Guia da Semana

Se você é viciado em séries e ama um suspense que passeia pelo gênero policial e o mundo dos crimes, "American Crime Story: O Povo Contra O.J. Simpson" é uma boa pedida. Entretanto, um aspecto torna a produção ainda mais interessante: é baseada em fatos reais e conta a história de um dos crimes mais comentados dos Estados Unidos.

Lançada em 2016 e produzida por Ryan Murphy - o mesmo de “Glee” e “American Horror Story” - em parceria com Scott Alexander e Larry Karazenwski, a série tem 10 episódios e conquistou 9 prêmios Emmy Awards e dois Globo de Ouro. Além do enredo, conta com aspectos interessantes que, além da tensão, fazem o telespectador refletir sobre muitos assuntos. Confira alguns deles:


CRIME REAL E ENVOLVIMENTO DA MÍDIA

Foto: Divulgação

Para quem não conhece, O.J. Simpson foi craque recordista da NFL, a liga de futebol americano, e era como o Pelé e o Neymar são aqui no Brasil. Em Junho de 1994, os Estados Unidos viveu uma comoção ao ver o ídolo e herói - muitas vezes colocado acima do bem e do mal - envolvido num crime tão brutal, sendo acusado de assassinar sua esposa, Nicole Brown, e o amigo dela, Ronald Goldman, a facadas.

O acontecimento tornou-se um gigantesco evento da mídia e a TV americana interrompia sua programação para atualizar a população. No dia em que a polícia foi procurar O.J., ele deixou um bilhete onde anunciava seu suicídio e fugiu. Assim, a mídia exibiu a perseguição em tempo real, em uma autoestrada da Califórnia - coisa de filme.

O.J. SIMPSON E NICOLE BROWN

Nicole e O.J. se casaram em 1985 e tiveram 2 filhos. No mesmo ano, o jogador quebrou, com um taco de baseball, os vidros do carro da esposa, onde ela havia se escondido depois de uma briga.

O divórcio aconteceu alguns anos depois e haviam registros policiais de três agressões físicas de Simpson contra Nicole. No ano seguinte, Simpson invadiu a casa da ex-mulher, que se trancou na cozinha e, um ano depois, em 1994, foi acusado de duplo homicídio.

JULGAMENTO, JUSTIÇA E QUESTÕES SOCIAIS

Foto: Divulgação

O julgamento foi um evento, e - pasmem - descrito como o caso criminal de maior publicidade na história norte-americana. Televisionado, foi acompanhado por mais de 20 milhões de espectadores; recorde superior à chegada do Homem à Lua. Além disso, foi um dos primeiros casos de tribunal a utilizar a moderna ciência forense como parte das evidências, marcando um avanço na área criminal.

Os autos totalizaram mais de 50 mil páginas e um milhão de linhas escritas. Durante 372 dias, foram ouvidas 133 testemunhas. Apesar de muitas provas contra o ex-atleta, o julgamento caminhou por uma via duvidosa, o que nos faz refletir sobre questões como sexismo, raça e fama. Além disso, o país vivia uma época com muitos casos de negros mortos por policiais, o que fez uma parte da população acreditar que O.J. estava sendo acusado injustamente.

Robert Kardashian, pai das famosas irmãs Kardashian, era amigo de O.J. e foi assistente no time de advogados de defesa, apelidado de Dream Team. O júri era formado por 9 negros, 2 brancos e 1 hispânico. Dos 12 jurados, 10 eram mulheres. O veredito "inocente" foi anunciado em outubro de 1995.

ELENCO

O elenco é um show à parte. Cuba Gooding Jr interpreta O.J., enquanto David Schwimmer vive Robert Kardashian e John Travolta é Robert Shapiro. Sarah Paulson, Sterling K. Brown e Kenneth Choi também estrelam a série com maestria.

Atualizado em 14 Ago 2018.