Guia da Semana

Há dois anos, a figura do ator Chris Hemsworth se tornou sinônimo de Thor: um deus nórdico com voz de trovão, porte de titã e pavio curto, em guerra contra o ambicioso irmão Loki (Tom Hiddleston) pelo trono de Asgard. Agora, chega às telas Thor: O Mundo Sombrio – um filme sem grandes novidades, mas que entrega exatamente o que o público quer: mais humor, menos Thor e muito mais Loki.

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A trama segue o padrão de fantasias épicas: há alguns milhares de anos, o avô de Thor venceu uma guerra contra os Elfos Negros, um povo que queria transformar todo o universo em trevas com uma substância misteriosa chamada Éter. É claro que nem todos os Elfos morreram, e é claro que o Éter foi escondido naquele lugar “onde ninguém nunca mais o encontraria” - até que alguém o encontrou.

Apesar de previsível, a história é apenas um pano de fundo para que o público possa rever a problemática relação entre Thor e Loki e torça mais uma vez para que Jane Foster (Natalie Portman) consiga ficar ao lado do guerreiro. Anthony Hopkins, Rene Russo, Idris Elba, Kat Dennings, Stellan Skarsgard e a bela, porém sub-aproveitada Jaimie Alexander completam o time.

O roteiro se divide em duas partes: uma em Asgard, onde a família de Thor lida tanto com as chantagens emocionais de um Loki aprisionado quanto com a ameaça de retorno dos Elfos Negros; outra na Terra, onde Jane, o professor Erik e seus estagiários investigam um fenômeno chamado “a convergência”.

As questões científicas deixam tantas lacunas que o melhor a fazer é ignorá-las: afinal, quais são as chances de portais dimensionais e alinhamento de planetas soarem reais quando o assunto é uma guerra entre deuses e elfos? O diretor Alan Taylor, que dirigiu alguns episódios de Game of Thrones, não se esforça muito nas explicações e prefere fazer o que sabe melhor: criar o clima.

Taylor também investe no humor, fazendo graça com situações banais e com o próprio universo Marvel – vale avisar que quem nunca assistiu aos filmes anteriores pode ficar um pouco perdido.

Mas quem realmente rouba a cena é Hiddleston. O ator, mais solto que no primeiro filme, transita entre uma dezena de emoções e deixa o espectador tão confuso quanto Thor com seus jogos sentimentais. É ele, também, que garante as melhores risadas, tornando-se um vilão muito mais interessante que o Elfo Malekith, discretamente reduzido a segundo plano.

O filme começa fraco, ganha força quando o irmão de Thor assume a dianteira e volta a esfriar quando o foco são os Elfos e os fenômenos gravitacionais – mais engraçados do que propriamente empolgantes. No fim, duas cenas extras (antes e depois dos créditos) colocam a imaginação dos fãs para funcionar e dão uma pista sobre um novo personagem de um novo filme da marca.

Thor: O Mundo Sombrio pode não ser uma obra-prima, mas é uma sequência muito bem sucedida de um filme cujo maior trunfo não é a história, mas sim seus personagens – que têm a chance de evoluir entre um filme e outro e cujos problemas psicológicos são tão ou mais desafiadores que a guerra ao seu redor.

Assista se você:

- É fã dos heróis da Marvel
- Gostou do primeiro Thor
- Procura um filme para relaxar e se divertir

Não assista se você:

- Não gostou do primeiro Thor
- Espera um filme sério ou violento
- Não gosta de filmes de fantasia ou ficção científica

Por Juliana Varella

Atualizado em 31 Out 2013.