Guia da Semana

Qualquer pessoa no mundo que já tenha se interessado minimamente pelo universo dos guitarristas com certeza ouviu falar em Joe Satriani. O show dessa quarta-feira (1) no Citibank Hall deixou claro o por quê.

Joe não é o cara que toca semicolcheias a 300 BPM ou joga a guitarra no chão durante sua performance. A mistura de feeling com técnicas apuradas compõem um estilo único que inspirou e inspira gerações de guitarristas, inclusive as “crias” de Satriani, como Steve Vai.

Muito melhor em falar com os dedos do que com a própria voz, Joe não fez questão de conversar muito com a plateia. Não era preciso. O primeiro contato só veio a acontecer antes de “Unstoppable momentum”, 4º música do show e que intitula o novo álbum. “Fazia tempo que não tocávamos aqui. É sempre um prazer”.

Os gritos de resposta dos fãs nem se comparavam aos momentos em que as famosas melodias guitarrísticas eram acompanhadas pelas vozes. “The Crush of Love” e “A Door Into Summer” foram um belo exemplo disso.

É óbvio que, por mais virtuoso que seja, um frontman precisa de uma banda a sua altura. Satriani foi além disso. Seu acompanhantes às vezes até ofuscavam o astro, de tão competentes que eram.

Os duelos com Mike Keneally (guitarra e teclados) foram acirradíssimos e proporcionaram um show à parte. Joe até teve que recorrer a técnicas como tocar com os dentes para atrair os gritos da plateia.

Já o baixista Brian Beller executou com perfeição suas duas funções no show: conduzir o groove pesado das harmonias e animar o público com palmas e danças.

A melodia romântica de “Door into Summer” mostrou o controle que o guitarrista tem sobre as válvulas do seus Marshalls Signature, passando de timbres limpos para saturados apenas com o volume.

O clima calmo logo foi substituído pela energética e comemorada “Satch Boogie”, um dos maiores sucessos da carreira de Joe.

Alguns fãs levaram ao pé da letra a performance de “Crying”. O feeling que exalava da Ibanez Signature de Satriani resultou em algumas lágrimas de quem estava na grade.

Foi então que os músicos saíram do palco e começou o momento do baterista Marco Minnemann. Em um solo de aproximadamente 5 minutos, ele deixou o público impressionado com os malabarismos que fazia com as baquetas e com a velocidade que coordenava o seu bumbo duplo.

Já era hora dos maiores hits do guitarrista entraram em cena. A monumental “Always With You Always With Me” foi recebida com frenesi, assim como “Surfing With the Alien”, que resultou na primeira despedida da banda

Ainda faltava a preferida dos guitarristas adeptas aos harmônicos. “Summer Song” encerrou o bis, restando a Joe e seus companheiros sair do palco pela última vez.

Ficou claro que os fãs poderiam passar a noite ali ouvindo as melodias incríveis de um dos maiores instrumentistas da atual geração. Para eles, o unstoppable momentum poderia ser muito mais que apenas o nome do álbum.

Por Ezio Jemma

Atualizado em 6 Out 2014.