Guia da Semana

Não é só de beleza natural que a América do Sul dá de 10 a 0 em relação a muitos outros lugares do mundo. Quando se trata de gastronomia, os países latinos fazem muito bonito. Cores fortes, sabores intensos e ingredientes frescos: a região tem a matéria-prima ideal para criar uma culinária rica e saborosa.

Peru, Argentina, México, Chile e, é claro, Brasil, são países de passagem obrigatória para quem acredita que gastronomia é muito mais que simplesmente se alimentar, é algo cultural. Sendo assim, conheça abaixo os 10 melhores restaurantes da América Latina, nomeados pela lista dos lista 50 Melhores Restaurantes do Mundo

10º - Quintonil (Cidade do México, México)

Chef: Jorge Vallejo
Estilo: Mexicano moderno

O chef Vallejo utiliza ingredientes nativos e alimentos locais fornecidos por produtores artesanais para insuflar uma nova vida às receitas tradicionais mexicanas. O destaque do cardápio são as ervas e grãos esquecidos os quais são bem apresentados em pratos com folhas e legumes espalhadas criativamente representando o mundo natural. A sala de jantar é um espaço simples e descontraído e supervisionada pela esposa de Vallejo, Alejandra.

9º - Tegui (Buenos Aires, Argentina)

Chef: Germán Martitegui
Estilo: Eclética internacional

A entrada do restaurante é um segredo, uma porta pichada. Ao entrar, a sala de jantar pequena, mas luxuosa, e uma reluzente cozinha aberta ficam expostas. No entanto, as iguarias de Martitegui são o que definem a experiência em parte porque os clientes têm pouca noção dos pratos que eles vão receber considerado que o cardápio muda com uma frequência desconhecida, passando de um estilo para o outro, de um continente para outro, da complexidade para a simplicidade. As únicas constantes aqui são a modernidade, a frescura e a invenção que Martitegui impregna em cada um dos seus pratos. No passado, Martitegui trabalhou por muitos anos com o lendário Francis Mallman; agora ele está assumindo o papel de seu antigo mentor como o chef número um da Argentina.

8º - Biko (Cidade do México, México)

Chefs: Mikel Alonso, Gerard Bellver e Bruno Oteiza
Estilo: Fusão moderna espanhola e mexicana

Biko é uma fusão única e real entre as gastronomias da Espanha e o Mexico. Os chefs Bruno Oteiza e Mikel Alonso abriram Biko há quase 20 anos e logo depois começaram a brincar com os sabores do País Basco, onde ambos nasceram, usando ingredientes mexicanos. As pessoas começaram a se perguntar a qual dos países pertencia a comida, de modo que eles cunharam uma frase para descrevê-lo: Cozinha Gachupa. A fusão é ao mesmo tempo tão elegante, bem executada e complexa que é difícil dizer onde termina um país e onde começa o outro. Nos vários menus degustação, os produtos locais são delicadamente estimulados para obter o máximo de sabor, da codorna e pipoca até os globos de chocolate que explodem na boca.

7º - Maido (Lima, Peru)

Chef: Mitsuharu Tsumura
Estilo: Cozinha Nikkei

Maido, o restaurante de Tsumara, é considerado o melhor de seu tipo em Lima, uma cidade que tem uma longa história de amor com a cozinha asiática. Seu menu degustação, chamado Experiência Nikkei, é uma história que fala da tradição e a inovação, onde os pratos peruanos clássicos são reinventadas com ingredientes e técnicas japonesas. Tudo aqui é produto da imaginação lúdica de Tsumara – do ceviche até o chupe de camarões – mesmo o cuy (porquinho-da-índia) é uma iguaria andina com uma pitada japonesa pois aqui ele é servido com macarrão harusame frio.

6º - Pujol (Cidade do México, México)

Chefs: Enrique Olvera e Erick Guerrero
Estilo: Reinvenção da culinária mexicana

A pequena, escura e modesta sala de jantar de Pujol não prepara os clientes para as experiências que eles estão prestes a experimentar. São 12 pratos pequenos que incluem, entre outros sabores, cactus com queijo de ovelha, tortilla de milho recheada com ovos de formiga, berinjela com purê de estofado de rês, canela, banana-macho e purê de abacaxi e sorvete de ervilha. Sexto melhor restaurante da América Latina, o Pujol oferece menu de degustação por 950 pesos (cerca de 167 reais).

5º - Boragó (Santiago, Chile)

Chef: Rodolfo Guzmán
Estilo: Inovador chileno

Nada é mais importante para Guzmán que redescobrir a tradição chilena, seus produtos e as características técnicas do seu país, uma tarefa que parece ser difícil em um país pouco conhecido pela sua tradição culinária como é o Chile. Por isso, Guzmán dedica boa parte de seu tempo a explorar a grande biodiversidade chilena, fazendo a colheita e a coleta em diferentes paisagens. Pode ser um cogumelo em uma floresta no sul ou uma erva que fica nos 3.000 metros de altura nos Andes, nada escapa à curiosidade onívora de Guzmán, nem o mais modesto dos ingredientes e técnicas passa desapercebido na sua cozinha no bairro de Vitacura. Como resultado, cada visita é uma experiência única em Boragó, tudo vai depender das novas descobertas do chef naquele momento.

4º - Maní (São Paulo, Brasil)

Chefs: Helena Rizzo e Daniel Redondo
Estilo: Fusão brasileiro-europeia

Apesar de ser descontraído, os pratos são tecnicamente perfeitos e expressam a complexidade da natureza brasileira em toda a sua diversidade. No Maní, os alimentos confortantes e as ideias de vanguarda formam uma mistura única que são a origem de alguns dos pratos considerados emblemáticos da culinária brasileira contemporânea: as bolinhas de feijoada, os nhoques de mandioquinha com “dashi” de tucupi e os famosos maniocas - um prato que homenageia aos tubérculos do país. A alma multicultural do restaurante é um forte elemento que define a realidade de São Paulo e a história dos dois chefs. O seu nome em homenagem à deusa indígena da mandioca é apropriado para um templo da culinária brasileira.

3º - D.O.M (São Paulo, Brasil)

Chef: Alex Atala
Estilo: Contemporânea da Amazônia brasileira

A combinação das palavras latinas dominus (senhor), optimus (ótimo) e maximus (máximo) formam o nome do D.O.M., do proprietário e renomado chef Alex Atala. A casa abriga um ambiente de pé-direito alto e uma cozinha envidraçada, permitindo que os clientes acompanhem a preparação dos pratos. Dividido em 4 ou 8 pratos, o menu degustação é a melhor forma de entrar em contato com a experiência gastronômica proposta pelo D.O.M, difícil de ser captada em apenas um prato. Alex Atala apresenta cardápio estritamente autoral, expondo sua ousadia e experimentações resultantes de sua pesquisa com os ingredientes brasileiros.

2º - Astrid Y Gastón (Lima, Peru)

Chef: Diego Muñoz
Estilo: Alta cozinha peruana

Para comemorar os 20 anos do restaurante, Astrid y Gastón abriu suas portas em um novo local: uma fazenda colonial conhecida como a Casa Moreyra no distrito de San Isidro. O restaurante já não é mais uma cozinha, mas um restaurante requintado, um gastrobar, um jardim botânico, duas salas de jantar privadas cada uma com sua cozinha e bar próprio, mais um laboratório de pesquisa e desenvolvimento. O responsável deste projeto tão ambicioso é o chef peruano Diego Muñoz que traduz os sonhos de Acurio em menus degustação brilhantes que contam histórias fascinantes como a viagem de um imigrante italiano que descobre seu novo país ou uma viagem alegórica através das paisagens e a história peruana.


1º - Central (Lima, Peru)

Chef: Virgilio Martinez e Pía León
Estilo: Reinvenção da culinária peruana

Ao interpretar sua versão original da cozinha peruana, Martinez inclui o Cushuro – uma cianobactéria comestível que é coletada nas áreas úmidas dos Andes – ou a batata geada (uma técnica antiga de conservação que extrai sabores únicos do produto mais conhecido dos cultivos peruanos) para criar pratos elegantes e simples que surpreendem e deixam memórias duradouras. Este estilo inovador de Central dá origem à excelência gastronómica deste o Melhor Restaurante da América Latina.

Informações via: The World's 50 Restaurants

Por Marina Marques

Atualizado em 20 Mar 2015.