chez MIS, que fica na parte externa do museu e serve comida mediterrânea.

Por Juliana Varella

Atualizado em 11 Out 2013.