Guia da Semana

As festas de rua estão crescendo cada vez mais em São Paulo. Com a proposta de ocupar os espaços urbanos e promover a integração, a desmistificação de lugares estigmatizados e a sociabilidade entre os habitantes da maior cidade da América Lática Latina, elas ganham cada vez mais adeptos dispostos a festejar nos quatro cantos da cidade.

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Os coletivos que propõem as festas, muitas vezes, optam por lugares distantes do centro ou que sofrem com algum estigma para que as periferias e entornos sejam vistos novamente como parte integrada da cidade e não apenas como bairros dormitórios afastados.

Recentemente foi lançado o documentário "O Que é Nosso –Reclaming the Jungle" , de Jerry Clode, Murilo Yamanaka e Allyson Alapont, que trata deste movimento de festas independentes e gratuitas que mudaram o cenário da cidade. Como não poderia ser diferente, o longa está disponível gratuitamente para quem quiser assistir e entender um pouco melhor as mudanças que estão acontecendo nesta nossa querida selva de pedra e que são promovidas pela população. Neste sábado, dia 6, ele será exibido na Galeria Olido, seguido de uma festa de graça na Praça das Artes com a Voodooop, Metanol FM e Free Beats. Saiba mais sobre o vento!

Conheça abaixo alguns dos locais em que estas festas mais ocorrem e se prepare para as próximas.

Rua

Elas vão para diversas localidades da cidade, mas atualmente estão ocorrendo bastante no Largo São Francisco, que teve uma praça recém inaugurada pela prefeitura, no Largo da Batata e no Buraco da Minhoca. Já levaram muita gente também para o Parque Dom Pedro, Luz, Bom Retiro, Minhocão (Elevado Costa e Silva) e Largo do Café.

Neste sábado, dia 6, tem Free Beats, no Mirante de Pinheiros, e Pilantragi, no Largo da Batata, como o ObaOba te contou.

Cine Marrocos

Nada mais natural do que festas que propõem a ocupação dos espaços estar em uma ocupação, seja ela artística ou de moradia. O Cine Marrocos, ao lado do Largo do Paissandú, já abrigou um cinema, mas estava desocupado e sem qualquer utilização há algum tempo. Em novembro do ano passado, o MSTS– Movimento dos Sem Teto do Sacomã – ocupou o prédio, que se tornou a moradia de diversas famílias.

Muitos artistas e coletivos também aderiram a causa da ocupação promovendo festas que angariam fundos para os moradores e fazem resistência contra uma possível reintegração de posse da prefeitura.

Normalmente por lá rolam festas como a CARLOS CAPSLOCK, que teve sua última edição no local, a Voodoohop, que lá comemorou os cinco anos do coletivo com uma balada cuja fila dobrava o quarteirão, além da Mamba Negra, a recém nascida Sonido Tropico, dentre outras. Normalmente cobra-se junto com o valor da entrada um quilo de alimento não perecível.

Casa das Caldeiras

A Casa das Caldeiras é outro lugar comum para estas festas. Neste ano, após um período sem eventos por lá, diversos coletivos se reuniram para angariar fundos e poderem voltar a oferecer festas gratuitas no local. Desde então, o Programa Tododomingo nas Caldeiras ocupa o último dia da semana com arte, cultura e entretenimento sem qualquer custo para o público.

Quem participa: Calefação Tropicaos, Caldeirão do Negão, Festival PIB – Produto instrumental Bruto, CRLOS CAPSLOCK, C.R.I.A, Free Beats, Voodoohop, Ashoka, Festival Expresso Jazz São Paulo, Laço, Conexão Cultural, Feminino no Hip Hop, For Fun Party, Kultafro, Ilu Obá de Min, Samba Rock na Veia e NME.

A programação é vasta e pode ser conferida semanalmente através da página do Facebook do projeto.

Por Mariana Zoboli do Carmo

Atualizado em 3 Dez 2014.