Guia da Semana

Os contraceptivos orais são os mais prescritos pelos ginecologistas. Além de evitarem a gravidez indesejada, apresentam benefícios para a saúde da mulher, como a regulagem hormonal, a proteção contra o câncer de ovário, a diminuição da cólica mentrual, entre outros itens.

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No mercado, há uma série de anticoncepcionais disponíveis porque existem diversos tipos físicos de mulheres com problemas específicos. Por isso, o médico é sempre a melhor pessoa para indicar. Frente à inúmeras dúvidas, buscamos esclarecimentos de especialistas sobre o assunto.

1) Como definir o melhor anticoncepcional para cada mulher?
Características individuais devem ser levadas em conta durante o aconselhamento dos métodos contraceptivos. São eles: idade, situação marital e desejo ou não de filhos e em qual espaço de tempo, hábitos alimentares, peso, uso de álcool e fumo, histórico de doenças tromboembólicas e ocorrências de cefaléias crônicas, além de sangramentos intermenstruais. Preferencialmente, deve-se utilizar pílulas com menores dosagens hormonais. Podem ser realizadas experiências prévias com outros preparados e, desta forma, indica-se como melhor pílula aquela que se adapta às necessidades da paciente.

2) Quais são as contra-indicações de uso do anticoncepcional?
É contra-indicado o uso em mulheres com suspeita de gravidez, sangramento uterino anormal, doenças cardiovasculares e câncer de mama declarado ou suspeito.

3) Quais são os remédios que inibem o efeito do anticoncepcional?
Alguns medicamentos diminuem o efeito da pílula. Nestes casos, se usar um deles, a paciente não deve parar de tomar a pílula e usar camisinha até o final da cartela. Exceto a eritromicina, um antibiótico específico que praticamente anula o efeito da pílula, todos os outros remédios enfraquecem, mas não anulam os efeitos.

» Antibióticos que diminuem o efeito da pílula:
Ácido clavulânico, amoxacilina, ampicilina, ciclacilina, cloranfenicol, dapsona, doxicilina, eritromicina, minocilina, oxacilina, oxitetraciclina, penicilina G e V, rifampicina, tetraciclina.

» Antiepiléticos e anticonvulsivantes que diminuem o efeito da pílula:
Carbamazepina, difenil-hidantoina, fenitoina, fenobarbital, oxcarbazepina, primidona, topiramato.

» Outros medicamentos que podem diminuir a ação das pílulas:
Griseofulvina, guanetidina, metronidazol, nelfinavir, óleo mineral, ritonavir.

4) Como é usada a pílula sem estrogênio?
Este anticoncepcional possui apenas progesterona em baixa quantidade. Ele deve ser utilizado emendando uma cartela na outra, sem os comuns dias de repouso. O medicamento serve para quem não quer menstruar, possui muita cólica ou tensão pré-menstrual (TPM).

5) A pílula sem estrogênio prejudica os recém-nascidos?
As minipílulas foram desenvolvidas com intuito de eliminar o estrogênio das preparações contraceptivas por causa dos fenômenos tromboembólicos, que são mais frequentes nas mulheres em período de pós-parto. Elas não causam a diminuição de leite e não oferecerem riscos à criança. As pílulas comuns contêm estrogênio e progesterona e são usadas por mulheres que não estejam amamentando, pois regularizam os ciclos menstruais.

6) Quando a pílula comum não faz efeito?
Nos primeiros meses, o anticoncepcional já faz o efeito desejado, ele apenas apresenta problemas caso seja utilizado de forma incorreta. O medicamento mais comum possui 21 drágeas, que devem ser tomadas diariamente, sempre no mesmo horário. Ao acabar a cartela, há uma pausa de sete dias, quando ocorre a menstruação. Uma semana depois, dá-se início a uma nova cartela. Caso a pessoa esqueça de tomar o comprimido no horário, tem um período de até 12h para fazê-lo. Se passar das 12h, o remédio deve ser ingerido juntamente com aquele programado para o dia seguinte, no horário correto.

7) Como eu faço para suspender a menstruação?
É necessário conversar com o ginecologista para que ele indique o caminho melhor. Caso tome o anticoncepcional comum e queira suspender o fluxo, emende uma cartela na outra e não menstrue naquele mês, mas é importante tomar as precauções necessárias de proteção, pois há riscos de gravidez até o ciclo seguinte.

8) É preciso trocar de anticoncepcional após um tempo?
Não é necessário. O que pode acontecer é que, depois de muitos anos tomando o mesmo remédio, o organismo da mulher mude a forma de reagir ao medicamento. Neste caso, é necessário consultar o ginecologista para saber a necessidade de trocar de pílula. O uso rotineiro do mesmo remédio pode melhorar as cólicas menstruais, atenuar as dores no período ovulatório e reduzir o número de dias de sangramento. Além disso, o uso contínuo acarreta segurança no exercício da sexualidade, fazendo com que a atividade sexual seja livre e despreocupada.

Colaboração:
Amaury Mendes Júnior
Ângelo Di Fraia Filho
Cláudio Luiz Rodrigues Emilio

Denise Coimbra

Atualizado em 30 Jun 2014.