A Pinacoteca de São Paulo inaugura a exposição individual Flávio Império: tens a vontade e ela é livre, no 4º andar do edifício Pina Estação. Com quase 300 obras, a mostra abrange a produção do artista entre os anos 1960 e 1985. Assinada por Yuri Quevedo, o curador é pesquisador das obras de Flávio Império há 16 anos.

Império foi um artista brasileiro em que a atuação transdisciplinar marcou profundamente a cena cultural do Brasil nas décadas de 1960 e 1970. Sua importância se dá não apenas pela multiplicidade de linguagens artísticas que dominava, mas também pela maneira como ele as articulava em uma prática artística crítica, engajada e transformadora. Império trabalhou com uma diversidade de materiais, produzindo serigrafias, pinturas, colagens, fotografia e documentários.

Sobre a exposição

Dividida em três núcleos, a exposição mostra a trajetória do artista. No percurso, o público pode notar como seu pensamento e a ideia de engajamento social e político se transforma nas diversas fases de sua trajetória. A primeira sala, A pintura nova é a cara do cotidiano, mostra um artista que busca nos tipos sociais e na cultura de massas uma tradução satírica para a ditadura militar e o imperialismo estadunidense da década de 1960.

A segunda sala Aspectos do Inconsciente Coletivo na Comunicação de Massas reúne os trabalhos introspectivos do artista, nos quais ele procura na subjetividade popular uma nova coletividade. São bandeiras de São João, Oguns, máscaras e outros símbolos que se fundem com a comunicação pop. Nesta sala, há também o curioso cenário pensado para Pano de Boca (1976) momento em que o artista ocupa um teatro em ruínas e cria ali a representação para o inconsciente de um ator.

Por fim, a terceira sala Mãos e mangarás mostra suas viagens de ônibus pelo interior do Brasil e o interesse por modos de fazer diversos. Aqui vemos o artista se interessar mais intensamente pela serigrafia e a repetição de motivos que lhe são caros: as mãos e a flor de bananeira de Mangará. É possível observar Império interpretar em imagens da natureza os rendimentos da revolução sexual e de costumes levada a cabo nos anos 1970. O arco-íris aparece como uma marca de uma sociedade mais diversa, com novos atores políticos que começam a surgir na década de 1980.

Mapa do local

Flávio Império na Pinacoteca de São Paulo

Preço R$15.00 a R$30.00

Data 28 Jul-01 Fev 2026

Preço(s) R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (meia-entrada), gratuito aos sábados e no 2º domingo do mês – gratuidade Mantenedora B3

Horário(s) de quarta a segunda, das 10h às 18h (entrada até 17h)

Endereço
Edifício Pina Contemporânea
Av. Tiradentes, 273 - Luz,

Por Regina Lemmi