Guia da Semana

O cantor e compositor carioca Lucas Vasconcellos integra desde 2008 o Letuce, com Letícia Novaes. Com dois discos lançados, "Plano de fuga pra cima dos outros e de mim" (2009) e "Manja Perene" (2012), o grupo conquistou um público fiel Brasil afora. Em 2013, Lucas gravou seu primeiro disco solo, intitulado "Falo de Coração" (Bolacha Discos).

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O álbum tem recebido muitos elogios da crítica especializada e figura em diversas listas de discos do ano. O Guia da Semana foi conferir o show de estreia no Studio RJ e bateu um papo com o artista sobre o projeto, parcerias e sua relação com o público. Confira:

Quando começou, de fato, a ideia do do 'Falo de coração'?

Começou há uns dois anos, quando eu comecei de fato a trabalhar mais dentro do estúdio, experimentando gravar outros artistas etc. Vi que daria pé tentar fazer o mesmo com algumas canções. Compus elas e os arranjos foram naturalmente se construindo a partir de memórias, HDs antigos, previsões do futuro.

A intimidade de casal do Letuce dá lugar a uma melancolia individual neste trabalho, mas que já se via algo parecido em algumas faixas do 'Manja Perene'. Como foi desvincular isso?

Eu consideraria vincular. O Manja Perene tem seus lados sombrios, com certeza. Mas a melancolia do Falo de Coração, o trato com o contemplar mais abrasador da tristeza, pode construir imagens sedutoras sob qualquer ponto de vista.


Foto: Daryan Dornelles | Divulgação

Você, além do Letuce, toca também com Rodrigo Amarante, Lucas Santtana e Katia B. Na sua apresentação solo, parecia apreensivo no começo. Você se sentia exposto?

A exposição, mesmo como escolha, gera o desejo do ideal. E a ansiedade e a apreensão de uma estréia fazem parte disso, naturalmente.

No show no Studio RJ, tivemos a participação especial de Bernardo Pauleira e, aparentemente surpresa, de Marcelo Jeneci. Podemos esperar mais surpresas?

O Pauleira arrebentou, como sempre. é um artista incrível. A participação do Jeneci foi totalmente surpresa. Ele estava ultra sensível, trocamos mil idéias no camarim antes do show, falamos sobre estrear um show, sobre o nível de emoções singulares que permeiam esse momento de um artista. Aí, na última música do show (que é uma música da Legião Urbana), ele embarcou e cantou o final comigo.

Sobre a estética no 'Falo de Coração', não são canções em seu formato mais tradicional, mas ainda com referências que podem agradar até os ouvidos mais conservadores. Onde você buscou essas influências?

Na minha história. Nos meus amigos, nos amores que vivi, nas coleções que eu fiz e as que perdi. Na televisão, na observação de bebês, em mergulhos nas memórias da adolescência e no mar.

Acontece com muitos artistas que saem em carreira solo... os fãs das suas bandas de origem seguem acompanando ou se distanciam. Como você acha que está sendo a recepção do público? Acha que há renovação?

Sempre há renovação, mas não consigo enxergar a questão numérica com olhos muito afiados. Fiz amigos tocando com as bandas que toquei/toco. O caminho mais bonito é justamente esses amigos se multiplicarem, terem curiosidade pra ouvir o que eu tenho pra apresentar. Eu faria a mesma coisa. Fãs são pessoas que literalmente entenderam o meu recado como artista. Tornam-se amigos, não se distanciam.

Ouça o disco:

Por Marco Sá

Atualizado em 27 Dez 2013.