Guia da Semana

2016 vai, finalmente, chegando ao fim e deixando para trás a certeza de que foi um ano turbulento, cheio de surpresas, decepções e polêmicas de todos os tipos. No cinema, não foi diferente.

Relembre 13 fatos que marcaram o cinema neste ano:

1. A Pixar teve seu primeiro grande fracasso

O que parecia impossível aconteceu: a Pixar, estúdio de animação que presenteou o mundo com alguns dos filmes mais emocionantes dos últimos anos, como “Divertida Mente”, “Wall-E” e “Ratatouille”, cometeu seu primeiro grande erro. Um erro chamado “O Bom Dinossauro”, que não apenas teve a pior bilheteria da marca até hoje (pior do que “Vida de Inseto” e “Carros 2”) como recebeu algumas das piores críticas do ano. #fail

2. "Os Dez Mandamentos" foi um sucesso no cinema e na TV

Se houve uma mina de ouro nos cinemas brasileiros em 2016, quem a encontrou foi a Igreja Universal. Aproveitando o sucesso da novela “Os Dez Mandamentos” na Rede Record, a empresa decidiu levar a produção aos cinemas – a mesma produção, diga-se de passagem, com um corte diferente e algumas cenas extras - e acabou arrecadando uma das maiores bilheterias do ano sem gastar, praticamente, um centavo. Ajudou o fato de os templos da Universal distribuírem ingressos e inflarem os números com um público que dificilmente iria ao cinema de outra forma, mas nada muda o fato de que o filme foi um sucesso de público.

3. "Deadpool" se provou ridiculamente lucrativo

Filmes de super-heróis precisam ter efeitos visuais de ponta e orçamentos na casa das centenas de milhões, certo? Errado. Foi isso que provou o fenômeno do ano, “Deadpool” – uma produção que custou apenas US$ 58 mi e arrecadou mais de US$ 780 mi, ficando entre os 5 filmes mais vistos do ano nos EUA e entre os 7 nas bilheterias mundiais.

Menos pretensioso que seus concorrentes, “Deadpool” apostou num humor provocativo e cheio de piadas internas para os fãs, sem se preocupar em desenhar cenas épicas de ação ou seguir um roteiro muito complexo.

4. O Oscar foi branco (e fez piada com isso)

Num momento de tolerância zero ao preconceito, a escolha de candidatos exclusivamente brancos para as principais categorias do Oscar 2016 gerou protestos por toda a internet. Começando pelo Twitter, a campanha #Oscarsowhite ganhou tanta repercussão que até foi citada no monólogo de abertura da premiação: “Este é o 88º Academy Awards, o que significa que essa coisa toda de ‘falta de candidatos negros’ já aconteceu pelo menos outras 71 vezes.”, alfinetou Chris Rock.

5. Leonardo DiCaprio ganhou seu Oscar

Outra campanha virtual que marcou a premiação este ano foi o apelo para que Leonardo DiCaprio ganhasse seu primeiro Oscar. Aparentemente, suas atuações anteriores tinham sido injustiçadas e, depois do esforço físico demonstrado em “O Regresso”, incluindo uma batalha com um urso e a simulação de todos os ossos quebrados como consequência disso, nada justificaria outro Oscar perdido. No final das contas, Leo levou para casa a estatueta, mas não agradeceu à intensa campanha em seu discurso. No lugar, o ator preferiu chamar a atenção para o aquecimento global e a relação do homem com a natureza.

6. O Brasil teve uma animação indicada ao Oscar

O Brasil não ganhou nenhum Oscar em 2016, mas a indicação de “O Menino e O Mundo” para a categoria de Melhor Animação foi o impulso que o mercado precisava para investir de vez na expansão desse gênero. Nunca se viram tantos cursos na área (tanto para trabalhar com cinema quanto com games ou efeitos visuais) e novas produtoras vêm se formando, prometendo estourar nos próximos anos.

7. A franquia "Divergente"desistiu de si mesma

Quem não ganhou boas notícias em 2016 foi a franquia adolescente “Divergente”, que teve seu último filme cancelado nos cinemas e transferido para um lançamento exclusivo em TV. Como consequência, ainda não se sabe se os atores retornarão para participar da produção.

8. Marvel e DC brigaram feio (e os fãs também!)

A guerra entre as franquias de super-heróis nunca esteve tão quente quanto em 2016. Com dois lançamentos muito semelhantes marcados para o mesmo período, Marvel e DC mostraram suas garras e colocaram seus fãs no ringue, só para depois partirem para caminhos diametralmente opostos.

Enquanto a Marvel jogou seguro com “Capitão América: Guerra Civil” e arriscou mais com “Doutor Estranho”, apostando suas fichas num futuro mais leve e fantástico, a DC escorregou na própria ambição e falhou ao apressar o encontro entre seus heróis em “Batman vs Superman: A Origem da Justiça” e entre seus vilões em “Esquadrão Suicida”. O erro, porém, abriu espaço para a ascensão de uma personagem que pode se tornar a próxima grande febre em 2017: a “Mulher-Maravilha”.

9. Mulheres caçaram fantasmas

Falando em mulheres, uma das grandes apostas do ano foi o polêmico reboot de “Caça-Fantasmas” com um elenco de gêneros trocados (mulheres nos papéis principais e um homem como o secretário sexy). A ideia, em si, levantou desconfiança até mesmo entre o público feminista, mas o resultado se mostrou engraçado e honesto, focando no humor e não na questão do gênero. O problema foi que parte dos fãs mais antigos não aceitaram a mudança e se recusaram a assistir, fazendo o filme empacar nas bilheterias.

10. Os anos 90 voltaram (e ninguém deu muita bola para isso)

Que a nostalgia está em alta, disso ninguém pode duvidar. Mas, pelo que 2016 provou, nem tudo o que foi febre nas décadas passadas pode voltar à moda, assim tão facilmente. Neste ano, vimos “Independence Day”, “A Bruxa de Blair” e “O Escaravelho do Diabo” ganharem sequências ou adaptações nos cinemas e a reação... Bem, ela não poderia ter sido mais indiferente.

11. "Aquarius" foi barrado no Oscar

Quem diz que “Batman vs Superman” foi o duelo do milênio não viu as faíscas que surgiram entre “Aquarius” e “Pequeno Segredo” em 2016. Reconhecido pela crítica internacional e dado como presença certa no Oscar de Melhor Filme Estrangeiro desde sua première em Cannes, “Aquarius” foi excluído da disputa em favor do quase desconhecido “Pequeno Segredo”. Isso porque a equipe de Kleber Mendonça Filho aproveitou a visibilidade do festival francês para protestar contra o impeachment no Brasil e, durante toda a divulgação do filme, deixou clara sua posição anti-Temer.

12. A internet descobriu o "caso Bertolucci"

Um ano como este com certeza não acabaria sem uma última polêmica para dominar as redes sociais. O estranho foi que o ultraje da vez era um caso antigo e já bastante discutido na época, que voltou com tudo devido a uma nova entrevista. Bernardo Bertolucci, diretor de “O Último Tango em Paris”, admitiu não ter contado à atriz Maria Schneider (então menor de idade) sobre os detalhes de uma cena de estupro que ela protagonizaria (a famosa e nauseante “cena da manteiga”). Nenhuma novidade por aqui, já que Schneider denunciara o caso há anos, mas a notícia foi suficiente para reacender as chamas da internet com todas as forças.

E esse não foi o único caso do tipo no ano: Nate Parker, diretor de “O Nascimento de Uma Nação”, também foi réu num caso de estupro cometido nos anos 90, mas não chegou a ser condenado e, após a morte da vítima poucos anos atrás, o julgamento ficou inconcluso. Essa informação, porém, veio à tona pouco depois de seu filme estrear em Sundance, conquistar a crítica e faturar o maior acordo de distribuição já fechado no festival.

13. O cinema se despediu de Snape e outros mestres.

Em 2016, o cinema se despediu de alguns de seus maiores mestres, como Gene Wilder, Abbas Kiarostami e David Bowie. Também se foram repentinamente o brilhante Alan Rickman, o jovem Anton Yelchin e os brasileiros Domingos Montagner e Hector Babenco.

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Atualizado em 19 Dez 2016.