Guia da Semana

Não é exagero dizer que alguns clássicos da literatura nunca saem de moda. Afinal, surpreendentemente, muitos deles se encaixam perfeitamente em contextos e momentos completamente diferentes. Atemporais, nos fazem refletir, expandir nossa capacidade de percepção e, sem dúvidas, a cada leitura nos coloca em um novo ponto de partida.

Pensando nisso, o Guia da Semana lista 10 livros clássicos que todo mundo deveria ler pelo menos uma vez na vida. Confira:


O PEQUENO PRÍNCIPE, ANTOINE DE SAINT-EXUPÉRY

Nesta clássica história que marcou gerações de leitores em todo o mundo, um piloto cai com seu avião no deserto do Saara e encontra um pequeno príncipe, que o leva a uma jornada filosófica e poética através de planetas que encerram a solidão humana. A edição conta com a clássica tradução do poeta imortal dom Marcos Barbosa, e é a versão mais consagrada da obra, publicada no Brasil desde 1952.



1984, GEORGE ORWELL

O livro é um dos mais famosos de George Orwell e já ganhou versões de filmes, minisséries, quadrinhos, traduções para 65 países e uma polêmica fama. A obra conta a história de Winston, que vive aprisionado em uma sociedade completamente dominada pelo Estado. Essa submissão ao poder é relatada, inclusive, na rotina desse personagem, que trabalha com a falsificação de registos históricos, a fim de satisfazer os interesses presentes. Contudo, não aceita bem essa realidade, que se disfarça de democracia, e vive questionando a opressão que o Partido e o Grande Irmão exercem sob a sociedade.



A REVOLUÇÃO DOS BICHOS, GEORGE ORWELL

"A Revolução dos Bichos" é uma fábula sobre o poder. Narra a insurreição dos animais de uma granja contra seus donos. Progressivamente, porém, a revolução degenera numa tirania ainda mais opressiva que a dos humanos. Escrita em plena Segunda Guerra Mundial e publicada em 1945 depois de ter sido rejeitada por várias editoras, essa pequena narrativa causou desconforto ao satirizar ferozmente a ditadura stalinista numa época em que os soviéticos ainda eram aliados do Ocidente na luta contra o eixo nazifascista.



ROMEU E JULIETA, WILLIAM SHAKESPEARE

Há muito tempo duas famílias banham as ruas de Verona de sangue. Enquanto isso, na penumbra das madrugadas, ardem as brasas de um amor secreto. Romeu, filho dos Montéquio; e Julieta, herdeira dos Capuleto, desafiam a rixa familiar e sonham com um impossível futuro, longe da violência e da loucura. “Romeu e Julieta” é a primeira das grandes tragédias de William Shakespeare.



DOM QUIXOTE DE LA MANCHA, MIGUEL DE CERVANTES

O escritor espanhol Miguel de Cervantes escreveu o romance "Dom Quixote de la Mancha" há cerca de quatrocentos anos. Considerado uma obra-prima, o livro marcou o início do romance moderno e o nascimento do "mito quixotesco" ou a defesa dos mais elevados princípios morais ao contar a história e as aventuras de Dom Quixote e Sancho Pança.



A METAMORFOSE, FRANZ KAFKA

"A Metamorfose" é a mais célebre novela de Franz Kafka e uma das mais importantes de toda a história da literatura. Sem a menor cerimônia, o texto coloca o leitor diante de um caixeiro-viajante - o famoso Gregor Samsa - transformado em inseto monstruoso. A partir daí, a história é narrada com um realismo inesperado que associa o inverossímil e o senso de humor ao que é trágico, grotesco e cruel na condição humana - tudo no estilo transparente e perfeito desse mestre inconfundível da ficção universal.



O ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA, JOSÉ SARAMAGO

Um dos livros mais conhecidos do autor, "O Ensaio Sobre a Cegueira" fala sobre o comportamento de uma sociedade diante uma epidemia misteriosa e sem cura que deixa as pessoas cegas. A obra virou filme, dirigido pelo brasileiro Fernando Meirelles, e venceu o festival de Cannes.



A HORA DA ESTRELA, CLARICE LISPECTOR

Entre a realidade e o delírio, buscando o social enquanto sua alma a engolfava, Clarice escreveu um livro singular. "A Hora da Estrela" é um romance sobre o desamparo a que, apesar da linguagem, todos estamos entregues.



CRIME E CASTIGO, FIÓDOR DOSTOIÉVSKI

Neste livro, Raskólnikov, um jovem estudante, pobre e desesperado, perambula pelas ruas de São Petersburgo até cometer um crime que tentará justificar por uma teoria: grandes homens, como César ou Napoleão, foram assassinos absolvidos pela História. Este ato desencadeia uma narrativa labiríntica que arrasta o leitor por becos, tabernas e pequenos cômodos, povoados de personagens que lutam para preservar sua dignidade contra as várias formas da tirania.



ORGULHO E PRECONCEITO, JANE AUSTEN

Na Inglaterra do final do século XVIII, as possibilidades de ascensão social eram limitadas para uma mulher sem dote. Elizabeth Bennet, de vinte anos, é uma das cinco filhas de um espirituoso, mas imprudente senhor. No entanto, é um novo tipo de heroína, que não precisará de estereótipos femininos para conquistar o nobre Fitzwilliam Darcy ou defender seus posicionamentos. Lizzy é uma espécie de Cinderela esclarecida, iluminista, feminista. Neste livro, Jane Austen faz também uma crítica à futilidade das mulheres na voz dessa admirável heroína — recompensada, ao final, com uma felicidade que não lhe parecia possível na classe em que nasceu.

Atualizado em 29 Jun 2020.