Guia da Semana

Entrar no Centro Cultural Banco do Brasil já seria, por si só, uma exposição singular aos nossos olhos. O prédio, belíssimo e localizado no charmoso centro da cidade, foi construído em 1901 e funcionou como banco até 1996. Em 2001, abriu as portas como centro cultural e, desde então, nos oferece mostras incríveis, que mesclam obras de arte com os elementos da arquitetura original, que foram restaurados, mantendo assim as linhas que o tornam um dos mais significativos exemplos da arquitetura do início do século desta cidade.

Atualmente, a exposição O triunfo da cor. O pós-impressionismo: obras-primas do Musée d’Orsay e do Musée de l’Orangerie ocupa os corredores do local e, sem dúvidas, é quase que uma obrigação para quem ama arte.

O movimento possui grandes e incríveis artistas, mas Vincent Van Gogh é o primeiro nome que nos vem à cabeça quando pensamos no assunto. Por isso, a mostra é aberta com duas de suas obras mais famosas: Fritillaires Italliene.

Vale lembrar que o Pós Impressionismo não é um período cronológico, mas um marco que reúne artistas de acordo com algumas identificações artísticas, sendo uma delas a cor - aspecto escolhido para reunir o artistas e as obras dessa mostra.

Assim, reunidos pela maneira como usavam a cor, Van Gogh, Matisse, Monnet, Gauguin, Toulouse-Lautrec, Cézanne, Seurat e muitos outros nomes de peso dividem as paredes dos cinco andares do centro.

A visita começa no quarto andar, com uma seleção de obras de artistas motivados pelos estudos desenvolvidos pelo cientista Michel Eugene Chevreul sobre a técnica neoimpressionista de aplicar na tela pontos justapostos de cores primárias. O olho do espectador passa a recompor à distância a aplicação do pontilhado das cores complementares e contrastantes. Seurat, expoente do pontilhismo, influencia também Van Gogh, que desembarca em Paris em 1886 e que, sob o efeito imediato do contato com a pintura moderna parisiense, passa a utilizar uma paleta de cores vivas.

No terceiro, somos imersos a uma série de obras que refletem a pesquisa realizada por Paul Gauguin e Émile Bernard a partir de uma pintura sintética, marcada pela presença do desenho nos contornos e nas silhuetas, valendo-se de cores simbólicas. A pintura passa a refletir um mundo interior, poético e espiritual. Gauguin confere à cor o papel revelador de uma dimensão simbólica da pintura e é ele o mentor de um grupo de artistas apresentados neste módulo.

No andar de baixo, "Os Nabis: Profetas de uma nova arte", vemos a ideologia estética do grupo de artistas que se definiu como profetas de uma arte nova e defendeu a origem espiritual da arte, fazendo uso da cor como um elemento transmissor dos estados de espírito e do que sentiam, não apenas do que viam. Entre os nabis, artistas como Maurice Denis, Vuillard, Maillol e Vallotton revelam uma paixão por temas da vida cotidiana e por uma dimensão misteriosa e sobrenatural que a cor confere a sua pintura.

No quarto ambiente, nomeado de Cor em Liberdade, vemos, de um lado, obras de artistas do final do século XIX, como Cézanne, que busca inspiração na Provence, e Paul Gauguin, que parte para o Taiti e se inspira na natureza tropical, além de obras de jovens artistas do início do século XX, que compartilhavam o gosto por uma composição ornamental em que a cor assume o protagonismo.

SERVIÇO

Onde: CCBB
Quando: de 4 de maio a 7 de julho
Quanto: Grátis

VISITA COM HORÁRIO MARCADO

Assim como em todas as exposições realizadas a partir do segundo semestre de 2015, os interessados em conhecer "O triunfo da cor. O pós-impressionismo: obras-primas do Musée d’Orsay e do Musée de l’Orangerie", em São Paulo, poderão realizar gratuitamente o agendamento virtual das visitas, por meio do site Ingresso Rápido ou de aplicativo oferecido pelo CCBB (disponível para Android e iOS). Com o serviço, é possível planejar com facilidade o dia e o horário do passeio, evitando filas e aprimorando a experiência da visita.

Por Nathália Tourais

Atualizado em 16 Jun 2016.