Produto de origem brasileira e produção regulada, a cachaça faz parte das nossas vidas desde sempre, seja no copo dos nossos pais, dando graça à caipirinha, seja nas batidas doces e enjoativas que tomamos em nossos primeiros carnavais ou quando crescemos e aprendemos a degustar nos bares e cachaçarias Brasil adentro.
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Caso você aprecie o destilado, mas nunca teve a oportunidade de provar além do convencional, fomos ao Casa Café, em Pinheiros, acompanhados do cachaceiro Thiago Nego e provamos cinco cachaças diferentes que você deve procurar experimentar — valem cada gole. Confira:
Por ser envelhecida em barril de inox, a cachaça Casa do Engenho tem um sabor mais puro, sem a interferência de outros elementos. Por conta da sua destilação, o forte ardor, presente em outras cachaças é menor, o que agrada quem ainda não desenvolveu o gosto pela degustação. Cristalina, ela é indicada para ser servida após refeições pesadas – como uma feijoada, por exemplo. Para quem quer fazer um drink em que não haja o gosto da cachaça em específico, a cachaça Casa do Engenho é ideal.
Embora o Rio Grande do Sul nunca tenha sido um grande expoente na produção de cachaças, a Weber Haus vem mudando esse fato, tanto que três das suas bebidas estão entre as melhores do tipo no Brasil. Uma das cachaças da marca que você não pode deixar de provar é a Sassafrás, que é envelhecida durante um ano em barris de canela sassafrás e, por conta disso, conta com um aroma e um paladar mais adocicado. É um excelente acompanhamento para flans e pudins, em especial os que levam frutas vermelhas.
Com uma coloração escura, caramelada, a cachaça Mazzaropi passa um ano e meio sendo curtida em um barril de carvalho francês e com um forte odor e sabor da madeira. Deliciosa, ela começou a ser produzida especialmente para os hóspedes do Hotel Fazenda Mazzaropi, em São Luiz do Paraitinga, interior paulista. Por harmonizar muito bem com tabacos, seja em charutos ou cachimbos, ela é uma cachaça para se ter em casa.
COMPOSTOS DE AGUARDENTE
Por contar com a adição de outros elementos não naturais da cana de açúcar, a cachaça, por lei, torna-se uma aguardente composta. As variações são diversas e o Casa Café ofereceu estas duas para serem degustadas.
Envelhecida durante seis anos em um barril de carvalho, a Ypióca 160 é uma edição especial da já famosa cachaça Ypióca – aquela da garrafa envolvida em palha. O elemento adicionado nesta cachaça é o malte, que dá um forte sabor ao líquido, que por vezes lembra o whisky. Sem dúvidas, esta é uma cachaça especial. A sua produção é limitada e única, seu lançamento ocorre de 10 em 10 anos, em comemoração aos 160 anos da maior cachaçaria do Brasil. A próxima edição, Ypióca 170, sairá em 2016. Pela sua exclusividade, ela é uma cachaça para momentos especiais e recomenda-se bebê-la gelada.
A Samba Nego surgiu como uma ponte para pessoas que não tem o costume de tomar cachaça. Com sabor doce derivado da mistura entre a cachaça, a erva doce, o caramelo e o limão siciliano, ela é doce e não conta com o ardor tradicional das outras cachaças. Artesanal, ela é produzida em Suzano (SP) por Thiago Nego, que recomenda que ela seja degustada em momentos especiais, entre amigos, já que todo o conceito da Samba Nego veio de seu círculo social. “O líquido foi desenvolvido por mim, mas todo o conceito foi desenvolvido por amigos que pensaram juntos. Nome, logo, rótulo... tudo foi desenvolvido por pessoas diferentes e de áreas diferentes, ela tem gosto de amizade”, afirma.
A Samba Nego está presente em oito bares em São Paulo, sendo um deles o Casa Café, que é seu representante, vendendo cada garrafa por R$ 48.
O BAR
Com 68 cachaças, 13 tipos de runs importados da América Central, além de whiskys e gins exclusivos no Brasil, o Casa Café é uma das boas novidades do bairro de Pinheiros. Localizado em um aconchegante sobrado na Mourato Coelho, quase na esquina com a Rua dos Pinheiros, o bar oferece uma grande variedade de drinks e bebidas, além de boas cervejas, como artesanal Double Vienna, de Curitiba. A cozinha também é um destaque da casa. Aberta todos os dias, oferece pratos como a fraldinha grelhada, e nos finais de semana, a moqueca com camarão, pirão e arroz.
O segundo andar da casa reserva algumas surpresas, como um pequeno museu da coquetelaria, com artigos clássicos e raros, além de uma biblioteca etílica, com mais de 200 artigos sobre bebidas alcoólicas. Não podemos deixar de citar a excelente seleção musical da casa, que conta com samba, house, disco e outros bons ritmos em sua playlist.
Ao fazer uma visita, não deixe de provar o drink Chora Neném, feito com a Samba Nego, hortelã, xarope de camomila, limão sicilianoo e maracujá. Refrescante e saboroso, o drink é um dos destaques da casa.
Por Rodrigo Guarizo
Atualizado em 16 Abr 2014.