Guia da Semana

Se por um lado a maternidade é um desafio para as empresas, pois elas precisam substituir uma profissional por quatro meses, por outro as companhias têm muito a ganhar depois que as mulheres se tornam mães. Segundo artigo da revista científica Behavioral Neuroscience, publicado em 2010, após o parto, as mulheres apresentam um aumento nas áreas do cérebro relacionadas ao planejamento, raciocínio e julgamento. Os pesquisadores chegaram à conclusão de que essa mudança cerebral é decorrente de hormônios que passam a atuar fortemente a partir da gravidez.

Além disso, a maneira de lidar com os problemas de maneira intuitiva e a tranquilidade de resolver uma tarefa de cada vez também são apontados como ganhos da maternidade. Para o especialista em recursos humanos, Ricardo Karpat, ser mãe é mais do que criar os filhos, é se tornar um ser humano mais compenetrado nas atividades e competente. “Após a vivência de criar um filho, a mulher, na maioria das vezes, desenvolve a habilidade de resolver problemas, lidar com o estresse, torna-se mais flexível e extremamente focada”, afirma.

O especialista ainda indica que, apesar da maternidade atrapalhar momentaneamente a carreira, uma vez que a mulher terá que ficar fora da empresa por alguns meses, as habilidades adquiridas por meio dela são excepcionais. Segundo Karpat, “com os filhos já maiores, a mulher volta ao mercado de trabalho com uma vivência que o homem nunca teve e nunca terá, tornando-se uma multifuncional eficaz e realizando diversas tarefas ao mesmo tempo com qualidade”.

Em um tempo que a carreira é vista como prioridade, esse tipo de análise e os vários estudos que estão relacionando os hormônios da maternidade à inteligência servem de incentivo para as mulheres que querem ser mães, mas temem perder a posição no mercado depois da gravidez. Sobretudo quando os filhos são planejados, as chances de voltar ao escritório e manter a vida profissional em harmonia com a pessoal são grandes.

A arte do improviso

Durante a maternidade, as mulheres precisam lidar com situações diferentes das que estavam habituadas e improvisar soluções, seja para o choro do bebê durante a madrugada ou para uma febre repentina. As mulheres vão, então, colocando-se no lugar do outro e isso as ajuda a desenvolver o seu lado interpessoal, que é tão exigido pelas empresas.

A flexibilidade é outra qualidade adquirida nesse período, especialmente por ser necessária para encontrar respostas rapidamente. Na maioria das vezes, quando a mulher tem uma reunião marcada e o filho está doente, ela consegue levar a criança ao hospital, sem prejudicar o evento que estava marcado. São tantos detalhes, impasses, dilemas e dúvidas a se pensar quando a mulher se torna mãe, que nenhuma outra vivência ou curso superior seria capaz de dar isso a ela.

Atualizado em 20 Mai 2015.